América Móvil não planeja outras grandes injeções de dinheiro no Chile

A América Móvil não está planejando novas injeções significativas de dinheiro em sua joint venture ClaroVTR no Chile, após se tornar a acionista majoritária.

“Desde o início, quando formamos [a joint venture], fizemos um plano, e nesse plano incorporamos caixa na empresa”, disse o CEO Daniel Hajj durante uma teleconferência com investidores para discutir os resultados do segundo trimestre de 2024.

A América Móvil e sua sócia Liberty Latin America concordaram em capitalizar a joint venture no Chile por 972 bilhões de pesos chilenos (US$ 1 bilhão), dos quais a América Móvil contribuiu com 721 bilhões de pesos. Como a Liberty Latin America decidiu contribuir menos, a America Móvil ganhará o controle de 91% da ClaroVTR.

“Estamos confortáveis com o patrimônio e com a forma como a empresa vai terminar este ano, do ponto de vista financeiro”, acrescentou.

“Daqui para a frente, [...] não esperamos grandes injeções de dinheiro no Chile”, destacou o CFO Carlos García Moreno.

Ele também afirmou que o investimento no Chile seria quase todo financiado pelo seu próprio Ebitda. Segundo ele, talvez nos próximos a empresa seja totalmente autossuficiente.

“Acho que no final de 2024 teremos a empresa totalmente capitalizada”, acrescentou Hajj.

Para o CEO da América Móvil, a empresa está no caminho certo para cumprir o plano trienal definido em 2022 com a Liberty Latin America, depois de conseguir a integração total da VTR e da Claro e trabalhar na otimização de recursos, gerando “importantes sinergias operacionais”.

No segmento móvel, a empresa expandiu sua cobertura adicionando 1.200 novos sites e atualizando sua rede para oferecer serviços 5G.

A Claro Chile recebeu 50 MHz de espectro para 5G no leilão de junho e iniciará a implementação em breve.

Em relação à sua plataforma de telefonia fixa, a empresa está em processo de migração de clientes para FTTH por meio de um antigo acordo comercial para locação de capacidade da OnNet.

Em 30 de junho, a ClaroVTR tinha 2,7 milhões de RGUs de linha fixa, incluindo 1,4 milhão de acessos de banda larga e 5,1 milhões de assinantes sem fio.

“É um mercado muito competitivo, com quatro participantes no setor móvel e talvez mais no fixo”, lembrou Hajj. “Temos o tamanho certo agora, porque antes só tínhamos receitas no segmento móvel, e elas não são tão altas. Hoje somos uma empresa com mais de US$ 1 bilhão, acho que US$ 1,2 bilhão. Temos tamanho e acho que teremos sucesso no Chile.”

WOM

Hajj também ressaltou que a empresa está aberta para analisar as oportunidades relacionadas à conturbada empresa de telecomunicações WOM. A empresa de telefonia móvel entrou com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos e esta semana um tribunal de falências do estado de Delaware aprovou um acordo que inclui um processo de licitação para os ativos do devedor.

“Estamos abertos para ver quais são as alternativas”, disse Hajj quando questionado sobre a WOM durante a teleconferência com investidores. No entanto, ele acrescentou que não está claro se a empresa se envolverá em algum acordo de M&A.

Em março, a Claro ocupava a quarta posição no segmento de internet móvel, com 17,3% de participação de mercado, mais 1,4% da VTR. A Entel liderava, com 35,1%, seguida pela WOM com 25,2% e a Telefónica Movistar com 20,3%, segundo os últimos dados do regulador Subtel.