Chile precisa definir futuro de concessões portuárias

Com 11 concessões portuárias programadas para expirar na próxima década no Chile, as autoridades devem começar a planejar as expansões e atualizações a serem incluídas nos novos contratos, à medida que aumentam as preocupações sobre a capacidade dos principais terminais, de acordo com o presidente da Câmara Marítima e Portuária do Chile (Camport), Daniel Fernández.

“As concessões são por 30 anos, e investimentos evidentemente serão necessários. Portanto, os contratos devem estabelecer quais investimentos são necessários e em quais estágios eles devem ser implementados”, disse Fernández à BNamericas após um evento sobre desafios portuários promovido pelo Centro de Estudos Públicos (CEP).

Os contratos portuários de 30 anos, que legalmente não podem ser prorrogados, que devem expirar nos próximos anos são os seguintes:

Cidade	Porto	Concessionária	Data de início da concessão	Data de término da concessão
Arica	Local de atracação nº1	Terminal Porto de Arica	2004	2034
Iquique	Local de atracação nº2	Terminal Internacional de Iquique	2000	2030
Antofagasta	Terminal nº2	Terminal Internacional Antofagasta	2003	2033
Coquimbo	Local de atracação multipropósito	Terminal Puerto de Coquimbo	2012	2032
Valparaíso	Local de atracação nº1	Terminal Pacífico Sul	2000	2030
Valparaíso	Local de atracação nº2	Terminal Porto de Valparaíso	2022	2026*
San Antonio	Locais de atracação nº1, nº2 e nº3	Terminal Internacional de San Antonio	2000	2030
San Antonio	Locais de atracação nº4, nº5, nº6 e nº7	DP World San Antonio	2011	2031
San Antonio	Local de atracação nº8	Porto Panul	2000	2030
San Antonio	Local de atracação nº9	QC Terminales	2020	2029
Talcahuano	Porto de San Vicente	Terminal Internacional de São Vicente	2000	2030
Talcahuano	Locais de atracação do porto de Talcahuano nº1 e nº2	Terminal Portuário de Talcahuano	2012	2042

Fonte: Camport usando dados do Ministério dos Transportes (MTT) e do sistema de empresas públicas SEP
 *: Concessão transitória

Quando consultado se o próximo ciclo de concessões deveria se concentrar em expansões físicas ou melhorias operacionais, Fernández comentou que investir em todo o sistema portuário ajudaria o Chile a evitar a dependência excessiva do futuro porto de grande escala de San Antonio (US$ 4 bi).

Durante sua apresentação, o executivo negou que o megaporto peruano de Chancay represente uma ameaça ao Chile, mas alertou que o país vizinho está mostrando uma capacidade maior de fazer grandes investimentos em geral.

“Vimos uma dissociação entre os ciclos políticos e econômicos no Peru que, por mais que não gostemos, lhes dá uma vantagem”, disse ele.

No entanto, e apesar de algum grau de competitividade ter sido perdido nos últimos anos, Fernández disse à BNamericas que o Chile continua sendo um destino atraente para investimentos portuários, destacando a presença da DP World e da Hapag-Lloyd em concessões portuárias.

Os planos de desenvolvimento portuário do Chile foram criticados por atrasos nos processos de aprovação e falta de uma política de desenvolvimento coordenada.

O Ministério dos Transportes (MTT) está trabalhando na criação de uma nova autoridade de logística portuária para coordenar os planos de modernização portuária nos setores público e privado, enquanto a Empresa Portuária Valparaíso (EPV) planeja licitar a operação e melhoria de ambos os terminais do porto de Valparaíso sob um único contrato de US$ 800 milhões.

No caso de San Antonio, embora o projeto para o porto de grande porte ainda esteja sob avaliação ambiental, as obras preliminares ligadas a um quebra-mar de 4 km devem começar no início de 2025.