Como tornar a construção mais verde pode ficar mais barato

Mesmo as construtoras de médio porte na América Latina deveriam ter capacidade financeira para investir em soluções de economia circular, o que também melhoraria sua eficiência e reduziria custos, segundo o centro espanhol de pesquisa e desenvolvimento tecnológico Tecnalia.

“Não precisa exigir capex alto”, disse o pesquisador-chefe da Tecnalia, Iñigo Vegas, à BNamericas, durante um webinar quando lhe foi perguntado se as condições macroeconômicas da América Latina permitem que as empresas de construção adotem tecnologias orientadas para a sustentabilidade.

Muitas empresas de construção na região estão lidando com custos crescentes de fornecimento, especialmente na Argentina, onde as empresas disseram que os fornecedores não venderão para elas até que os preços se estabilizem, e no Chile, onde os investimentos em infraestrutura devem cair este ano devido à inflação.

As empresas de construção chilenas também serão legalmente obrigadas a gerenciar seus próprios resíduos, incluindo detritos.

Apesar dessas condições, Vegas disse que as soluções digitais devem ser facilmente implementadas ao nível local, o que permitiria uma melhor gestão de materiais, energia e recursos, o que significaria execução mais rápida e custos mais baixos.

O webinar sobre sustentabilidade da construção foi realizado pela Câmara de Construção Uruguaia (CCU).

Entre as soluções apresentadas pela Tecnalia estão plataformas digitais para gestão de resíduos, ferramentas de rastreabilidade blockchain e softwares de simulação.

Em relação ao último deles, o engenheiro de projetos da Tecnalia, Antonio Garrido, disse que os programas não só facilitarão as previsões de quanto tempo a construção levará, mas também quantos resíduos serão produzidos e quanta energia será consumida, evitando derrapagens de custos durante a fase de projeto.

Quando a BNamericas perguntou quanto uma empresa de médio porte precisaria investir para implementar as soluções, Garrido disse que a Tecnalia está oferecendo algumas plataformas de simulação gratuitamente.

“Há cada vez mais ferramentas de software que são de acesso aberto, mas são necessários técnicos que entendam essas soluções e possam realmente usar esse software”, disse ele.