Destaque: expansão dos maiores backbones de fibra da América Latina
Vários países da América Latina estão em processo de expansão de seus backbones de fibra ótica, que estão na base das redes de telecomunicações e entre as infraestruturas mais críticas para o transporte de dados.
Grandes projetos estão em andamento no Brasil, Argentina, México e Chile, com a BNamericas aqui fornecendo uma atualização detalhada do status dos que são de fundamental importância para esses países.
Também conhecidas como redes dorsais/tronco, essas estruturas geralmente percorrem milhares de quilômetros, conectando os servidores centrais das operadoras de telecomunicações a pontos de internet e redes de acesso (backhauls) e redes de última milha. Com várias nações de grandes proporções territoriais, como o Brasil, a América Latina possui alguns dos mais extensos backbones do mundo.
OI/V.TAL DO BRASIL
Considerado o maior da América Latina, o backbone óptico de 400 mil km da Oi agora é operado pela V.tal, empresa fundada como parte do processo de separação estrutural da telco brasileira.
Em outubro passado, a Oi assinou contrato com a GlobeNet e fundos administrados pelo BTG Pactual formalizando a venda de 57,9% de seu negócio de infraestrutura de fibra – incluindo o backbone – para a criação da joint venture V.tal, por R$ 12,9 bilhões.
O negócio está pendente de liberação do órgão de fiscalização antitruste Cade e do regulador de telecomunicações Anatel.
A espinha dorsal da Oi, herdada pela V.tal, está presente em mais de 2.300 municípios.
Agora será estendida e utilizada para a oferta de conectividade neutra e atacadista para terceiros que tenham a Oi como cliente âncora. A V.tal espera atingir 32 milhões de casas com fibra de última milha até 2025, com 30 bilhões de reais em investimentos.
Na semana passada, a V.tal divulgou um contrato com a operadora de internet gaúcha Voa Telecom. A Oi e a V.tal dizem ter mais novos contratos em andamento e em negociação.
“Com a expansão da rede da V.tal e também a disponibilização do produto FTTP (fiber to the pole), pretendemos operar em cinco anos com rede 80% neutra e 20% rede própria. No longo prazo, em 10 anos, nossa perspectiva é chegar a 100% com uma rede neutra, sendo a Voa responsável [apenas] pela última milha [conectividade], entrega de produtos e relacionamento com o cliente”, disse o CEO da Voa, Márcio Alves, em comunicado.
O segundo maior backbone privado do Brasil é o da Embratel, empresa B2B da América Móvil, com 370 mil km de extensão.
Na foto: backbones de fibra do Brasil no final de 2019. Fonte: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos
REFEFO DA ARGENTINA
Sob responsabilidade da estatal Arsat, o backbone de fibra federal da Argentina, Refefo, começou a ser implantado em 2010 e abrange 34.500 km, dos quais 31.876 km estão iluminados (em atividade).
A rede grossista atinge mais de 1 mil localidades em 24 províncias, através de 1.104 pontos de ligação, segundo os últimos dados disponíveis. Só a província de Buenos Aires tem 6.753 km de fibra iluminada.
A Refefo está agora na fase três, que envolve a implantação de 4.500 km e a chegada em 280 novas localidades, até 2023. O governo estima que a nova fase exigirá 7,65 bilhões de pesos (US$ 72,3 milhões) em investimentos, com um custo total do projeto de 13,2 bilhões de pesos.
Em outubro, a Arsat assinou um acordo com o BID para um empréstimo de US$ 100 milhões para apoiar a extensão da rede.
As províncias da Argentina também têm acordos e projetos para conectar-se à Refefo e implantar redes de última milha.
Refefo em 2021. Fonte: governo argentino
DORSAL VERMELHO CFE DO MÉXICO
O México criou a CFE Telecomunicaciones em 2019 como subsidiária de telecomunicações da empresa federal de energia CFE e o programa Internet para Todos, visando estender o backbone do país e levar conectividade a 1.711 municípios em todos os 32 estados.
O backbone aproveita a infraestrutura de fibra escura existente da CFE, consistindo em dois pares de fibra instalados em linhas de transmissão de energia que cobrem 25 mil km.
Em dezembro de 2020, o governo do presidente Andrés Manuel López Obrador anunciou um plano de investimento de cinco anos de 11 bilhões de pesos (US$ 530 milhões) no Internet para Todos.
As fases 0 e 1 deveriam ser concluídas até o final do ano passado com a instalação de 82 equipamentos DWDM-LH (Dense Wavelength Division Multiplexing – LongHaul) para iluminar a fibra em 11 rotas e implantar mais 3 mil km de redes de última milha.
Acordos regionais para levar a rede às localidades também estão em andamento.
Na semana passada, CFE Telecomunicaciones e Internet para Todos informaram que 70 pontos de acesso gratuito à Internet foram ativados em 11 municípios.
O governo estima que mais de 965 mil pessoas serão beneficiadas com esses serviços nos estados de Baja California (cidade de Tijuana), Campeche (Campeche e Seybaplaya), México (Chalco e Texcoco), Jalisco (Puerto Vallarta), Morelos (Ayala), Nayarit (Bahia de Banderas), Quintana Roo (Solidaridas), Tabasco (Nacajuca) e Yucatan (Progreso).
O objetivo final do programa é reduzir as desigualdades digitais regionais e levar 4G e banda larga fixa para locais carentes.
A CFE Telecomunicaciones e a Internet para Todos funcionam ao lado da rede grossista 4G do país, Red Compartida.
FON DO CHILE
No Chile, a construção de cinco trechos do backbone nacional de fibra (FON) de 10 mil km do país está 63% concluída.
A empreitada de construção desses trechos foi licitada em 2020 e adjudicada à operadora WOM. A Telefónica Chile venceu a sexta e última etapa em maio do ano passado.
Lançado em maio de 2019, o projeto FON conta com um subsídio de 86 bilhões de pesos (US$ 111 milhões), o maior da história do setor de telecomunicações local. A FON deverá estar operacional no segundo semestre deste ano.
O backbone principal se conectará a duas outras redes dorsais: a Fibra Optica Austral do sul (FOA) e a Fibra Optica Tarapacá do norte (FOT).
No total, os três projetos envolverão 15.029 km de rede, duplicando a extensão atual e fornecendo conectividade de Visviri, no extremo norte, a Puerto Williams, no extremo sul.
Crédito da imagem: governo chileno
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