Bahia avança para se tornar potência da mineração no Brasil

Em um esforço para fortalecer a reputação da Bahia como uma jurisdição pró-mineração, representantes do estado destacaram seu potencial no evento Exposibram.

O estado conseguiu a aprovação para sediar a Exposibram, o mais importante evento de mineração do Brasil, organizado pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), que será realizado no próximo ano em Salvador.

“O Ibram nos coloca como a bola da vez no bom sentido. De que nós temos um potencial muito forte de explorar aquilo que até hoje a Bahia ainda tem. Ainda não explorou nas diversas frentes e eu tenho certeza que esse apoio, essa parceria, com o setor empresarial e com o Ibram e agora com o governo Lula, nós temos condições de nos colocar em uma posição estratégica”, disse o governador Jerônimo Rodrigues no evento.

Em 2023, a Bahia registrou receitas de R$ 10 bilhões com mineração (US$ 1,8 bilhão), atrás apenas de Minas Gerais e Pará.

A Bahia enxerga potencial nos minerais voltados para transição energética, embora o foco atual esteja em projetos relacionados ao minério de ferro.

Recentemente, o Eurasian Resources Group do Cazaquistão colocou à venda sua unidade de minério de ferro Bahia Mineração (Bamin), atraindo o interesse da Vale.

A Bamin está desenvolvendo a mina de minério de ferro Pedra de Ferro, o porto de águas profundas Porto Sul e um trecho da ferrovia de integração Oeste-Leste da Fiol, que conecta a mina e o porto.

Os investimentos em logística para Bamin são considerados essenciais para desenvolver o potencial de mineração do estado, pois a ferrovia atravessa diversas áreas ricas em minerais.

Enquanto isso, a Vale está avaliando o valor da Bamin juntamente com a empresa privada nacional Cedro Mineração e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

No entanto, as negociações avançam lentamente porque o projeto exige US$ 6 bilhões, mas as empresas de mineração estão enfrentando condições de crédito apertadas e os preços do minério de ferro estão sob pressão devido à fraca economia chinesa, de acordo com pessoas envolvidas nas negociações consultadas pela BNamericas.

O Ibram prevê que a Bahia se tornará o terceiro maior destino de investimentos em mineração no Brasil entre 2024 e 2028. O estado deve receber US$ 9,04 bilhões no período, o Pará US$ 15,7 bilhões e Minas Gerais US$ 17,2 bilhões.