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Destaque: a evolução multicloud da B3 e TIM

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Destaque: a evolução multicloud da B3 e TIM

A bolsa de valores brasileira B3 e a operadora de telecomunicações TIM estão avançando em estratégias multicloud com mais de um provedor, cada um em seu próprio ritmo e com foco diferente.

O processo B3, fornecido pela Oraclee pela Microsoft, está em estágio inicial, mas já deu alguns frutos. “Os próximos três anos serão intensos, cheios de novidades”, disse à BNamericas o head de operações e TI da B3, Ricardo Redenschi.

O processo de cloud da B3 começou em meados de 2021, quando a bolsa contratou a Accenture para conduzir um benchmark global com outras bolsas de valores e ajudá-la a traçar sua estratégia de cloud, disse Redenschi, que conversou com a BNamericas nos bastidores de um evento corporativo da Oracle em São Paulo.

Após esse processo, a B3 negociou com diferentes fornecedores e decidiu um contrato conjunto com Oracle e Microsoft. O contrato de 10 anos foi assinado em 2022.

Segundo Redenschi, preço, disponibilidade, presença local de datacenters e interoperabilidade entre as duas nuvens pesaram a favor das empresas.

A maioria dos workloads do iB3 ainda é executada on-premise, incluindo a operação de negociação, sua atividade principal.

A maior parte da ocupação e consumo de energia do datacenter privado da B3 vem dessas operações de comercialização. Mesmo assim, a B3 não tem planos de desativar a instalação, disse Redenschi.

O datacenter da B3 fica em Santana do Parnaíba, região metropolitana de São Paulo, lar de diversos provedores de datacenters de hiperescala e das nuvens Oracle e Microsoft.

Essa proximidade “é uma grande vantagem, principalmente em termos de latência. Ainda assim, estar em outro datacenter, mesmo que seja ao lado, é completamente diferente de estar em seu próprio datacenter”, disse ele. “Para um algotrader, estar ‘dentro’ de nós ainda importa muito.”

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“Nos próximos anos, pretendemos migrar até mesmo nossos ambientes críticos para a nuvem, com exceção talvez do ambiente comercial. Hoje, você ainda não tem a tecnologia ou os processos para executar negociações na nuvem. Nenhuma exchange internacional relevante tem isso na nuvem”, afirmou.

A B3 é altamente regulamentada, a segurança das transações é inflexível e cada processo de virtualização precisa de autorização regulatória ou pelo menos notificação. A B3 é supervisionada por mais de um vigilante por causa de seus múltiplos serviços financeiros: o Banco Central, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a seguradora Susep.

Workloads como a plataforma para investidores (Microsoft Azure) e uma plataforma para negociação eletrônica de ativos de renda fixa no mercado secundário já estão na nuvem.

AWS

A B3 possui um workload em execução na arquitetura de nuvem AWS. Mas Redenschi disse que também será migrado para Oracle e Microsoft. Não foi definido um prazo, pois o contrato da AWS foi assinado antes do da Oracle e da Microsoft.

Outra nuvem utilizada pela B3, ainda que indiretamente, é a do Google.

“Preferencialmente, com algumas exceções, nossos workloads serão executados em Oracle e Microsoft, principalmente os críticos. Uma das empresas que adquirimos funciona no Google Cloud Platform e tudo bem, ela continuará lá. Mas nossa parceria estratégica é com a Oracle e a Microsoft”, disse Redenschi.

Ele destacou que o uso da Microsoft oferece uma vantagem para alavancar novas tecnologias, como IA generativa. A Microsoft é a principal investidora da OpenAI, criadora do ChatGPT.

Segundo Redenschi, a B3 começou a realizar uma prova de conceito para o serviço copiloto de IA generativa no Office 365 da Microsoft.

“O benefício de nossas parcerias é esse. Somos os primeiros a adotar a IA generativa. Poucas empresas no Brasil conseguem participar disso com o Office 365. Isso foi possível graças à nossa parceria com a Microsoft.”

