Destaque: panorama do setor de telecomunicações do Chile

O 5G, que foi ativado no Chile em 16 de dezembro, tornando o país o primeiro da América Latina a ter a tecnologia, atingiu mais de meio milhão de usuários nos primeiros quatro meses de serviço, de acordo com as estatísticas oficiais.

A tecnologia alcançou no final de abril o mesmo número de conexões 4G feitas nos primeiros 12 meses da modalidade.

Os números do 5G são um dos destaques do mais recente relatório de estatísticas do setor de telecomunicações chileno, divulgado pelo regulador Subtel.

As estatísticas também mostram que a fibra continua crescendo em ritmo acelerado, tornando-se a principal tecnologia de internet fixa do país, enquanto a telefonia fixa segue em declínio.

No geral, o Chile encerrou abril com 59 milhões de acessos de telecomunicações, número ligeiramente abaixo dos 59,4 milhões registrados no final de 2021.

A BNamericas traz uma visão geral do mercado, com base nos números de janeiro a abril da Subtel. Algumas das estatísticas não foram atualizadas e correspondem ao final de março.

MÓVEL: A DISPARADA DO 5G

Os acessos do tipo 5G no Chile subiram a uma taxa de crescimento acumulada de 996% nos primeiros quatro meses do ano, chegando a 545.323 em abril, segundo a agência de fiscalização.

Embora o tráfego 5G ainda representasse apenas 0,7% do tráfego móvel total naquele mês, o crescimento no quadrimestre foi de 1.359%, superando o tráfego 2G em quase 6 vezes, de acordo com a Subtel.

No total, o Chile tinha 26,8 milhões de conexões de internet (fixa, 3G, 4G e 5G) no final de abril, informou a Subtel.

Em março, foram 22,6 milhões, um aumento de 5,2% em relação ao ano anterior, com 4G representando 20,49 milhões, alta de 6,7% em relação a março de 2021, e 5G 328.218.

Enquanto isso, os acessos de 2G e 3G caíram 27,7% e 26,2%, respectivamente, para 127 mil e 1,44 milhão ao final de março.

As quatro maiores operadoras de telefonia móvel do país respondem por quase 99% do mercado global de telefonia móvel (internet móvel mais 2G).

A Entel cresceu para 32,4%, de 32,3% em março de 2021, e a Movistar para 25,2%, de 24,4%. A WOM passou de 20,4% para 20,5%, enquanto a Claro caiu para 20,1%, de 21% em março do ano passado.

Em seguida vêm VTR, Virgin Mobile, Mundo, Simple, Telsur e Netline, todas com menos de 1% cada.

A Entel também liderou o 4G, com 7,16 milhões de todas as conexões, um aumento de 8,7% em relação a março de 2021. Em seguida, estão a WOM (5,21 milhões, aumento de 0,3%), a Movistar (4,22 milhões, aumento de 2%) e a Claro (3,52 milhões, aumento de 2,4%).

Em 5G, a Subtel informou que a Entel tinha 212.888 acessos até o final de março e a WOM 115.330. O regulador não detalhou os acessos 5G da Telefónica e da Claro.

Por fim, os smartphones são a forma dominante de consumo de internet móvel no país.

BANDA LARGA FIXA

O Chile teve 4,37 milhões de acessos fixos à Internet em abril, um aumento de 9% em relação ao ano anterior, com o serviço atingindo 61,8% dos lares do país.

A fibra cresceu 40,7% até abril, o que corresponde a 59,7% do total. Já o modem a cabo representou 34,3% dos acessos fixos à Internet e o ADSL 2,5%, informou a Subtel.

O mercado de banda larga fixa é liderado pela Telefónica, com 28,7% no final de março, um aumento de 15,4% em relação a março de 2021.

Em seguida vêm VTR, com 28,1% (queda de 5,3%), Mundo (15,1%, alta de 44,5%), Claro (10,4%, queda de 7,7%), GTD (7,8%, alta de 7,6%) e Entel (6,7%, alta de 8,8%).

Em fibra, a Movistar liderou com 45,4% dos acessos usando essa tecnologia em março, seguida pela Mundo com 25,8%. A Telsur aparece distante, com 8,5%, seguida pela Entel (7,1%).

Cerca de 83% das conexões de banda larga fixa do Chile compreendem velocidades de 100Mbps-1Gbps, de acordo com a Subtel.

TELEFONIA FIXA E TV POR ASSINATURA

No total, o país tinha 2,49 milhões de linhas fixas em serviço em março, uma queda de 2,8% em relação ao ano anterior, com uma taxa de penetração de 12,59%.

O segmento é liderado pela Telefónica, que teve uma participação de mercado de 34,8%, seguida por VTR (21,9%), Entel (19,1%), GTD (12,9%) e Claro (9%).

Telefónica e Claro tiveram as maiores quedas nos 12 meses, de 6,7% e 6,4%, respectivamente, enquanto a VTR cresceu 3,6%.

Na TV por assinatura, o número de assinaturas cresceu 2,4% em abril na comparação anual, atingindo uma taxa de penetração de 54,1%, segundo a Subtel.

Em março, havia 3,42 milhões de assinantes, um aumento de 3,5% em relação aos 12 meses anteriores. O serviço estava disponível para 17,3% da população e mais de 60% dos domicílios.

O segmento vem crescendo desde junho de 2020, após vários meses de queda.

A retomada coincide com a pandemia e a ascensão da fibra, já que a maioria dos novos acessos estão relacionados a pacotes de banda larga fixa, com destaque para IP TV (via fibra).

A VTR continua sendo líder em TV por assinatura, com 30,2% de todos os assinantes (ante 32,3% em março de 2021), seguida pela DirecTV com 20,7% (ante 22,4%). A Movistar chegou a 18,7%, de 15,6%, e a Claro ficou 10,5%, abaixo dos 11,1% anteriores.

Entre os principais players, a Mundo teve o maior crescimento, com expansão de base de 43,1% até março, atingindo 8,6% de participação de mercado.