Desenvolvedora chilena de amônia verde trabalha em projeto de 350.000 t/a

O chileno FreePower Group trabalha em um projeto inicial de amônia verde na região de Tarapacá, revelou o CEO Juan Guillermo Walker à BNamericas.

Na esfera do hidrogênio verde, a FreePower está hoje focada em projetos voltados para amônia, um transportador de energia e matéria-prima industrial.

A iniciativa em Tarapacá, denominada Punta Patache, é o terceiro projeto da FreePower deste tipo. Os outros são dois projetos de amônia na região de Magalhães, os quais se aproximam da fase de submissão da revisão ambiental.

A capacidade planejada de produção de amônia em Punta Patache é de 350.000 t/a (toneladas por ano), alavancando 1,3 GW de capacidade solar, segundo Walker.

“Está localizado estrategicamente próximo aos portos exportadores de concentrados de [minas de cobre] Collahuasi e Quebrada Blanca, facilitando a produção e o transporte de hidrogênio e amônia”, acrescentou. “Em geral, o portfólio da FreePower continua crescendo com resultados muito positivos, consolidando nossa liderança em energia sustentável.”

No geral, cerca de 70 projetos foram anunciados publicamente no Chile, alguns visando o mercado de exportação, alguns usuários domésticos, outros ambos. Junto com as licenças ambientais, os projetos precisarão de vários outros. Em um impulso ao ecossistema local, o Ministério da Defesa do Chile começou a emitir projetos com concessões marítimas, vitais para aqueles com componentes de dessalinização, terminal de exportação e gasodutos submarinos.

Os projetos de vanguarda são principalmente focados na exportação e voltados para amônia verde e combustíveis sintéticos (e-metanol e similares aos SAF), produtos com infraestrutura e aplicações existentes, os quais podem ser transportados e armazenados mais facilmente do que o hidrogênio puro.

Hoje, a carteira da fase de revisão ambiental compreende US$ 830 milhões em Cabo Negro (e-metanol e SAF) da HIF, US$ 2,5 bilhões em Volta (amônia verde) da MAE, US$ 11 bilhões em HNH Energy (amônia verde) da Austria Energy e US$ 10 bilhões em INNA (amônia verde) da AES Andes. Um projeto eólico em Cabo Negro, denominado Faro del Sur, também foi protocolado.

A demanda global por amônia pode triplicar, atingindo 600 Mt/a até 2045, o que criaria oportunidades para produtores de variantes de baixo carbono, como o Chile. Um desafio central dos desenvolvedores da indústria do hidrogênio verde no Chile e em outros lugares é reduzir os custos de produção e garantir compradores, juntamente com outros obstáculos que precisam ser superados em esferas como licenciamento, infraestrutura logística e regulamentações.

A BNamericas publicará em fevereiro um relatório especial sobre hidrogênio.