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Batalha pelas tarifas domina indústria siderúrgica chilena

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Batalha pelas tarifas domina indústria siderúrgica chilena

As empresas locais Feifan Chile e Magotteaux estão tentando reverter uma medida ordenada pela comissão antidistorção do mercado para estabelecer tarifas antidumping provisórias sobre as importações de barras e esferas de aço da China.

As companhias entraram com uma ação na Corte de Apelações de Santiago, alegando que empresas nacionais haviam sido favorecidas, em especial a siderúrgica local CSH (Huachipato) e a Moly-cop, fabricante e distribuidora de esferas de aço forjadas.

A Feifan, subsidiária da chinesa Changshu Feifan Metalwork, e a Magotteaux, ligada ao grupo chileno Sigdo Koppers, questionam o mecanismo antidumping adotado para reverter a queda nas vendas da CSH, subsidiária siderúrgica do grupo CAP, e da Moly-Cop, que também teve seus rendimentos afetados.

Embora concorde com as políticas que desaceleram a onda de importações chinesas para os países latino-americanos, o comerciante de aço Francisco Stern teme uma disparada das importações após o término da cobrança das tarifas em setembro, já que as empresas “sempre querem evitar pagar mais”, disse ele à BNamericas.

As tarifas provisórias do Chile foram fixadas em 24,9% para barras de aço e 33,5% para esferas de aço, mas só ficarão vigentes até 9 de setembro. Apesar do prazo inicial, Héctor Medina, presidente do maior sindicato de trabalhadores de Huachipato, afirmou recentemente à BNamericas que a ideia é que a medida seja “prorrogada por quatro anos”.

OUTROS IMPACTOS

A batalha pelas tarifas ocorre em meio a uma situação difícil para a indústria siderúrgica chilena, que registrou um crescimento anual de apenas 0,1% no primeiro trimestre, devido à “falta de investimentos e projetos de infraestrutura”, destacou em um comunicado Fernando García, presidente da associação de empresas metalúrgicas e metalomecânicas Asimet.

García atribui a situação à menor demanda por equipamentos de elevação e movimentação na indústria de mineração e ao enfraquecimento da indústria da construção, o que também dificulta a situação da indústria metalúrgica e metalomecânica.

O advogado especializado nas áreas de mineração e construção Alfonso Domeyko concorda com essa realidade, e destacou à BNamericas que “faltam incentivos financeiros e fiscais para o país avançar no desenvolvimento, já que hoje a engenharia está bastante paralisada”.

Além da construção civil, barras e perfis de aço são muito utilizados para retificação na indústria de mineração, mas o Chile voltou a cair no ranking de atratividade de investimentos no setor, segundo o relatório anual do Fraser Institute.

Na última edição da pesquisa, o Chile ficou em 38º lugar entre 86 países e jurisdições, depois de garantir a 6ª posição em 2018, com as dificuldades na obtenção de licenças para o desenvolvimento de projetos citadas como as principais causas da redução na atratividade para investidores.

No entanto, apesar dos obstáculos, García prevê um crescimento de cerca de 1% a 3% para a metalurgia local este ano.

As exportações do setor metalúrgico e metalomecânico chileno diminuíram 15,2% no comparativo anual no primeiro trimestre de 2024, totalizando US$ 516 milhões de FOB, enquanto as importações chinesas mantiveram a liderança.

No ano passado, o consumo aparente de aço no Chile atingiu 2,39 milhões de toneladas, das quais 33% corresponderam a aço local e o restante a aço importado, sendo a China responsável por 65% das importações. É a maior participação do país asiático desde 2016, segundo dados do instituto chileno de aço.

Molycop, CSH, Aceros Chile e Prodemol têm se esforçado para manter suas operações no Chile, mas as duas últimas acabaram se retirando do mercado, já que “não conseguiram sobreviver aos preços baixos com o dumping da China”, explicou o CEO da Molycop-Chile, Gustavo Alcázar, à imprensa local em fevereiro.

Os investimentos nas áreas de mineração e construção, bem como a definição do papel do aço chinês no Chile, são fundamentais para garantir o futuro do setor metalúrgico e metalomecânico, afirmam os especialistas.

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