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Como a transição energética está promovendo um renascimento na mineração brasileira

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Como a transição energética está promovendo um renascimento na mineração brasileira

A demanda associada à transição energética tem gerado uma série de iniciativas e oportunidades de negócios no setor brasileiro de mineração e metais. Elas incluem parcerias para reduzir emissões de gases de efeito estufa, operações de financiamento, contratação de fornecedores de bens e serviços e ofertas de ativos.

No início deste mês, a Petrobras assinou um acordo com a para apoiar a descarbonização das operações da Vale. As empresas testarão e avaliarão o potencial comercial de três produtos estratégicos: diesel coprocessado com conteúdo de energia renovável, uso de gás natural em operações de mineração e combustíveis para navegação – conhecidos como bunker – contendo 24% de conteúdo renovável.

A Petrobras vê tanto mineradoras quanto siderúrgicas como futuras parceiras para uma ampla gama de iniciativas.

“A indústria siderúrgica pode potencialmente ser um grande parceiro para o uso do hidrogênio verde que provavelmente produziremos no futuro com nossos projetos. Além disso, o setor também pode ser um parceiro em nossas iniciativas relacionadas à captura de carbono e ao uso de gás natural para reduzir a pegada do efeito estufa”, disse à BNamericas Maurício Tolmasquim, diretor de transição energética da Petrobras, durante o evento Brazil Wind Power.

Minerais críticos representam outra oportunidade de negócio relacionada à transição energética. A BNamericas analisa a seguir os desenvolvimentos recentes dessa área.

TERRAS RARAS

A Mineração Serra Verde, controlada pela empresa global de investimentos Denham Capital, teve seu projeto de terras raras em Goiás incluído no Minerals Security Partnership (MSP). A iniciativa uma colaboração de 14 países e da União Europeia que visa catalisar investimentos públicos e privados na produção responsável de cadeias de suprimentos de minerais críticos ao redor do mundo. Os parceiros incluem Austrália, Canadá, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Índia, Itália, Japão, Noruega, Coreia do Sul, Suécia, Reino Unido, EUA e a União Europeia como um todo, representada pela Comissão Europeia.

“O anúncio de hoje é um forte aval do papel significativo que a Serra Verde pode desempenhar no estabelecimento de cadeias de fornecimento de terras raras sustentáveis, seguras e diversificadas essenciais para a transição energética global”, afirmou Thras Moraitis, CEO da mineradora, em um comunicado.

“A coordenação federal, estadual e internacional sobre a importância das operações de minerais críticos atuais e futuras é fundamental para garantir que essas operações alcancem a escala necessária para competir com sucesso e acelerar o desenvolvimento de nossa indústria. Temos planos ambiciosos para investir e expandir nossa operação, e o investimento adicional de nossos acionistas nos permitirá continuar entregando essas iniciativas empolgantes”, acrescentou.

Segundo o banco de dados da BNamericas, o capex do projeto é de US$ 149 milhões. No ano passado, a empresa levantou esse valor das empresas de investimento Energy and Minerals Group (EMG) e Vision Blue Resources (VBR) para avançar o projeto.

“Tendo iniciado a produção comercial no início de 2024, a SVPM já começou a trabalhar para aumentar a capacidade da Fase I por meio da otimização da planta e eliminação de gargalos, e está avaliando o potencial de uma expansão da Fase II que poderá dobrar a produção bruta antes de 2030”, informou a empresa na segunda-feira (21).

Segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), os projetos de terras raras devem atrair US$ 1,4 bilhão em investimentos entre 2024 e 2028, em comparação com apenas US$ 150 milhões entre 2023 e 2027.

LITHIUM IONIC

A canadense Lithium Ionic anunciou o início dos serviços de engenharia, aquisição e gerenciamento de construção para seu projeto de lítio Bandeira, em Minas Gerais.

“Este marco marca a transição para a fase de construção e desenvolvimento do projeto e é um passo fundamental em direção à produção. O avanço dos serviços de engenharia e gerenciamento de construção fará o projeto progredir ao longo do cronograma previsto em antecipação à próxima aprovação das licenças do local”, afirmou a empresa na terça-feira (22).

A Hatch Ltd. foi contratada para os serviços de engenharia e design do projeto, enquanto a Reta Engenharia – empresa brasileira líder em gerenciamento de construção – foi selecionada para fornecer serviços de gerenciamento de construção.

“O processo de licenciamento para o projeto Bandeira está progredindo com eficiência tanto em nível estadual quanto federal, com aprovações importantes se aproximando. Atualmente, o processo de revisão está em andamento para a concessão da licença ambiental e de instalação (LAC) concomitante, que é parte de um processo de licenciamento rápido para projetos de minerais críticos, projetado para agilizar o cronograma para a construção”, acrescentou a empresa.

Após a aprovação da LAC, as etapas finais para a produção em larga escala incluirão a obtenção da concessão de mineração e da licença de operação, que é emitida mediante a inspeção das instalações do local concluídas. A Lithium Ionic mantém a previsão de início da produção no segundo semestre de 2026.

De acordo com o banco de dados da BNamericas, o investimento do projeto é de US$ 266 milhões.

Até o momento, todos os projetos de lítio do Brasil estão concentrados em Minas Gerais, especificamente na região do Vale do Jequitinhonha.

Sigma Lithium e Companhia Brasileira de Lítio (CBL) têm operações na área, enquanto Atlas Lithium e Latin Resources também registram atividades.

Espera-se que os projetos de lítio gerem investimentos de US$ 1,2 bilhão entre 2024 e 2028, em comparação com US$ 433 milhões entre 2023 e 2027, de acordo com o Ibram.

RODADA DE EXPLORAÇÃO

Aproveitando o crescente interesse de mineradoras e investidores em minerais essenciais, e buscando diversificar a indústria de mineração, a Agência Nacional de Mineração (ANM) anunciou os resultados da oitava rodada de leilões de áreas de exploração mineral.

Das 5.000 áreas oferecidas, 3.942 foram contempladas, com arrecadação de R$ 558 milhões.

O minério de ferro é o principal produto de mineração do país e representa dois terços da receita total do setor, com ouro e cobre respondendo por uma proporção significativa do restante.

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Outros projetos em: Mineração e Metais (Brasil)

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  • Projeto: Seis Lagos
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  • Projeto: Santa Fé
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  • Projeto: Serra Negra
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  • Companhia: Empresa de Mineração Aripuanã Ltda.  (Emal)
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  • Companhia: Mineração Barreto S.A.  (MIBASA)
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