Destaque: o plano da província argentina de Entre Ríos para cultivar um ecossistema tecnológico

A província argentina de Entre Ríos está trabalhando na construção de um novo parque tecnológico em sua capital, a cidade de Paraná, para promover o estabelecimento de empresas e projetos de tecnologia que possam agregar valor às indústrias locais.

A região econômica de Paraná – que inclui a cidade de Santa Fé, na província de Santa Fé, do outro lado do rio Paraná – tem cerca de 60 empresas de tecnologia que empregam cerca de 2.000 pessoas.

O polo tecnológico, conhecido como Mirador TEC, poderá duplicar o número de pessoas empregadas no setor de tecnologia na região nos próximos anos, de acordo com Carlos Pallotti, diretor do projeto.

A Argentina possui mais de 30 polos tecnológicos, sendo Buenos Aires e Córdoba os principais. “Se olharmos para o número de funcionários, temos a Grande Buenos Aires, que hoje representa 70% da força de trabalho. Depois vem Córdoba e, depois dela […] Mendoza, Rosário, Tucumán, Mar del Plata-Tandil e Santa Fé-Paraná”, disse Pallotti. “Nosso objetivo não é apenas gerar empregos tecnológicos, mas também aprimorar as cadeias produtivas. Talvez não precisemos medir isso em termos de trabalhadores tecnológicos, mas sim pelo impacto na economia.”

As exportações da economia do conhecimento da Argentina chegaram perto de US$ 9 bilhões em 2024 – um aumento de 25% em relação ao ano anterior, de acordo com Pallotti.

Entre Ríos é uma província principalmente agrícola, mas tem uma importante indústria turística, para a qual a tecnologia pode ser adicionada para melhorar os processos.

“Temos a faculdade de bioengenharia, que foi a primeira na Argentina, com engenheiros altamente qualificados e também temos universidades que oferecem estudos de ciência de dados”, comentou à BNamericas Darío Spector, presidente do polo tecnológico do Paraná.

Entre Ríos planeja atrair mais de 18.000 estudantes de carreiras tecnológicas para a região. “Há sete universidades por aqui – cinco em Entre Ríos e duas em Santa Fé –, o que é uma fonte permanente de recursos, mas, ao mesmo tempo, muitos saem porque, apesar das muitas empresas que temos, não conseguimos contratar o número de estudantes que se profissionalizam”, acrescentou Spector.

A província também trabalha na criação de um fundo para financiar pequenas empresas e projetos de tecnologia, o qual deve ficar pronto no próximo ano. “A ideia é ter capital privado, além de organizações internacionais […], um fundo que sirva para impulsionar empresas, desenvolver empresas maiores e incubar projetos ou empresas”, complementou Pallotti.

O centro tecnológico Mirador TEC ficará localizado em um prédio de 8.000 m² já concluído, pertencente ao Instituto de Seguros de Entre Ríos (Iapser). O plano é oferecer um espaço de escritórios onde a comunidade tecnológica e científica possa trabalhar e colaborar na implementação de projetos inovadores.