
Destaque: as oportunidades e desafios na conexão das rodovias brasileiras
Implementação de tecnologia de tráfego de fluxo livre em rodovias pedagiadas, melhorias na segurança e rastreamento de cargas, adoção de software BIM de engenharia para construção de estradas e, até mesmo, o uso de drones para auxiliar nos levantamentos topográficos do terreno.
Estas são algumas das possibilidades possibilitadas pela conectividade constante e confiável nas rodovias brasileiras, que podem reduzir custos para concessionárias de rodovias, empresas de transporte e setor público, além de aumentar a eficiência da logística nacional, segundo governantes, executivos e especialistas, em palestra durante o primeiro fórum de inovação em transporte, promovido pelo Instituto de Transportes e Logística (ITL), vinculado à Confederação Nacional dos Transportes (CNT).
O presidente da CNT, Vander Costa, disse que o evento está sendo realizado em resposta ao leilão do 5G, realizado em novembro, o qual inclui obrigações para os compradores de espectro fornecerem conexões nas estradas brasileiras.
“Acreditamos que o crescimento da conectividade nas rodovias brasileiras será um marco histórico para o setor. O que precisamos agora é saber quais tecnologias estão disponíveis no Brasil e o que pode ser feito para criar rodovias mais modernas”, disse Costa no evento híbrido, realizado nesta quarta-feira.
Em parte devido ao seu enorme tamanho, as redes logísticas do Brasil historicamente tiveram que lidar com intermitência ou completa falta de conectividade. Além de afetar a produtividade, isto também é uma questão de segurança.
“Nós, transportadores, sabemos que uma rodovia sem pontos cegos de comunicação é mais segura, principalmente na perspectiva de roubos de carga”, disse Costa, acrescentando que os criminosos têm conhecimento exato dos locais onde falta conectividade e como explorá-los.
O secretário executivo do Ministério da Infraestrutura do Brasil, Marcelo Sampaio, destacou que o país sofre historicamente com problemas de conectividade nas rodovias e destacou que o recente leilão do 5G previa investimentos de cerca de R$ 40 bilhões (US$ 7,7 bi) para expandir infraestrutura e conectividade, inclusive nas rede de estradas do país.
De acordo com as regras do leilão, a Winity Telecom, vencedora do bloco de espectro nacional na faixa de 700 MHz, deve habilitar cobertura de internet móvel 4G ou superior (5G) em cerca de 36.000 km de rodovias federais.
A Winity é de propriedade do fundo Pátria Investimentos, ele próprio um agente do setor rodoviário, com três concessões ativas no país.
Winity e Pátria têm até 2029 para completar essa meta de cobertura. Até dezembro de 2023, a rede deve estar presente em pelo menos 10% das rodovias e, a partir de então, os prazos subsequentes são anuais. Até 31 de dezembro de 2029, todas as rodovias deverão ter conexão.
A região que terá o maior número de rodovias conectadas será o Nordeste (11.200 km), seguido pelo Centro-Oeste (7.500 km), Norte (7.200 km), Sudeste (5.200 km) e Sul (4.400 km).
FLUXO LIVRE, DRONES, BIM
Marcello da Costa, secretário nacional de Transportes Terrestres do Ministério da Infraestrutura, disse que uma maior conectividade nas estradas e rodovias será um importante suporte para as iniciativas de modernização do sistema logístico que estão sendo promovidas pelo governo.
Uma delas é a tecnologia de fluxo livre, que utiliza sensores para calcular o pedágio por quilômetro rodado dos veículos, eliminando a necessidade de os motoristas pararem ou mesmo passarem nas áreas de pedágio. A tecnologia de fluxo livre já está sendo exigida para novos contratos de concessão no país.
“O sistema levará a uma maior equidade, com a cobrança de portagens por quilómetro percorrido, bem como a um aumento do número total de pagantes, o que tende a reduzir as tarifas individuais”, disse da Costa.
O secretário também disse que uma conectividade mais onipresente poderá permitir o uso generalizado de drones para levantamentos topográficos.
Costa acrescentou que o uso da plataforma Building Information Modeling (BIM), software normalmente utilizado para projetos de engenharia e arquitetura, significa que “os prazos e custos podem ser reduzidos”.
“A tecnologia se encaixa em todo o ciclo dos projetos de infraestrutura”, disse o secretário.
HUAWEI
A gigante chinesa de telecomunicações Huawei – principal patrocinadora do evento – acredita que, independentemente das obrigações de investimento vinculadas ao leilão de espectro, é possível avançar com conectividade. Além disso, a empresa considera que o wi-fi é a tecnologia mais adequada para fazê-lo.
João Felipe Palma, gerente de contas da Huawei para o setor de transporte no Brasil, disse que atualmente duas tecnologias estão sendo consideradas possíveis para fornecer conectividade em estradas em todo o mundo: wi-fi (que usa espectro não licenciado) e 4G LTE (que usa espectro licenciado).
“A Huawei entende que, neste momento inicial, a tecnologia que faz mais sentido é o wi-fi”, disse.
Segundo Palma, o wi-fi específico para uso em rodovias permite a entrega rápida de sinal para objetos que trafegam a até 120 km/h e permite outras possibilidades, como a localização precisa do aparelho ou veículo.
O presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR), Marco Aurélio Barcelos, porém, alertou que a tecnologia não deve ser especificada nos contratos de concessão e nos marcos regulatórios, devido ao risco de a tecnologia necessária tornar-se rapidamente desatualizada.
Ele acrescentou que já existe tecnologia em operação em algumas rodovias para facilitar o fluxo de veículos: etiquetas eletrônicas de pagamento para que os motoristas não precisem parar e pagar os pedágios pessoalmente.
Rafael Vitale, chefe da ANTT, disse que uma das questões mais prementes para o órgão de fiscalização é conciliar os avanços tecnológicos com os marcos regulatórios.
“Existem demandas urgentes, como oferecer cobertura wi-fi e colocar em prática o fluxo livre. Por isso, estamos pensando em contratos com cláusulas flexíveis”, disse Vitale.
Em 2019, a ANTT inaugurou seu centro nacional de supervisão operacional (CNSO), com o objetivo de processar, armazenar e analisar dados do sistema de transporte terrestre, além de possibilitar insights para melhorar a fiscalização do setor.
Segundo Vitale, o objetivo final é que o CNSO se torne o “sistema de tráfego aéreo brasileiro” para o transporte terrestre.
SINERGIAS
Artur Coimbra, secretário de Telecomunicações do Brasil, destacou as sinergias entre os setores de telecomunicações e transporte, citando que muitos países têm ministérios que combinam estes dois segmentos.
Coimbra disse que, além da cobertura rodoviária exigida pelo leilão do 5G, o decreto presidencial que regulamenta a lei federal de antenas também facilita a implantação desses sites ao longo de rodovias e ferrovias.
Por fim, no que diz respeito ao setor aeroportuário, Coimbra observou que o debate sobre a interferência do 5G em aeronaves não se aplica ao Brasil porque o país utiliza uma faixa no espectro de 3,5 GHz para 5G diferente da utilizada nos EUA.
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