América do Sul se aproxima de 600 MW de capacidade de datacenter sendo construída

O mercado de colocation de datacenters da América do Sul tem mais de 596 MW de capacidade em construção, com outros 1,91 GW planejados para os próximos anos, de acordo com estimativas da consultoria imobiliária JLL.

Os números se referem aos três principais mercados da região – Brasil, Chile e Colômbia. No geral, o trio deve atingir um volume de 972 MW entregues em 2024, prevê a empresa em um relatório. Juntos, os três mercados tiveram um CAGR (sigla em inglês para “taxa de crescimento anual composta”) de 20% na capacidade desde 2018, atingindo 654 MW de estoque entregue até hoje, com o Brasil respondendo por 450 MW.

Em seguida vem o Chile, com 142 MW em capacidade operacional de datacenter na região metropolitana de Santiago, e a Colômbia, com 48 MW na área de Bogotá, estima a JLL.

A Colômbia ainda está dando seus primeiros passos no setor, mas vários novos investimentos estão em andamento para o seu mercado.

A BNamericas apurou que uma grande empresa de datacenter da América Latina anunciará esta semana um novo investimento substancial para o país, que deverá adicionar quase 150 MW em capacidade planejada para a Grande Bogotá.

No Brasil, o maior polo é São Paulo, com 359 MW em capacidade operacional de TI, abrangendo as cidades de Barueri e Campinas, estima a JLL. Seguem-se Rio de Janeiro (58 MW), Fortaleza e Porto Alegre (12 MW cada), e depois Brasília (9 MW).

Na semana passada, a Tecto – recém-criada subsidiária da V.tal – anunciou o início da construção de um novo datacenter em Fortaleza. Denominada Mega Lobster, a iniciativa deve adicionar outros 20 MW em capacidade na cidade.

Em junho, a Scala Data Centers também inaugurou uma planta em Fortaleza. O projeto envolve 20,7 MW de capacidade de TI após todas as suas fases. Em Porto Alegre, a empresa anunciou no mês passado um campus de datacenter de 54 MW, potencialmente atingindo 4,75 GW ao longo de uma década.

No Chile, a JLL estima que 258 MW estejam em fase de planejamento, principalmente em torno de Santiago.

Entre os últimos projetos anunciados está a expansão da Scala. No mês passado, a expansão do datacenter Scala Huechuraba (US$ 145 milhões) foi protocolada para avaliação ambiental, conforme noticiado pela BNamericas.

(Fonte: JLL)

HIPERESCALADORES

Em todos os três mercados, a demanda de Microsoft, AWS e Google, entre outros, está impulsionando o segmento.

Segundo a JLL, os principais players de colocation da região por capacidade entregue, em construção e planejada são, na ordem, Scala, Odata, Ascenty, Elea e Equinix.

Enquanto isso, Microsoft, AWS, Google, Oracle e Meta são os principais clientes de hiperescala.

“A demanda de hiperescaladores como AWS, Microsoft e Google está impulsionando a expansão de empresas locais como Odata, Ascenty e Scala para outros mercados secundários. Atualmente, a maior parte da demanda de colocation vem dessas grandes empresas”, afirma o relatório.

O documento também dedica um capítulo à energia e destaca que a América do Sul surge como uma alternativa promissora de investimento em datacenters no mundo todo, dada sua abundância de recursos naturais e potencial para energia limpa.

Por ora, contudo, a América do Sul “hospeda apenas uma fração modesta da infraestrutura global de processamento de dados, representando cerca de 5% dos datacenters do mundo”, acrescenta o relatório.

O documento completo pode ser acessado aqui (em inglês).