Destaque: os projetos de cobre da Glencore no Chile e na Argentina

A mineradora suíça Glencore investirá cerca de US$ 400 milhões até 2026 nos estudos de viabilidade e nas obras iniciais dos projetos argentinos de cobre Mara e El Pachón. Além disso, continuará colaborando no Chile com a construção de uma planta de dessalinização em Collahuasi e promovendo a automação em Lomas Bayas.

Mara, El Pachón e Collahuasi são essenciais para o objetivo da empresa de aumentar a produção de cobre em 1 milhão de toneladas por ano (Mt/ano), de acordo com o plano de ação climática definido para os próximos dois anos.

No primeiro semestre, a Glencore gastou US$ 61 milhões no desenvolvimento de Mara e El Pachón, enquanto Collahuasi recebeu US$ 446 milhões, segundo o relatório do primeiro semestre de 2024.

O início das operações em Mara, na província de Catamarca, no norte da Argentina, está previsto para o final de 2026. O projeto exigirá US$ 2,78 bilhões e deverá atingir uma produção de 278 mil t/ano de cobre por 28 anos.

Em El Pachón, localizado na província de San Juan, o investimento será de US$ 5,6 bilhões para produzir 350 mil t/ano durante 25 anos, com o início das obras estimado para o final de 2025, segundo dados da BNamericas.

Mara e El Pachón são de propriedade 100% da Glencore.

COLLAHUASI

No Chile, a empresa controla 44% da Minera Doña Inés de Collahuasi, uma joint venture com a Anglo American, que também controla 44%. Um consórcio japonês liderado pela Mitsui detém os 12% restantes.

Com base em sua participação, a Glencore recebeu durante o primeiro semestre 125 mil toneladas de cobre em concentrado de Collahuasi, 9% a mais que no mesmo período de 2023, devido aos melhores teores de minério e ao comissionamento de um quinto moinho de esferas.

A produção total teria totalizado 284.090 toneladas, em conformidade com o volume do ano passado de 577 mil toneladas de cobre fino.

Atualmente, está em construção um projeto de desenvolvimento de infraestrutura e capacidade de produção no valor de US$ 3,2 bilhões para garantir a continuidade por 20 anos e aumentar o processamento de 170 mil t/d para 210 mil t/d.

Sob o escopo deste projeto, está sendo implementada uma central de dessalinização com capacidade de 1.050 l/s.

Este mês, o Serviço de Avaliação Ambiental do Chile (SEA) aprovou a adaptação do cronograma de bombeamento de água da bacia do salar Coposa por 18 meses. O projeto de US$ 5 milhões permitirá continuação do recebimento de água continental entre 2025 e 2026 devido ao atraso nas obras da planta de dessalinização.

LOMAS BAYAS

Além da continuidade operacional de Lomas Bayas, um projeto de US$ 254 milhões que a Glencore controla exclusivamente na região de Antofagasta e que visa aumentar a produção de cobre para 80 mil toneladas anuais, a empresa está planejando automatizar a mina.

Chamada de Lomas Lab, a iniciativa busca reforçar a segurança e a produtividade, disse Marcelo Navarrete, superintendente de gestão integrada e operação autônoma de Lomas Bayas, em um evento no final de julho.

Desde o ano passado, a empresa está incorporando plataformas de perfuração autônomas e convertendo a frota de caminhões Komatsu. Os veículos têm a vantagem de operar em uma localização de “de baixa altitude, com clima bom e a 90 minutos da cidade de Antofagasta, com acesso a porto e aeroporto”, indicou Navarrete.

Ao mesmo tempo, está instalando um sistema de monitoramento online em tempo real para controlar equipamentos e veículos autônomos, enquanto otimiza a rede de comunicações, a sala de controle, os servidores e outros componentes.

No primeiro semestre de 2024, Lomas Bayas produziu 37,2 mil t, 25% acima do volume do mesmo período do ano passado.

METAS CLIMÁTICAS

Para alcançar a neutralidade de carbono até 2050, a Glencore pretende reduzir as emissões de escopos 1, 2 e 3 em 15% até o final de 2026, 25% até 2030 e 50% até 2035 em relação aos níveis de 2019.

Entre as medidas em avaliação estão a utilização de biocombustíveis, hidrogênio, mais contratos de energias renováveis e a instalação de plantas eólicas ou solares nas operações.