Argentina lançará licitação para 500 MW de armazenamento de energia em Buenos Aires

A Secretaria de Energia da Argentina instruiu a Cammesa, entidade que administra o mercado de energia por atacado, a lançar uma chamada para 500 MW de capacidade de armazenamento de energia com duração mínima de injeção de quatro horas.

O objetivo é reforçar a rede na área metropolitana de Buenos Aires, onde picos de demanda podem sobrecarregar um já debilitado sistema elétrico. O desembolso necessário estimado é de US$ 500 milhões.

A chamada, denominada Almacenamiento AlmaGBA, é enquadrado como uma solução mais ágil do que a construção de linhas de energia.

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Os contratos seriam firmados com as duas maiores distribuidoras do país, Edenor e Edesur, com a Cammesa desempenhando o papel de fiadora.

Marco Zazzini, diretor técnico da consultoria energética chilena-argentina Anabática Renovables, revelou à BNamericas que a empresa estava otimista com a licitação e que havia testemunhado um interesse crescente em armazenamento de energia na Argentina nos últimos meses.

“Do ponto de vista técnico, esta iniciativa oferece a oportunidade para desenvolvedores e operadores tradicionais de energia, sejam renováveis ou não, de abrir uma nova unidade de negócios, mais uma vez se adaptando à demanda do mercado e às necessidades atuais”, disse ele.

“Como consultores técnicos, recebemos inúmeras consultas em nossos escritórios no Chile, onde os participantes estão se preparando ativamente para esta nova licitação. Neste contexto, a experiência adquirida será um fator decisivo para alcançar resultados bem-sucedidos. Sem dúvida, os avanços tecnológicos e os preços competitivos dos últimos tempos fazem desta solução uma opção ideal e um exemplo claro de progresso dentro da matriz energética argentina”, acrescentou.

Os sistemas, de acordo com uma resolução no diário oficial argentino, seriam usados para cobrir requisitos de capacidade de curta duração e fornecer serviços de reserva de resposta rápida. Outros usos abrangem controle de tensão e gerenciamento de energia reativa.

A resolução também aprova regras de licitação e modelos de contrato. O tamanho mínimo dos projetos é de 10 MW. Os vencedores da licitação terão até o final de 2028 para colocar os sistemas em operação.

A Secretaria de Energia convidou as províncias a considerar iniciativas semelhantes visando nós críticos identificados pela Cammesa.

Em termos de uso de armazenamento para transferência de energia, a demanda é restrita na Argentina. O país tem um parque hidrelétrico e a gás relativamente grande, e as energias renováveis de saída variável respondem por menos de 20% da geração de energia – o percentual está abaixo do limite de aproximadamente 30% quando a demanda por armazenamento começa normalmente a aumentar.

A Argentina, no entanto, deu pequenos passos em direção à integração do armazenamento. A Cammesa lançou uma chamada de expressão de interesse em 2023, denominada AlmaMDI, enquanto um projeto de armazenamento eólico e três iniciativas de armazenamento solar, todos de 20 MW ou menos, obtiveram contratos no leilão de fornecimento regulado RenMDI.