Aumento da inflação não deve impedir flexibilização monetária do México

A subida da inflação geral do México em outubro, após dois meses consecutivos de baixas, não deve impedir o Banco Central (Banxico) de fazer um novo corte na taxa básica de juros, segundo analistas.

Em pesquisa do Citibanamex sobre expectativas, os participantes previram unanimemente que a autoridade reduzirá a taxa básica em 25 pontos base na sua próxima reunião de política monetária, em 14 de novembro, deixando-a em 10,25%.

Na quinta-feira (6), o instituto de estatísticas Inegi indicou que a inflação saltou para 4,76% de janeiro a outubro, ante 4,58% em setembro. Contudo, o corte em 25 pontos-base, pela segunda vez consecutiva, por parte do Fed nos EUA, deixando a taxa norte-americana em 4,50-4,75%, ajuda a reforçar as expectativas de uma medida semelhante no México.

“A recuperação que observamos no relatório [de inflação] era até certo ponto esperada, um pouco superior, mas […] não altera a trajetória que assumimos para os próximos meses”, disse à BNamericas o vice-diretor de análise econômica do CI Banco, James Salazar.

“Continuamos propensos a fechar o ano com uma taxa de inflação em torno de 4,50%, e é muito provável que ainda vejamos um retorno em termos anuais nos próximos relatórios. Há até sinais positivos nas áreas de serviço que mais preocupam”, acrescentou.

Com relação à taxa de juros, Salazar considera que a autoridade monetária “tem o caminho aberto” para continuar a reduzi-la. “Falamos de pelo menos mais 25 pontos-base, deixando em aberto a possibilidade de continuar com os cortes, por isso assumimos que até dezembro [o Banxico] também fará o mesmo”, explicou, acrescentando que o corte feito pelo Fed também continua a dar o tom para que o Banxico mantenha o processo de flexibilidade monetária.

Para o final de 2024, a média das estimativas para a taxa referencial interbancária na pesquisa do Citibanamex manteve-se inalterada face da edição anterior, em 10,00%. No início do ano, a taxa de juros no México atingiu o máximo histórico de 11,25%.