Data Insight: os grandes projetos de irrigação que devem avançar em 2025 no Brasil

Grandes projetos de irrigação devem avançar no Brasil em 2025, à medida que o país enfrenta eventos climáticos extremos cada vez mais frequentes, como secas no Nordeste e chuvas fortes em partes do Sul e Sudeste.

Com base em dados da ferramenta Forecast, a BNamericas analisa as iniciativas mais recentes em nosso banco de dados.

TABULEIROS LITORÂNEOS (PIAUÍ)

O Ministério do Desenvolvimento Regional anunciou o início de uma consulta pública sobre a concessão da segunda fase do projeto de irrigação Tabuleiros Litorâneos.

A consulta ficará aberta até 23 de fevereiro e será usada pelo governo federal para elaborar o edital do concurso.

O contrato de 35 anos deverá envolver investimentos de R$ 853 milhões (US$ 156 mi) e despesas operacionais de R$ 5,4 bilhões nos municípios de Parnaíba, Buriti Lopes e Bom Princípio do Piauí, a cerca de 350 km de Teresina.

O projeto tem duas etapas, com a concessão da primeira etapa já em andamento.

“A primeira etapa do projeto abrangeu uma área de 2.443 hectares irrigáveis, dos quais cerca de 1.900 hectares estão atualmente em operação. O destaque da produção são frutas orgânicas para exportação à Europa e América do Norte, como caju, goiaba, acerola, coco verde, limão, manga e banana, além de hortaliças para o mercado local”, disse o ministério em comunicado.

“A nova concessão envolve uma área total de 9.847 hectares, com 6.017 hectares de terras irrigáveis. A proposta prevê a exploração agrícola e a complementação da infraestrutura existente. A empresa concessionária será responsável pela instalação, operação e manutenção da infraestrutura de irrigação comum para ambas as etapas do projeto. Além disso, a concessão incluirá a opção de transferência de propriedade das terras, condicionada a critérios de desempenho”, acrescentou.

Contudo, a pasta não divulgou uma data estimada para a publicação do edital nem para o leilão da concessão.

PROJETO HIDRO AGRÍCOLA DE JEQUITAÍ (MINAS GERAIS)

O projeto hidroagrícola de Jequitaí consiste na implantação de duas barragens multiúso no rio Jequitaí, na região de Francisco Dumont, Claro dos Poções e Jequitaí.

A expectativa é que o projeto envolva investimentos de R$ 1,5 bilhão durante os 35 anos de concessão. A construção deve avançar no próximo ano.

O consórcio Jequitaí – formado pelas empresas locais Fortaleza de Santa Teresinha e RG – conquistou o contrato no início deste ano.

As principais obras envolvem a construção de duas barragens para armazenar 673 MMm³ de água em uma área de 9 mil hectares.

Além dos sistemas de irrigação, a obra envolve a regularização da vazão do rio São Francisco, reservas de água para abastecer 19 municípios e a geração de cerca de 20 MW de energia, entre outros benefícios.

A área total do projeto é de 2,7 mil hectares, sendo 1,8 mil ha de área de preservação permanente, 4,5 mil ha de área de reserva legal e 17,4 mil ha de área útil, dos quais 10,2 mil são irrigáveis. A estimativa é que, uma vez concluído, o projeto Jequitaí produza 350 mil toneladas de alimentos por ano e sustente cerca de 100 mil empregos diretos e indiretos.

PERÍMETRO DE IRRIGAÇÃO DO BAIXIO DE IRECÊ (Bahia)

A construção deste projeto começou no trimestre atual e a aceleração está prevista para o quarto trimestre de 2027, de acordo com a base de dados da BNamericas.

O projeto consiste na concessão de um sistema de irrigação na região do São Francisco, nos municípios de Xique-Xique e Itaguaçu da Bahia.

O perímetro tem uma área total de 105 mil ha, dos quais 48 mil ha são irrigáveis. A área é dividida em nove estágios, mas o projeto atual cobre apenas os estágios 3 a 9, correspondendo a 50 mil ha, dos quais 31,5 mil ha são irrigáveis.

O objetivo da concessão é promover o desenvolvimento da região e gerar mais de 180 mil empregos diretos ou indiretos. A concessão terá validade de 35 anos e o valor está estimado em R$ 1,5 bi.

O RLT 210 Fundo de Investimento venceu a concessão em um leilão em 2022, no qual foi o único licitante. O fundo de investimento ofereceu uma taxa de R$ 83,1 milhões pelo contrato.