Bradesco revela nova rodada de financiamento impulsionado por ESG

O Bradesco aprovará mais operações de financiamento vinculadas a práticas ESG, após uma primeira rodada de financiamento que superou as expectativas.

Em 2021, o Bradesco lançou um plano 2025 para destinar até R$ 250 bilhões (US$ 45 bi) a projetos e setores com forte foco em ESG.

“Já atingimos essa meta de R$ 250 bilhões no segundo trimestre deste ano e em breve anunciaremos uma nova meta, ampliando nosso compromisso com as práticas ESG”, disse  à BNamericas Marcelo Pasquini, diretor de sustentabilidade do Bradesco.

“O que vai diferenciar a nossa meta anterior da nossa nova meta será o prazo. Naquela meta original, nosso horizonte era de quatro anos, agora nossa meta será apenas até o final do ano que vem”, acrescentou.

“Isso porque haverá uma nova diretriz para a taxonomia brasileira até o final do próximo ano e só depois disso teremos uma meta de mais longo prazo, alinhada com esses novos parâmetros”, afirmou, sem fornecer um valor para a nova rodada de financiamento.

O Bradesco tem aumentado gradativamente seus critérios de avaliação para projetos elegíveis para financiamento relacionado a ESG, e tem havido uma resposta positiva de clientes corporativos e do mercado de capitais, de acordo com o executivo.

“Temos observado grande interesse do mercado de capitais e de nossos clientes por produtos associados a temas ligados à sustentabilidade, como o financiamento para aquisições de painéis solares e a compra de veículos elétricos”, comentou Pasquini.

O banco também está apoiando indústrias que têm um caminho mais longo a percorrer em termos de transição energética, incluindo financiamento para esforços de redução de emissões de empresas de alumínio.

“A indústria do alumínio é um setor que tem emissões bastante elevadas internacionalmente, o que é diferente aqui no Brasil, onde temos um setor de alumínio bastante eficiente, com emissões muito menores”, disse Pasquini.

O banco também está mirando outros segmentos, como mineração.

“Olhando para o segmento de mineração, será essencial para todo o processo de descarbonização global, pois não há descarbonização sem desenvolvimento de baterias e sem a utilização de todos os minerais disponíveis”, afirmou. “O Brasil tem um potencial enorme nesse assunto e sem dúvida estaremos apoiando essa transição e a produção dos minerais necessários para viabilizar os esforços de transição.”

Sobre o risco de greenwashing, Pasquini revelou que o banco ainda não detectou nenhum caso e destacou que o Bradesco adota critérios rigorosos para evitar esses riscos, incluindo a utilização de auditorias independentes para avaliar todas as operações.