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Destaque: ‘big techs’ apostam em energias renováveis na América Latina

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Destaque: ‘big techs’ apostam em energias renováveis na América Latina

A abundância de recursos de energia renovável por um custo relativamente baixo está posicionando a América Latina como uma região atrativa para grandes empresas de tecnologia, e algumas delas pretendem instalar projetos para limpar suas operações e compensar as emissões de carbono.

Fontes do mercado revelaram à BNamericas que pelo menos cinco novas parcerias diretas entre empresas do setor de energia renovável e provedores de hiperescala, que desenvolvem datacenters para grandes empresas de nuvem, estariam em negociações avançadas.

“Nossa principal aposta é a solar, e estamos em negociações no Nordeste do Brasil, assim como no Chile, mas não só isso. O processo vem como uma demanda específica de um grande cliente internacional de nuvem”, disse à BNamericas um executivo do segmento de datacenters da América Latina, sob condição de anonimato.

A disponibilidade de energia é uma questão fundamental para a operação de um datacenter, tanto quanto a fibra ótica, de acordo com um relatório da consultoria imobiliária JLL.

A questão energética é tão importante que países como os Estados Unidos e a Holanda estão restringindo a implantação de novos datacenters em determinados locais, segundo a JLL. Isso abre oportunidades em outras regiões, como a América Latina, sobretudo no México e no Brasil, de acordo com César Mello, diretor de projetos e serviços de desenvolvimento da JLL.

A Atlas Renewable Energy, empresa tradicional do setor, estaria prestes a concretizar seus primeiros projetos com a indústria de datacenters na América Latina, relatou o vice-presidente comercial global da empresa, Luiz Ballester, à BNamericas neste mês.

Em 20 de agosto, a Atlas realizou seu primeiro evento regional em São Paulo para discutir o fornecimento de energia renovável para datacenters. Entre os participantes estava Rogerio Piovesan, diretor de engenharia e construção de datacenters da empresa de datacenter e fibra V.tal.

No final de maio, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou um acordo da V.tal com a Atlas, e um com a Atiaia Energia, para investimentos em parques solares nos estados de Pernambuco e Minas Gerais.

As usinas abastecerão a infraestrutura própria da V.tal no Brasil e a geração excedente poderá ser vendida no mercado livre.

Com a Atlas, a V.tal operará nove consórcios de autogeração solar, de acordo com os documentos da transação.

O acordo envolve usinas instaladas em um complexo fotovoltaico nas cidades mineiras de Arinos e Buritizeiro. O complexo de Arinos foi comprado em março pela Atlas da Shell Brasil. Já o complexo de Buritizeiro é novo.

Na América Latina, a Atlas tem 5 GW de capacidade vinculada a centrais no Brasil, Colômbia, Chile e México.

A V.tal e a Atiaia formalizaram outros dois consórcios por meio das subsidiárias Sol do Agreste Geração de Energia e Solar do Nordeste Energia Renovável, visando viabilizar a autoprodução nos parques eólicos Sol do Agreste I, IV e V.

Esses parques eólicos totalizam 103 MW e estão instalados nos municípios de Tacaimbó e São Caetano, em Pernambuco.

A BNamericas também informou que a provedora de datacenters Odata adquiriu no ano passado uma participação minoritária no parque eólico Assuruá IV, de 212 MW, da Omega Energia, em Xique-Xique, no estado da Bahia.

Com esse investimento, a Odata se tornou a primeira provedora de datacenter de hiperescala da América Latina a ter 100% do consumo de energia de seus sites proveniente da participação direta em projetos de energia renovável.

Em 2019, o Google assinou um contrato com a AES Chile para construir 23 turbinas eólicas na região chilena de Biobío. O projeto era parte de um portfólio híbrido de energia eólica e solar, que visa instalar 125 MW de capacidade de geração de energia limpa e abastecer os datacenters do Google. O parque eólico já está em operação.

No Brasil, a Amazon investiu em dois projetos de energia renovável, que estão ajudando a abastecer as operações locais da empresa com energia renovável – como datacenters, edifícios corporativos e centros de distribuição.

Os projetos são um parque solar de 122 MW, com um investimento de R$ 2 milhões em programas de proteção ambiental durante as fases de construção, e um parque eólico de 49,5 MW, localizado no complexo eólico Seridó, no Rio Grande do Norte.

Segundo a Amazon, juntos, os dois projetos têm capacidade para gerar mais de 530 GWh de energia limpa por ano e abastecer 100.000 residências.

O projeto do complexo eólico Seridó foi anunciado pela Amazon em novembro e está sendo desenvolvido pela Elera Renováveis. Uma vez em operação, a expectativa é que o parque ajude a evitar a emissão de 148.000 t de CO2, mas a empresa não divulgou um cronograma.

“A Amazon está comprometida em continuar com a inovação sustentável e implementar programas que demonstrem seu compromisso com a sustentabilidade”, disse o vice-presidente global de IA generativa da AWS, Vasi Philomin, em um evento realizado na semana passada com jornalistas em São Paulo para abordar os impactos da IA no consumo dos datacenters.

Atualmente, datacenters em todo o mundo consomem de 1-2% da energia total, mas essa porcentagem provavelmente aumentará para 3-4% até o final da década, de acordo com o Goldman Sachs.

A Amazon não é a única empresa do setor de TIC a firmar uma parceria com a Elera.

Um mês antes do anúncio da Amazon, a Vivo, maior operadora do país, lançou uma parceria com a Elera Renováveis para se tornar autoprodutora de energia com quatro parques solares, totalizando 237 MW.

O complexo destinado à Vivo está instalado em Janaúba, Minas Gerais, e deverá abastecer mais de 200 unidades consumidoras de média tensão.

“A entrada em autoprodução reduz a dependência na aquisição de energia no mercado livre e torna a empresa menos suscetível a variações de preço”, afirmou a Telefônica na ocasião.

A Amazon também anunciou que atingiu a marca de 100 “hubs logísticos” atendendo sua operação de e-commerce no país, parte deles sustentáveis.

Os parceiros logísticos da empresa incluem a Azul Linhas Aéreas, que oferece transporte aéreo para vários destinos no país, além da To do Green, que opera uma frota de veículos elétricos no Brasil.

No entanto, a Amazon não divulga o tamanho dessa frota elétrica.

Em comparação, seu principal rival na América Latina, o Mercado Livre, planeja aumentar sua frota de veículos elétricos de mais de 2.300 para 10.000 nos próximos cinco anos.

Em 2023, o Mercado Livre registrou a entrega de 2.321 veículos elétricos no Brasil, México, Colômbia, Chile, Uruguai e Argentina.

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