Chilena EFE pode oferecer concessões de ferrovias de carga para atingir meta

No momento, a empresa ferroviária estatal do Chile EFE não pretende oferecer concessões para expandir a infraestrutura de transporte de carga do Chile, mas está aberta à possibilidade como uma forma de atingir sua meta para o segmento até 2030, de acordo com o gerente de logística Jorge Guajardo.

“Nosso modelo tem um foco diferente, mas poderíamos estudar essa possibilidade se houvesse algum problema no desenvolvimento de infraestrutura”, disse Guajardo ao responder a uma pergunta da BNamericas em um webinar sobre transporte de carga realizado pelo conselho de políticas de infraestrutura do país (CPI).

O país tem um modelo de concessões para ferrovias de carga focado no usuário, com base no qual a EFE é a administradora do sistema e os operadores privados usam a rede de trilhos com seus próprios trens.

Guajardo relatou que até houve um investimento conjunto em infraestrutura de carga, mas limitado a atualizações e desvios, sem envolver expansões.

Sobre o transporte de carga, o executivo admitiu que a EFE está lutando para superar a marca de 10 Mt/ano (milhões de toneladas por ano), número que representa apenas metade de sua meta para 2030. Ele acrescentou que cerca de 90% desse valor vem dos setores de mineração e florestal.

Além dos problemas de infraestrutura e demanda, Guajardo também destacou a falta de centros logísticos para a transferência de carga entre diferentes modais de transporte.

“Além dos centros de transferência intermodais nas zonas portuárias, os hubs de transferência que temos são os mesmos há muitos anos”, comentou.

No mesmo evento, Pablo Brown, vice-presidente da Hamburg Port Consulting nas Américas, pediu maior investimento privado no setor.

“É preciso ter opções privadas, não só como operadoras, mas também para a infraestrutura. Temos casos concretos aqui na América Latina em que atores privados, ao lado do governo e das operadoras, desenvolveram projetos muito interessantes”, disse ele, citando o Uruguai como exemplo.

Álvaro Román, gerente de logística da gigante local de bebidas CCU, concorda.

“À medida que as portas se abrirem, poderemos ver um cenário altamente virtuoso, com muitas pessoas tentando desenvolver [projetos]”, disse ele. Segundo Román, isso também poderia incluir projetos de tecnologia.