Destaque: o impulso por hidrogênio verde no Cone Sul
O hidrogênio verde vem progredindo na Argentina, Chile e Uruguai.
Cada um possui uma riqueza de potencial de energia renovável, bem como terras disponíveis, que os investidores precisarão alavancar para gerar as massas de eletricidade barata e limpa necessárias para ajudar a obter lucro.
Os países abrigam projetos voltados para atender a demanda ou aplicações locais, além de iniciativas de maior escala voltadas para o mercado de exportação.
Em toda a região da América Latina, projetos focados em exportação estão em alta, à medida que as partes interessadas entram em negociações com comerciantes e potenciais compradores.
Estes projetos, especialmente aqueles com compradores alinhados e sem risco, devem estar melhor posicionados para garantir o financiamento do setor privado.
A Europa, por conta das limitações de produção, é vista como um grande futuro comprador de hidrogênio verde da América Latina e de outras regiões.
O hidrogênio pode representar de 10 a 15% do mix de energia na Europa até 2050, afirmou Béatrice Buffon, vice-presidente executiva sênior da divisão internacional da empresa de energia francesa EDF e vice-presidente para a Europa no Conselho Mundial de Energia. Cerca de 30 Mt (milhões de toneladas) de hidrogênio – metade do que é requerido – precisariam ser importados por ano. O investimento necessário associado seria de US$ 1 trilhão, metade para produção e metade para infraestrutura logística. “Isto significa um grande investimento”, disse Buffon no início desta semana.
A crise climática e o estrangulamento energético da Rússia na Europa aguçaram o foco dos formuladores de políticas do Ocidente, em busca de alternativas aos combustíveis fósseis.
A amônia verde – mais fácil de transportar do que o hidrogênio e que pode ser usada nos setores de fertilizantes, combustíveis marítimos e geração de energia, entre outros – é hoje o transportador preferido. A produção global de amônia é de cerca de 200 Mt/a. Os projetos já comprometidos somam cerca de 10 Mt de amônia verde até 2030, com o pipeline completo de projetos chegando a 50 Mt, conforme afirmou recentemente à BNamericas Dolf Gielen, diretor do Centro de Inovação e Tecnologia da Agência Internacional para as Energias Renováveis (IRENA).
CHILE
O Chile deu início ao seu primeiro projeto piloto, que criará combustíveis sintéticos.
O projeto de US$ 51 milhões – Haru Oni – deve entrar em operação comercial no segundo semestre deste ano.
Com recursos eólicos e solares de excelência e um ambiente operacional favorável, o Chile também abriga outros 12 projetos de hidrogênio verde, todos em fase inicial de obras, de acordo com o banco de dados de perfis de projetos da BNamericas.
Entre eles está a iniciativa de amônia verde HNH, de US$ 3 bilhões, focada em exportação, com produção planejada de 850 mil t/a. O Chile – trabalhando em uma lei para tratar o hidrogênio como combustível, de modo a enviar um forte sinal ao mercado – também tem projetos de hidrogênio verde ligados ao setor de mineração local. A instalação da HNH deverá entrar em operação em 2028.
Em outras partes do mapa do hidrogênio verde, as empresas HyNewGen, Linde, Vopak e o porto de Rotterdam estão finalizando os estudos de viabilidade para o projeto Tango, uma planta com capacidade planejada de amônia verde de 430 mil t/a, de acordo com a imprensa local. O mercado-alvo é a Europa e a produção inicial, de 172 mil t/a, está prevista para começar a partir de 2027.
No ano passado, a distribuidora chilena de gás envasado Gasco e a uruguaia HyNewGen – anteriormente chamada Amprés – lançaram a Hy2All, empresa conjunta de hidrogênio. A empresa de logística Vopak possui seis terminais de amônia em todo o mundo e a Linde trabalha no setor de fornecimento de gás.
A Vopak e outros parceiros estão trabalhando em planos para construir um terminal de importação de amônia verde em Roterdã, que deverá entrar em operação em 2026.
ARGENTINA
O principal projeto de hidrogênio verde da Argentina é Pampas, de 2,2 Mt/a e US$ 8,4 bilhões, planejada para a província de Río Negro pela australiana Fortescue Future Industries. Embora o projeto ainda esteja em fase inicial de planejamento, a meta é iniciar as exportações a partir de 2027, segundo o governo provincial. Os deputados provinciais aprovaram projetos de lei associados em preparação e o trabalho da fase de estudos está em andamento.
Em outros lugares, a MMEX Resources Corporation, com sede no Texas, está avaliando a construção de uma instalação de produção de hidrogênio verde de US$ 500 milhões. De acordo com as autoridades provinciais de Tierra del Fuego, a MMEX planeja instalar 160 MW de capacidade de eletrólise no norte da província, juntamente com um parque eólico para alimentar o projeto. Ela produziria cerca de 20 mil t/a de amônia.
As autoridades disseram recentemente que estavam realizando estudos sobre o potencial da jurisdição como produtora de hidrogênio verde. A empresa Fractal ARG estava realizando o projeto.
A província de Jujuy também quer entrar na corrida do hidrogênio verde, com uma instalação – em fase de estudos – alimentada por uma usina solar térmica de 200 MW, informou o jornal argentino Infobae em março.
A Argentina tem uma riqueza de recursos eólicos e solares, além de grandes extensões de território inabitado. Um potencial freio ao apetite dos investidores, entretanto, é a alta inflação e os controles de capital do país.
URUGUAI
País de ventos abundantes e com um ambiente operacional favorável aos negócios, o Uruguai também está avançando rumo ao hidrogênio verde.
A Enertrag, empresa alemã de energias renováveis, anunciou recentemente um projeto – Tambor Green Hydrogen Hub – para produzir cerca de 15 mil t/a de hidrogênio verde e convertê-lo em e-metanol. A Enertrag fez parceria com a consultoria de engenharia local SEG Ingeniería para desenvolver a planta.
A produção seria usada na Alemanha para substituir cerca de 10% do metanol convencionalmente produzido a partir do petróleo russo na maior refinaria da Alemanha.
Autoridades uruguaias disseram anteriormente que processos de licitação também seriam lançados para projetos de produção de hidrogênio verde onshore e offshore, projetados para atrair investimentos privados. O Uruguai está de olho nos mercados interno e externo.
A estatal uruguaia de hidrocarbonetos (Ancap) assinou recentemente um memorando de entendimento de hidrogênio verde com a IFC, membro do Grupo Banco Mundial. O acordo poderia fornecer uma fonte de financiamento.
Em outra parte do mapa do hidrogênio verde do Uruguai, a agência nacional de pesquisa e inovação ANII publicou regras correspondentes a uma chamada para projetos de P&D de hidrogênio verde, com foco em produção.
As propostas devem ser entregues até 8 de junho, após a prorrogação do prazo. O governo estabeleceu um fundo de financiamento de projetos de US$ 10 milhões, que seria entregue como uma doação e desembolsado ao longo de 10 anos.
Os projetos devem envolver eletrolisadores com capacidade superior a 1,5 MW e estar em operação antes de 2025. Podem participar empresas uruguaias, bem como consórcios formados por empresas locais e unidades de players estrangeiros.
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