ANM divulga plano estratégico para 2024-2027

A Agência Nacional de Mineração do Brasil (ANM) publicou seu plano estratégico para o período de 2024 a 2027.

O plano contém seis áreas principais, incluindo ações para aumentar a segurança; estimular a adoção de práticas sustentáveis; criar um ambiente orientado para a atração de investimentos em pesquisa, produção e transformação mineral; ampliar as reservas de minerais estratégicos para a transição energética; aumentar o suprimento de insumos minerais estratégicos para a segurança alimentar; e melhorar as condições socioeconômicas dos municípios que recebem atividades de mineração.

O documento completo pode ser acessado aqui.

O governo e membros do setor estão trabalhando para diversificar a indústria de mineração do país, altamente focada no segmento de minério de ferro.

Esses esforços se concentram em minerais associados à transição energética, e já foram registrados avanços.

“Estamos iniciando nossos processos internos de pesquisa sobre intenções de investimento do setor mineral para o período entre 2025 e 2029. Já estamos percebendo sinais de que há um aumento na intenção de investimentos em projetos associados à transição energética, principalmente projetos de lítio”, disse à BNamericas Paulo Soares, diretor de comunicação do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).

A BNamericas analisa algumas iniciativas recentes nos segmentos de lítio e terras raras.

LÍTIO

A Pilbara Minerals, listada na bolsa de valores da Austrália, anunciou uma transação de troca de ações para adquirir a Latin Resources Limited, proprietária do projeto de lítio Salinas, no estado de Minas Gerais.

“A aquisição ocorre após um longo período de avaliação de projetos no mundo, no qual classificamos o projeto Salinas, da Latin Resources, no topo da nossa lista quando comparado holisticamente de acordo com uma série de critérios importantes”, disse o diretor administrativo e CEO da Pilbara Minerals, Dale Henderson, em um comunicado.

“Além disso, um período abrangente de due diligence foi conduzido nos últimos seis meses, o que contribuiu para nossa compreensão do ativo e do potencial da região. Acima de tudo, a aquisição aproveita a capacidade da Pilbara Minerals para o delineamento de recursos de lítio em rocha dura, desenvolvimento de projetos, operações e experiência em marketing”, completou.

De acordo com uma apresentação para investidores (disponível aqui, em inglês), o projeto Salinas demandará um capex de US$ 308 milhões, com US$ 253 milhões em sua primeira fase e US$ 55 milhões na segunda fase.

TERRAS RARAS

A Aclara Resources assinou um protocolo de intenções com o estado de Goiás para acelerar a implementação de seu projeto de terras raras Carina.

A iniciativa envolve extração no município de Nova Roma, com investimento previsto de R$ 2,8 bilhões (US$ 513 milhões).

“O projeto será implantado em uma das regiões mais carentes do estado de Goiás, sem causar nenhum impacto negativo”, afirmou o governador Ronaldo Caiado em nota.

A fase de construção será concluída em dois anos, com a produção prevista para começar em 62 meses, de acordo com o comunicado.

A empresa estabelecerá parcerias com instituições de ensino para formar mão de obra local, já que a prioridade é contratar pessoas, produtos e serviços de Goiás. O projeto gerará cerca de 5.700 empregos.

A Aclara também está desenvolvendo o projeto de terras raras Penco, no Chile.