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Destaque: os planos de investimento das maiores torreiras da América Latina

Bnamericas

Um crescimento do 5G mais lento do que o esperado, a consolidação das operadoras de telefonia móvel e a saturação de antenas em algumas áreas são vistos como desafios para o setor de torres de telecomunicações na América Latina.

A líder regional American Tower espera um crescimento mais fraco, enquanto a SBA está dobrando a aposta na aquisição de torres de operadoras sob um modelo conhecido como “sale and leaseback” (venda e arrendamento posterior) vinculado a contratos de arrendamento de longo prazo, visando expandir sua presença, reter clientes da operadora e reduzir o risco de rotatividade.

Outros grandes players regionais são Phoenix, IHS e Sites.

Entre os principais mercados, o Brasil, que responde por cerca de 35% dos 215 mil a 240 mil sites instalados na América Latina, tem registrado uma desaceleração na construção de torres, apesar do avanço do 5G.

A aparente contradição se deve, entre outras coisas, ao fato de que as operadoras locais estão priorizando principalmente a instalação de antenas em torres existentes e concentrando-se na expansão da tecnologia em centros urbanos com melhor infraestrutura móvel.

A seguir, a BNamericas detalha os principais investimentos e perspectivas de demanda das principais torreiras.

ATC

Maior empresa do setor, a American Tower (ATC) prevê que suas operações na América Latina continuarão em uma trajetória de baixo crescimento no futuro próximo. A consolidação das empresas de telecomunicações, os efeitos cambiais e as incertezas macroeconômicas explicam a perspectiva.

No terceiro trimestre de 2024, a América Latina apresentou um aumento interanual de 1,7% na receita de inquilinos (locações de sites) para a empresa, o menor de todas as suas geografias. No início deste ano, a ATC planejava investir US$ 150 milhões na região em 2024.

“Acreditamos que [a América Latina] retornará a um alto crescimento de um dígito, mas para os próximos anos estamos projetando um baixo crescimento de um dígito lá”, disse o CFO Rod Smith a investidores em uma teleconferência de resultados.

No geral, a ATC encerrou setembro com 48.247 sites implantados na América Latina, em comparação com 48.242 em junho. O portfólio inclui torres, sites internos e sistemas de antenas distribuídas externas (na sigla em inglês, DAS).

Somente o Brasil foi responsável por 22.675 do total, um aumento de 5 sites no trimestre, seguido pelo México (9.695, um aumento de 9).

Em seguida vieram Colômbia (4.958, queda de 8), Peru (4.424, queda de 2), Chile (3.821, alta de 1), Paraguai (1.452, alta de 1), Costa Rica (712, alta de 1) e Argentina (510, estável).

Considerando apenas torres, a empresa construiu 27 no trimestre e 98 nos primeiros nove meses do ano na América Latina, ante 46 e 96 nos mesmos períodos do ano passado, respectivamente.

No ano passado, a ATC não atingiu sua meta de implantação de torres na região.

Em 2023, a empresa planeja implantar cerca de 300 sites na região, para um total de 4.000 no mundo todo. No entanto, a ATC implantou apenas 210 torres na América Latina.

SBA

A SBA Communications vê a possibilidade de investimentos em computação de borda e avançou com acordos para aquisição de torres de telecomunicações na região.

Em outubro, a SBA assinou um contrato de US$ 975 milhões com a Millicom para aproximadamente 7.000 sites da empresa de telecomunicações na Guatemala, Honduras, Panamá, El Salvador e Nicarágua.

A Millicom será inquilina de cada local por meio de um acordo de arrendamento reverso por pelo menos 15 anos. Além disso, como parte do acordo de arrendamento, a Millicom concordou em estender todos os aproximadamente 1.500 arrendamentos existentes com a SBA por outros 15 anos.

Após o fechamento da transação, previsto para o final de 2025, a SBA se tornará a maior torreira da América Central, aumentando significativamente sua escala em quatro dos cinco países envolvidos na operação.

Até 30 de setembro, a empresa possuía ou operava 39.762 sites de comunicação, 17.477 nos EUA e 22.285 internacionalmente. Seu maior mercado fora dos EUA é o Brasil, que conta com 11.000 a 12.000 torres.

Além dos locais sob contrato com a Millicom, globalmente a SBA adquiriu ou está sob contrato para adquirir 45 locais por uma contraprestação agregada de US$ 16,3 milhões em dinheiro, que espera fechar até o final de março.

Os maiores clientes internacionais da empresa são Telefónica, América Móvil e TIM.

A Telefónica foi responsável por 21,6% das receitas de leasing de sites internacionais da SBA no terceiro trimestre, a América Móvil por 20,3% e a TIM por 14,8%. No mesmo período de 2023, a participação do grupo espanhol foi de 22,8%, enquanto a da América Móvil foi de 19,7%.

Na América Latina, a SBA opera no Chile, Colômbia, Costa Rica, Equador, El Salvador, Guatemala, Nicarágua, Panamá e Peru.

PHOENIX

Estima-se que a norte-americana Phoenix Tower International (PTI) possua mais de 29.000 torres de telecomunicações na Europa, EUA, América Latina e Caribe.

Em abril, a PTI garantiu um investimento global estratégico da Grain Management e da BlackRock para dar suporte à sua expansão para novos mercados. Os termos financeiros não foram divulgados.

Com base no mapa de portfólio interativo da PTI, a BNamericas estima que a América Latina e o Caribe sejam responsáveis por cerca de 12.000 desses sites. Um de seus principais clientes regionais é a Liberty Latin America.

