Destaque: investimentos das telcos em energia renovável na América Latina
As operadoras de telecomunicações e empresas de tecnologia da América Latina continuam investindo em fontes renováveis, principalmente solar e eólica, em medidas alinhadas com a agenda corporativa global de transição para fontes de energia limpa.
Este movimento, que começou nos últimos cinco anos, passou por uma aceleração e gerou novos arranjos de investimento, como a autogeração.
A subsidiária brasileira da Telefónica anunciou que se tornou a primeira empresa do setor a não só utilizar fontes renováveis, mas também gerar sua própria energia.
Mas a maior operadora de telecomunicações do Brasil não quer se tornar uma empresa de energia. Em vez disso, investiu diretamente em quatro parques solares, totalizando 237 MWp, desenvolvidos pela Elera Renováveis.
“A entrada em autoprodução reduz a dependência na aquisição de energia no mercado livre e torna a empresa menos suscetível a variações de preço no setor”, afirmou a Telefônica em um comunicado.
Além disso, diferentemente da geração distribuída, que atende majoritariamente ao consumo em baixa tensão, a autoprodução permite que a usina seja instalada em um local diferente daquele onde a energia é consumida, segundo a Telefônica.
Em outra iniciativa, a Telefônica Brasil anunciou em julho uma parceria com a Santo Afonso Energética, empresa brasileira de energia pertencente à gestora de ativos canadense Brookfield, para a operação conjunta de quatro usinas solares fotovoltaicas.
Assim como as unidades da Elera, elas também estão localizadas no município de Janaúba, em Minas Gerais. No total, a Santo Afonso possui seis plantas em desenvolvimento na região, todas com entrada em operação até o final do ano.
Como parte do seu programa de geração distribuída, a Telefônica tinha 55 das 85 usinas de energia renovável planejadas em operação em abril.
O investimento em autoprodução ganhou força em outros setores tecnológicos da região, especialmente quando se trata de alto consumo de energia.
Conforme relatado pela BNamericas, o grupo de datacenters Odata, com sede no Brasil, adquiriu no final de 2022 uma participação minoritária no parque eólico Assuruá IV, de 212 MW, da empresa de energia Omega Energia, no município baiano de Xique-Xique.
Com esse investimento, a Odata anunciou que se tornou o primeiro hiperescalador de datacenters na América Latina a ter energia para seus sites proveniente da participação direta em projetos de energia renovável.
“Provavelmente seremos uma das primeiras empresas de datacenter do planeta a realmente gerar sua própria energia limpa. Estamos nos tornando autogeradores de energia”, disse o CEO Ricardo Alário em entrevista à BNamericas.
TRANSIÇÃO ECOLÓGICA
Embora não visem necessariamente investimentos diretos ou autogeração, vários outros players de TIC da região avançaram com a “transição verde”.
A Telecom Argentina planeja atingir 22% de consumo de energia renovável até o final deste ano. A telco relatou 21 sites móveis com energia híbrida, com capacidade de geração de energia renovável de 133 MWh/ano.
A Liberty Latin America, um dos maiores grupos de telecomunicações da América Central e do Caribe, registrou uma participação de 31% de fontes renováveis em seu consumo total de energia no ano passado, ante 25% em 2021, de acordo com seu relatório de sustentabilidade mais recente.
O valor é uma média de todos os mercados em que atua na região. O grupo não divulga detalhes sobre as fontes de energias renováveis nem uma discriminação por país.
No geral, a Liberty Latin America afirma ter “feito progressos significativos” na avaliação das emissões de gases do efeito estufa, cobrindo as emissões da cadeia em valor de quatro dos seus maiores mercados: Costa Rica, Jamaica, Panamá e Porto Rico.
Recentemente, a LLA também assinou um acordo com o BID Invest para estruturar o que afirma ser o maior título vinculado à sustentabilidade (SLB) do setor de telecomunicações na América Central, no valor de US$ 450 milhões. A linha de financiamento se concentra principalmente na Costa Rica.
De acordo com o BID Invest, este foi o maior SLB estruturado pela entidade para o setor da economia digital até o momento.
A Millicom se comprometeu a reduzir as emissões absolutas de escopo 1 e 2 em 50% até 2030 e as emissões de escopo 3 em 20% até 2035, tomando 2020 como ano-base. A telco latino-americana emitiu até o momento dois SLBs diferentes.
Como parte de seus objetivos, o grupo concluiu o desenvolvimento de dois datacenters na Guatemala e no Paraguai, projetados para operar com um fator de eficiência de uso de energia de 1,5 e com uma redução energética estimada de 20% em comparação com seus datacenters tradicionais existentes antes nesses países, de acordo com seu último relatório ESG.
Em 2022, 28.208 MW do consumo de energia da Millicom, ou cerca de 4% do seu total de 776.985 MW, vieram de fontes renováveis, a maior parte através de PPAs no Panamá e certificados de energia renovável na Colômbia.
Em 2021, a Millicom adquiriu 18.772 MW de fontes renováveis, de um consumo total de 747.660 MW. “Adquirimos 3.826 MWh de eletricidade através do nosso PPA do Panamá em 2022 e continuaremos negociando novos PPAs à medida que estiverem disponíveis nas nossas regiões”, afirmou o grupo em um comunicado.
No México, a AT&T planeja implantar este ano “mais soluções de energia verde em escritórios de comutação móvel e sites sem fio. Todas essas iniciativas e práticas ajudarão a alcançar a neutralidade de carbono em um futuro próximo”, segundo um comunicado de novembro do ano passado.
O maior grupo de telecomunicações da região, a mexicana América Móvil, tradicionalmente divulga poucos detalhes sobre seu programa global de energias renováveis. No geral, o grupo pretende reduzir as emissões globais de escopo 1 e 2 em 52% e de escopo 3 em 14% até 2030, usando 2019 como base.
A última atualização do grupo mencionou que 54% do total de suas operações são abastecidas por energia limpa.
A operação brasileira da empresa é a mais avançada nessa frente.
Supostamente um dos maiores programas de geração distribuída entre empresas privadas do país, o Energia da Claro, da Claro Brasil, envolveu no início deste ano 85 usinas em operação, com mais de 200 MW de produção provenientes de fontes limpas como solar, hidrelétrica e biogás. O programa foi criado há cinco anos.
A TIM, outra operadora brasileira de telecomunicações, tem como meta contar com 100 usinas renováveis atendendo suas operações este ano. Até março, 64 faziam parte do programa, a maioria solares.
No Chile, a líder de mercado Entel reporta 136 antenas alimentadas por energia solar e 19 por energia eólica, enquanto a concorrente Movistar Chile planeja abastecer todas as suas instalações com energia renovável até 2030.
Em abril de 2021, a Acciona assinou um PPA de longo prazo 100% de energia renovável com a Movistar Chile, por meio do qual 40% da rede da empresa de telecomunicações será abastecida com energia limpa.
Na Colômbia, 53% da energia consumida pela Movistar em março de 2022 veio de fontes renováveis. A telco também pretende alimentar suas operações apenas com energia renovável até 2030, além de atingir zero emissões líquidas em 2040.
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