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Chile avalia soluções para transferir passageiros de carros para o transporte público

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Chile avalia soluções para transferir passageiros de carros para o transporte público

As autoridades chilenas estão cientes de que o transporte público deve ser uma opção mais atraente para redução do uso de veículos particulares nas ruas congestionadas das cidades, mas há alguma discordância sobre a necessidade de medidas como taxas de congestionamento ou impostos sobre carbono para acelerar essa tendência.

“É difícil construir uma cidade em torno de um mar de carros”, disse o ministro de Transportes, Juan Carlos Muñoz, em seu discurso de abertura na Cúpula Latam Mobility Southern Cone, realizada na capital Santiago.

As vendas de carros novos no Chile atingiram um recorde histórico em 2022 devido a preocupações com o contágio da Covid-19 no transporte público lotado, piorando o trânsito em muitas cidades.

“Causamos um desastre”, afirmou Muñoz, ressaltando que veículos particulares, o sistema de metrô e as linhas de ônibus muitas vezes levam passageiros para os mesmos destinos.

Com a adição de novos serviços de ônibus, trem e linhas de metrô – no caso de Santiago –, a questão é como reduzir simultaneamente o uso de veículos particulares para aliviar o trânsito.

Muñoz indicou que seu ministério está considerando medidas para melhorar a gestão do tráfego. 

“É importante entender que isso não será resolvido com mais infraestrutura. Não será resolvido com mais faixas de trânsito, mas sim com uma melhor gestão para promover meios de transporte que utilizem a infraestrutura existente de maneira mais eficiente”, disse ele à BNamericas após seu discurso.

Atualmente, Santiago possui mais de 2.500 ônibus elétricos operando em suas ruas e mais 1.200 serão adicionados após uma licitação em andamento.

Enquanto isso, as primeiras unidades começaram a operar em capitais regionais como Antofagasta e Rancagua, enquanto La Serena e Valparaíso devem seguir o exemplo em breve. O governo planeja ter ônibus elétricos em todas as capitais regionais até 2026.

Segundo Muñoz, isso será mais fácil graças à aprovação de um projeto de lei de subsídios ao transporte público no início deste mês, que, entre outros aspectos, estabelece que 50% desses fundos devem ser utilizados para melhorias na infraestrutura e nos serviços. Os 50% restantes serão destinados a subsídios operacionais, renovações de frota e novas infraestruturas.

“Para que o transporte público seja de alta qualidade, ele requer um investimento substancial de recursos. Isso não o torna um desperdício de dinheiro; pelo contrário, constitui um investimento social que ajuda a reduzir o número de pessoas que usam carros particulares”, acrescentou.

“Em vez de multas, temos que pensar em maneiras de fazer com que os veículos circulem de maneira mais eficiente”, respondeu ele quando questionado sobre a possibilidade de implementar taxas de congestionamento.

Marcela Munizaga, vice-presidente da operadora de Metro de Santiago, falou sobre essa possibilidade de forma mais explícita.

“Devemos  pensar em impostos sobre carbono ou taxas de congestionamento. Para que [veículos particulares] absorvam os impactos negativos que causam”, afirmou durante um painel sobre descarbonização do transporte realizado na mesma cúpula.

Quando questionada pela BNamericas sobre a viabilidade dessa ideia, Munizaga admitiu que a viabilidade política dessas medidas ainda é incerta, mas cidades que aplicaram taxas de congestionamento, como Londres, Singapura e Estocolmo, mostraram resultados positivos até agora.

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