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Atlas Renewable anunciará primeiros contratos com datacenters da América Latina

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Atlas Renewable anunciará primeiros contratos com datacenters da América Latina

A Atlas Renewable Energy fechará seus primeiros contratos com a indústria de datacenters da América Latina até o final deste ano, revelou à BNamericas o vice-presidente comercial global da empresa, Luiz Ballester.

A empresa acaba de entrar neste segmento, de olho nas oportunidades de negócios, considerando que os datacenters exigem cada vez mais energia abundante e, acima de tudo, limpa.

“Os datacenters são a nova revolução do consumo energético no mundo”, afirmou Ballester.

As negociações estão avançadas tanto com players de nuvem, grupo que inclui AWS, Microsoft Azure e Google Cloud, quanto com provedores de hiperescala, que fornecem infraestrutura de datacenter para as empresas de nuvem.

Neste último caso, as negociações ocorrem em grande parte em nível global, usando a estrutura e a escala do acionista controlador da Atlas, o fundo norte-americano Global Infrastructure Partners (GIP).

A GIP é uma gestora independente de fundos de infraestrutura com mais de US$ 100 bilhões em ativos sob gestão, incluindo um portfólio de energia renovável de mais de 19 GW de capacidade operacional e em construção em todo o mundo.

Também tem participações em grandes empresas de datacenter, como a CyrusOne – que no passado detinha uma participação de 10% na brasileira Odata – e a Vantage Towers.

O relacionamento dessas empresas do portfólio com empresas de tecnologia globais é visto como uma alavanca para facilitar acordos de fornecimento de energia entre vários países para datacenters em diferentes mercados por outros membros do portfólio, como a Atlas.

Em uma grande operação no mercado em janeiro, outro gestor de fundos dos Estados Unidos, a BlackRock, anunciou um acordo para adquirir a GIP por quase US$ 13 bilhões, incluindo dinheiro e ações. A transação ainda não foi concluída.

A BlackRock é também um grande investidor nos setores de energia e infraestrutura digital.

“Acreditamos que a expansão da infraestrutura física e digital continuará em aceleração, à medida que os governos priorizam a autossuficiência e a segurança através do aumento da capacidade industrial doméstica, da independência energética e do onshoring ou nearshoring de setores críticos”, destacou o presidente e CEO da BlackRock, Laurence Fink, em um comunicado sobre o acordo com a GIP.

APROVEITANDO A DEMANDA DOS DATACENTERS

Sem dar mais detalhes, Ballester mencionou negociações avançadas com players de datacenter que operam sites em mais de um mercado na América Latina.

“Acredito que até o final do ano tenhamos não um, mas vários, acordos fechados. Muito em breve, eu diria.”

Com a demanda crescente por energia, especificamente energia limpa, os investidores e clientes de datacenters estão buscando diferentes alternativas e regiões para o abastecimento.

Disponibilidade de energia, rede integrada e preços baixos são itens essenciais para essa indústria.

“Historicamente, estamos muito ligados ao fornecimento de renováveis para a indústria pesada. Fazer esse movimento, desenhar projetos específicos para o setor de datacenters, vem como algo muito natural”, comentou Ballester.

“E o Brasil, por exemplo, é o lugar com a energia mais barata do mundo hoje. Fala-se muito em nearshoring no México, eu vejo o Brasil como o país do powershoring”, ressaltou Ballester.

Segundo o vice-presidente, o custo total da energia no Brasil, incluindo custos de commodities e custos sistêmicos, é metade do custo do México, país que também vem atraindo grandes projetos de datacenters.

APOSTAS

A estratégia de entrada da Atlas no mercado de datacenters envolve duas frentes.

A primeira é a prospecção direta com OTTs e empresas de nuvem, por meio de equipes internas dedicadas exclusivamente a esses clientes.

A segunda engloba as empresas que desenvolvem os datacenters, como Scala, Odata ou Equinix.

Essas companhias, em particular, estão muito interessadas no arranjo de autogeração de energia, disse Ballester.

O principal benefício financeiro da autogeração para a empresa parceira, como um datacenter, é a redução dos custos ligados às taxas de distribuição, explicou Ballester, enquanto do ponto de vista operacional, a vantagem óbvia é o fornecimento constante.

A BNamericas relatou anteriormente que a Odata adquiriu no ano passado uma participação minoritária no parque eólico Assuruá IV, de 212 MW, da empresa de energia Omega Energia, no município de Xique-Xique, na Bahia.

Com esse investimento, a Odata afirmou ter se tornado o primeiro provedor de datacenters de hiperescala da América Latina a ter 100% do consumo de energia de seus sites proveniente da participação direta em projetos de energia renovável.

A BNamericas soube que outras plataformas de datacenter na América Latina – concorrentes da Odata – estavam tentando fechar acordos semelhantes. Ballester não comentou sobre o assunto.

Além da autogeração, a Atlas também está analisando PPAs e certificados verdes I-REC com datacenters.

Este mês, a Atlas realizará em São Paulo um evento sobre energia para o setor de datacenters. O grupo espera aproveitar esses eventos para se posicionar melhor no setor e alinhar potenciais clientes e parceiros.

“Os datacenters serão uma parcela razoável do nosso business plan para os próximos anos. No mundo, em geral. Brasil, Chile, Espanha... Boa parte da nossa expansão será via projetos de energia renovável para datacenters.”

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