Colômbia, Equador, Peru, Chile, México e partes do Caribe respondem pela maior parte de seu portfólio na América Latina. A PTI saiu do Brasil em 2020, vendendo seus sites para a Highline, parte do grupo DigitalBridge.

A PTI também investiu em acordos de venda e arrendamento com operadoras na América Latina. Em novembro de 2023, firmou um acordo para comprar 1.300 sites móveis da Liberty Latin America no Panamá, Jamaica, Bahamas, Porto Rico, Barbados e Ilhas Virgens Britânicas.

As empresas também anunciaram a implantação conjunta de 500 novos sites na região em cinco anos. O valor total do acordo chegou a US$ 407 milhões.

Em 2022, a PTI fechou um acordo semelhante de venda e arrendamento para até 3.800 locais no Chile com a WOM – que atualmente está em recuperação judicial – em um negócio no valor de US$ 930 milhões, que pode ter transformando a PTI no maior player no mercado chileno.

IHS

O grupo de infraestrutura de telecomunicações IHS Towers expandiu o número de torres e inquilinos para seus sites na América Latina, mas registrou uma redução na receita e no capex relacionados às operações regionais.

Na América Latina, a empresa opera no Brasil e na Colômbia. No geral, a IHS encerrou o terceiro trimestre com 8.354 torres instaladas nesses dois países – alta interanual de 8,9%. Do total, 8.109 estavam no Brasil e 245 na Colômbia.

“Na Colômbia, temos duas opções: ou se desfazer da operação ou crescer. Por enquanto, nossa aposta é crescer. Acreditemos que é um mercado que está chegando em um ponto de inflexão interessante com a chegada do 5G”, disse à BNamericas em outubro o CEO para a América Latina e diretor de inovação do grupo, Farès Nassar.

No Brasil, a IHS reorganizou suas operações aumentando a integração dos negócios de torres e fibra. Diferentemente da maioria dos outros players de torres que operam no mercado, a IHS tem uma operação de fibra, denominada I-Systems, em joint venture com a TIM. Além disso, opera diferentes estruturas de torres.

A expectativa é que o 5G densifique gradualmente a rede.

O Brasil é o segundo maior mercado da empresa, depois da Nigéria, mas o primeiro está crescendo mais rápido, tem mais oportunidades de mercado e melhores condições macroeconômicas e políticas do que o país africano, segundo Nassar.

Durante o terceiro trimestre de 2024, a IHS construiu 160 torres na região, somando-se às 151 construídas no quarto tri e 161 no primeiro. No mundo todo, conta com 40.650 torres.

A empresa revisou sua previsão global de capex para este ano, mas manteve sua expectativa de implantar aproximadamente 850 unidades no mundo todo, das quais cerca de 600 estão no Brasil. A IHS tem agora como meta uma faixa de investimento de US$ 270 milhões a 300 milhões, em comparação com a faixa anterior de US$ 330 milhões a 370 milhões.

SITES LATAM

A Sitios Latinoamerica (ou Sites Latam) – uma cisão da América Móvil – planeja aumentar seu capital em 3 bilhões de pesos (US$ 150 milhões) para atender à demanda.

O grupo está entre os que mais implantam torres na América Latina, principalmente para atender às operações da Claro.

A Sites operou 36.201 torres na América Latina em setembro, um aumento de 423 em relação a junho e de 1.532 novos sites em relação a setembro de 2023. O Brasil é seu maior mercado na região, com 11.670 sites.

O grupo contava com 9.528 torres no Chile, Equador, Peru e Colômbia (região andina); 8.032 na Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Nicarágua e Panamá (América Central); 5.449 na Argentina, Uruguai e Paraguai (AUP); e 1.522 em Porto Rico e na República Dominicana (Caribe).

No terceiro trimestre de 2024, a Sites registrou 43.952 acordos individuais para sites e equivalentes, um aumento interanual de 2.501 acordos.

Durante o terceiro trimestre, o crescimento foi impulsionado pelo Brasil e pela região andina, contribuindo com 183 e 144 novos sites, respectivamente. No final do trimestre, a torreira também revelou que tinha 232 sites adicionais em estágios avançados de construção na América Latina.

“Acreditamos que o potencial do mercado brasileiro é enorme e que podemos aumentar nosso ritmo de construção nos próximos trimestres. O Brasil, sem dúvida, continuará sendo um elemento essencial nos próximos anos”, informou a empresa em um comunicado.

Na região andina, o crescimento nos últimos 12 meses foi liderado pelo Peru e pela Colômbia.

“Estamos convencidos de que a região andina será um ator-chave no futuro, e que a Colômbia será um motor de crescimento na região nos próximos anos.”

OUTROS PLAYERS

Outros grandes players na América Latina incluem as empresas de propriedade da DigitalBridge, Highline (Brasil), Mexico Telecom Partners (MTP) e Andean Telecom Partners (ATP).

A Highline tem cerca de 13.500 sites implantados no Brasil, com contratos “take or pay” – que estipulam condições envolvendo consumo mínimo – de longo prazo com as principais operadoras de telefonia móvel do mercado. É a segunda maior torreira do país, depois da American Tower. Recentemente, a Highline garantiu um empréstimo do BNDES para expandir sua presença.

A MTP relata mais de 3.500 sites (torres, telhados, DAS, pequenas células, entre outros) e 6.500 contratos gerenciados.

Atuando no Chile, Colômbia, Peru e Equador, a ATP não atualizou sua base de torres.

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