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Brasil avança em iniciativas para impulsionar a produção de minerais críticos

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Brasil avança em iniciativas para impulsionar a produção de minerais críticos

O Brasil está avançando na promoção de iniciativas para desenvolver seu potencial no segmento de minerais críticos, combinando esforços para diversificar a indústria de mineração e o interesse crescente de players globais.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e a gigante da mineração Vale anunciaram os nomes dos gestores de ativos que supervisionarão um fundo de R$ 1 bilhão (US$ 185 milhões) para investir na exploração de minerais essenciais.

“Este fundo anunciado pelo BNDES faz parte de um grande plano onde estabeleceremos uma estrutura de financiamento mais sofisticada para projetos em fase inicial, envolvendo empresas juniores”, disse à BNamericas Miguel Nery, diretor da Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa Mineral e Mineração (ABPM).

“Além desse fundo, também temos conversas com a administração da B3 para criar um mecanismo de listagem de empresas juniores, semelhante ao que já existe no Canadá e na Austrália”, contou Nery, que também é coordenador da Invest Mining, rede que envolve a participação de órgãos governamentais, como o BNDES, e de entidades do setor privado ligadas à mineração.

O BNDES anunciou que o consórcio formado pela Ore Investments e a JGP BB Asset foi selecionado para gerir o fundo que financiará a exploração e o desenvolvimento de projetos com ativos minerais estratégicos para a transição energética, descarbonização e minerais fertilizantes.

“A criação do fundo de minerais estratégico dá continuidade ao apoio do BNDES ao setor mineral. Nos últimos dez anos, foram investidos R$ 8,3 bilhões em financiamentos para cerca de 1.800 empresas. A exploração sustentável de minerais críticos será fundamental para colocar o Brasil na liderança global na transição energética, um dos objetivos centrais do governo do presidente Lula”, destacou o presidente do banco, Aloizio Mercadante, em entrevista.

O BNDES e a Vale subscreverão cotas de até R$ 250 milhões cada no fundo, com os R$ 500 milhões restantes abertos a investidores terceiros.

“A Vale é uma grande produtora de minerais para a transição energética e tem orgulho de fazer parte de uma iniciativa que impulsionará os investimentos em metais críticos e promoverá o crescimento das cadeias produtivas nacionais. O grande interesse na gestão do fundo destaca a robustez do mercado estratégico de exploração e produção mineral no Brasil”, disse o CEO da Vale, Gustavo Pimenta.

Questionado durante a entrevista se a Vale poderia investir em outros minerais, Pimenta relatou que a estratégia da empresa continua focada em seu core business, que é o minério de ferro, e também no desenvolvimento de projetos de cobre e níquel, segmento em que possui grandes reservas. No entanto, o CEO lembrou que a Vale não descarta o investimento em outros minerais, dependendo do sucesso da exploração apoiada pelo fundo.

Segundo o BNDES, o valor de R$ 1 bilhão deverá apoiar até 20 empresas de médio e grande porte que atuam na pesquisa mineral e no desenvolvimento de novos projetos de minerais estratégicos no Brasil.

O fundo priorizará cobalto, cobre, estanho, grafita, lítio, manganês, terras raras, metais do grupo da platina, molibdênio, nióbio, níquel, silício, tântalo, titânio, tungstênio, urânio, vanádio e zinco. Fosfato, potássio e remineralizadores, fundamentais para a fertilidade do solo, também estão na lista.

O fundo foi criado porque as empresas juniores encontram dificuldades para captar recursos no mercado de capitais brasileiro e, por isso, tendem a buscar recursos nas bolsas de valores do Canadá e da Austrália.

O Brasil ocupa a nona colocação entre os dez maiores países em investimentos em exploração de metais não ferrosos. A exploração mineral brasileira atingiu US$ 384,7 milhões em 2023, segundo um estudo da consultoria EY.

“Na América do Sul, o Peru e o Chile recebem investimentos substancialmente maiores do que o Brasil para essa atividade. Uma das principais causas dessa disparidade é a ausência de políticas nacionais de atração de investimentos e de mecanismos compensatórios de risco, previstos em outros países, como Canadá”, apontou a EY no estudo.

ÁREAS DE EXPLORAÇÃO

Enquanto isso, a Agência Nacional de Mineração (ANM) prepara a nona rodada de disponibilidade de áreas para exploração mineral.

As áreas que devem ser oferecidas no ano que vem envolverão minerais críticos, disse um porta-voz da ANM à BNamericas.

Atualmente, o Brasil está realizando a oitava rodada para conceder até 5.000 áreas.

As rodadas fazem parte dos esforços do governo para diversificar a produção mineral e atrair mais investimentos para o setor. Desde 2022, quando a ANM iniciou os processos, quase 20.000 áreas já foram oferecidas.

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