Destaque: os credores por trás dos principais grupos de datacenters da América Latina
Os investimentos no mercado de datacenters da América Latina permanecem estáveis, com fundos, grupos de gestão de ativos e players focados em investimentos imobiliários participando ou se posicionando para tal.
Apesar de o aumento nas taxas de juros atrapalhar a lucratividade em alguns dos maiores mercados de dados da região, como o Brasil, a perspectiva geral é que as entradas de capital continuem a dar suporte às oportunidades de crescimento em torno da inteligência artificial (IA) e da nuvem.
Sob uma perspectiva financeira, o mercado continua atraente, com os players existentes se preparando para sair de empresas de portfólio bem-sucedidas e de alto valor, e outros se preparando para entrar, apurou BNamericas.
A maioria dos provedores de datacenters de hiperescala e colocation que operam na região continuam bem financiados com seus últimos aumentos, mas novas emissões, incluindo títulos verdes, bem como novas alocações de investidores, serão necessárias no curto prazo para dar suporte aos próximos projetos.
Contudo, quem exatamente está financiando esses players? Quem são os principais credores por trás dos principais grupos de datacenters da América Latina?
A BNamericas responde quem está investindo e onde.
SCALA
O principal investidor da Scala Data Centers é a DigitalBridge.
No entanto, o fundo de infraestrutura digital dos EUA ordenou que o Deutsche Bank sondasse o mercado sobre a empresa, enquanto busca novos parceiros investidores ou sai da Scala, apurou a BNamericas.
O banco foi um dos subscritores de um título de R$ 1,65 bilhão (atualmente US$ 302 mi) emitido em março de 2022 pela Highline do Brasil, uma empresa de portfólio também sob propriedade da DigitalBridge.
Ao contrário do que possa parecer, a DigitalBridge não está buscando se livrar de um ativo de baixo desempenho, mas sim entregar uma empresa muito mais valiosa e líder de mercado do que aquela que encontrou quando fez seu investimento inicial, ainda como Digital Colony, há mais de quatro anos.
Desde o início de 2023, a DigitalBridge garantiu investimento externo para suas empresas de portfólio Vantage, DataBank e Switch.
De acordo com uma fonte da empresa, na América Latina, a Scala está a caminho de encerrar 2024 com cerca de 300 MW em capacidade reservada, ante 130 MW no ano passado, além de uma carga muito maior planejada para os próximos anos.
Quando começou em 2020, com a aquisição das operações de datacenter da UOL pela Digital Colony para criar a Scala, o portfólio operacional era de pouco mais de 17 MW.
Considerando um valor de US$ 18 milhões a US$ 20 milhões por MW em transações globais semelhantes recentes, o valor patrimonial da Scala estaria bem acima dos US$ 2 bilhões inicialmente especulados no mercado para o ativo, ficando na faixa de US$ 5 bilhões a US$ 6 bilhões, segundo uma fonte.
Além da DigitalBridge, seus outros investidores são a Corporação Financeira Internacional (IFC) – um braço do Banco Mundial – e o Olayan Group, uma multinacional com portfólio de investimentos globais multibilionário. Em 2021, a DigitalBridge garantiu US$ 100 milhões da IFC para os projetos da Scala.
Outros credores e financiadores da Scala incluem Coatue e IMCO, de quem a Scala garantiu recentemente US$ 500 milhões.
A Scala também emitiu títulos verdes em 2023 e 2024, com coordenadores e participantes incluindo Bradesco BBI, UBS BB, Santander e Itaú BBA.
ODATA
Fundada em 2015 pelo Pátria Investimentos, a Odata foi vendida em 2023 para o grupo norte-americano Aligned Data Centers.
A Aligned, por sua vez, é de propriedade de fundos administrados pela australiana Macquarie Asset Management e pela BlueMountain Capital Management. O controle da Odata é dividido em 90% pelo Pátria, com uma participação de 10% pertencente ao fundo norte-americano de investimento imobiliário de datacenter CyrusOne.
Em 2022, os fundos KKR e GIP concluíram a aquisição da CyrusOne por US$ 15 bilhões.