TIM

A TIM também tem a Oracle e a Microsoft como seus principais fornecedores de nuvem.

No entanto, a terceira maior empresa de telecomunicações do Brasil iniciou esse processo mais cedo. E, ao contrário da bolsa de valores brasileira, pretende fechar seus datacenters de TI.

Atualmente, a TIM migrou 85% de todos os workloads que definiu que iriam para a nuvem, disse Franklin de Oliveira, gerente sênior do centro de excelência em nuvem da TIM, à BNamericas.

Os pendentes são a plataforma de middleware da TIM, seu sistema SAP, além de alguns outros aplicativos, segundo Oliveira. Mas esse processo deve ser concluído até o final do ano.

Depois disso, o que sobrar em termos de sistemas ficará concentrado no datacenter da empresa em São Cristovão, no Rio de Janeiro. A TIM já se desfez de alguns de seus datacenters de TI com a migração para a nuvem, sendo o último deles um datacenter em Porto Alegre que vendeu para a Elea Digital.

Além do site do Rio de Janeiro, o outro datacenter de TI da TIM fica em Santo André, no estado de São Paulo. Deve ser o próximo no processo de descomissionamento.

Ao fechar os datacenters de TI com a migração para a nuvem, a TIM também está expandindo uma rede de datacenters de borda, aqueles usados para conteúdo e serviços. Oliveira disse que a operadora já tem cerca de 60 sites de ponta em todo o país.

Apelidado de Journey to Cloud, o projeto cloud da TIM foi definido em 2020 e iniciado em março de 2021, englobando Google, Oracle e Microsoft.

Na TIM, a nuvem do Google é usada principalmente para tecnologias analíticas, a da Oracle principalmente para bancos de dados e processamento de back-end e o Azure da Microsoft para canais digitais e aplicativos de front-end.

“Ser multicloud nos dá a oportunidade de colocar o workload no melhor provedor, tecnicamente e em termos de custo”, disse Oliveira.

“Costumava levar um mês, dois, para comissionar o hardware em nosso datacenter quando queríamos lançar um aplicativo. Hoje, eu dou ‘up’ na infra em 3 a 4 horas. Com o código pronto, lançamos o aplicativo, o que acontece em menos de três dias”, completou.

A TIM também iniciou projetos com IA generativa, embora o executivo tenha se recusado a compartilhar detalhes.

ORACLE

Multicloud é a aposta da Oracle para uma nuvem distribuída.

Além de sua aliança principal com o Microsoft Azure, a empresa, em 2022, também disponibilizou seu banco de dados MySQL HeatWave na AWS. E também pode se conectar ao Google.

“Acreditamos em um formato aberto e interoperável”, disse Ricardo Urresti, diretor de desenvolvimento de negócios em nuvem da Oracle, durante o evento.

A Oracle vem ganhando participação no mercado de nuvem pública, embora ainda esteja atrás de AWS, Microsoft, Google e Alibaba e IBM.

No ano fiscal encerrado em maio, a receita da Oracle Cloud atingiu US$ 4,4 bilhões, um aumento de 54% em relação ao ano anterior. As vendas de nuvem representaram US$ 1,4 bilhão de infraestrutura as-a-service, alta de 76%, e US$ 3 bilhões de software as-a-service, alta de 45%.

Parte da explicação para esse crescimento está no negócio multicloud.

“Vimos muita adoção de nuvem híbrida e multinuvem. Mais de 85% das corporações na América Latina usam essas arquiteturas”, disse André Oliveira, líder de nuvem, infraestrutura e engenharia da Accenture para a América Latina.

Segundo Oliveira, as empresas segmentaram os workloads dependendo da aplicação durante uma primeira onda de multinuvem. “Agora, as empresas estão executando o mesmo workload em diferentes nuvens, o que é muito mais complexo.”

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