Com a aquisição da Odata, a Aligned celebrou um acordo definitivo para receber um “investimento minoritário estruturado” na Odata de fundos administrados pela SDC Capital Partners.
A SDC é uma empresa de infraestrutura digital focada no desenvolvimento, propriedade e operação de datacenters de hiperescala globalmente, inclusive na América Latina.
Na verdade, entre os investimentos relatados pela SDC, que tem sede em Nova York, estão a brasileira Ascenty, cujos principais controladores são Digital Realty e Brookfield Infrastructure Partners.
SMBC, MUFG, Deutsche Bank, Nomura, BNP Paribas, Societe Generale, Credit Agricole, and Natixis, e outras instituições, estão financiando a Aligned e a ODATA com um empréstimo de US$1,225 bilhão, com saques de quantias pré-definidas a longo prazo.
A Odata assinou com o IFC em 2021 uma tranche de investimento no valor de US$30 milhões com foco na sua consolidação no Brasil e em 2022 uma nova tranche no valor de US$35 milhões para apoiar sua expansão no México. Mas hoje o IFC não faz parte do atual grupo de credores da Odata.
A Odata também aprovou uma linha de financiamento com o BNDES no passado, mas que não foi utilizada.
ASCENTY
Em outubro passado, a Ascenty – uma joint venture de colocation da Digital Realty na América Latina com a Brookfield – garantiu US$ 170 milhões em uma nova rodada de financiamento para dar suporte às suas operações no Chile. MUFG Bank, Natixis (filial de Nova York) e The Bank of Nova Scotia foram os credores.
O financiamento também incluiu Philippi Prietocarrizosa Ferrero DU & Uría Chile (PPU) assessorando o Nova Scotia como agente administrativo.
Em março do ano passado, a Ascenty levantou mais de US$ 1 bilhão em financiamento por um período de cinco anos por meio de dois instrumentos, focados principalmente em suas operações brasileiras.
O primeiro deles foi uma linha de crédito a prazo no exterior no valor de US$ 825 milhões, liderada por Itaú, Natixis, Nova Scotia, Credit Agricole, Banco MUFG Brasil e Mizuho.
A segunda envolveu a emissão de debêntures no mercado brasileiro por um valor equivalente a US$ 200 milhões, liderada pelo Bradesco. Os títulos foram emitidos em reais e trocados por dólares.
Em 2017, fundos administrados pela Blackstone Tactical Opportunities e SDC fizeram um investimento de capital na Ascenty para apoiar seus planos de crescimento.
EQUINIX
Os projetos de hiperescala da Equinix – os datacenters xScale – são amplamente financiados com recursos do GIC, fundo soberano de Singapura, e, mais recentemente, do Canada Pension Plan Investment Board (CPP Investments).
A Equinix tem um relacionamento de longa data com o GIC, tendo feito parcerias anteriormente em projetos de xScale na Ásia, Américas e Europa por meio de uma joint venture.
No mês passado, a Equinix expandiu a parceria, visando trazer a CPPI e levantar outros US$ 15 bilhões em capital, junto com os parceiros para expansão e novos projetos de hiperescala.
Credores conhecidos incluem Bank of America, Citibank, JPMorgan Chase, MUFG Bank, RBC Capital Markets, Goldman Sachs e HSBC Securities.
Também estavam envolvidos Barclays Bank, BNP Paribas, Deutsche Bank, ING Bank, Morgan Stanley Senior Funding, Sumitomo Mitsui Banking Corporation, Bank of Nova Scotia e a TD Securities, entre outros.
KIO
A mexicana Kio Networks é controlada pelo fundo americano I Squared Capital.
Sediada em Miami, a controladora concluiu sua aquisição da Kio em 2021, por meio do ISQ Global Infrastructure Fund III e do ISQ Growth Markets Infrastructure Fund.
A IFC também é uma investidora, tendo feito um investimento de capital de US$ 30 milhões na Kio por meio de alguns desses fundos.
A I Squared Capital expandiu sua presença na América Latina nos últimos anos, focando nos setores de energia, infraestrutura tradicional e infraestrutura digital.
Além da Kio, a I Squared anunciou recentemente um investimento de US$ 400 milhões na Órigo Energia, empresa brasileira de energia renovável.
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