Duas empresas argentinas buscam conquistar o mercado de simuladores para máquinas pesadas

As empresas argentinas Media.Lab e EXO apresentaram o primeiro simulador de escavadeira hidráulica desenvolvido no país como parte de uma parceria para comercializar esses dispositivos tanto localmente quanto no mercado internacional.

“Há 20 anos desenvolvemos simuladores, inicialmente com um foco mais científico e técnico”, disse à BNamericas Cristian García Bauza, diretor operacional da Media.Lab.

O simulador, composto por estação e software de simulação, ambos produzidos pela Media.Lab, exigiu um investimento de US$ 400 mil e dois anos e meio de trabalho.

A Media.Lab nasceu como um grupo de pesquisa na Universidad Nacional del Centro, na cidade de Tandil, e posteriormente se transformou em uma sociedade anônima com o objetivo de alcançar uma abordagem mais empresarial.

Mas a empresa, que conseguia produzir entre cinco e oito unidades por ano, não tinha capacidade para escalar as suas soluções tecnológicas e por isso se associou à empresa local EXO, especialista em biossegurança, IoT, impressão 3D e outras áreas.

O simulador de escavadeira hidráulica se assemelha a máquinas reais e vem com uma série de exercícios de treinamento. le também é oferecido como serviço por meio de treinamentos nos escritórios da EXO em Buenos Aires.

“Poderíamos complementar para industrializar o produto e passar de um protótipo a um produto produzido em massa”, disse Ernesto Poschenrieder, gerente de qualidade da EXO, em conversa com a BNamericas.

As empresas começaram a trabalhar em conjunto há 10 meses e agora apresentam um simulador de escavadeira de 22,5 toneladas que reduz os custos e riscos associados à utilização deste tipo de equipamento.

“As simulações e o uso de tecnologia para treinamento, embora não sejam novos, estão sendo adotados de uma nova maneira. Existem poucos com essa experiência. Em todo o mundo, são no máximo 20 empresas que desenvolvem esse tipo de solução”, explicou García. 

Anteriormente, a empresa produziu um simulador para o metrô de Buenos Aires e comercializou cinco simuladores de escavadeiras antes de sua aliança com a EXO.

As empresas veem oportunidade de demanda em câmaras de construção, empresas privadas de construção rodoviária e de construção, centros de treinamento sindicais e setores de mineração, entre outros.

Elas acreditam que os simuladores têm potencial de exportação e podem ter uma "projeção interessante" na América Latina.

A EXO tem capacidade para produzir 20 simuladores por mês, embora possa aumentar o número para 100. “É apenas uma questão de alocar mais recursos e pessoal para o trabalho, pois já temos os processos padronizados de fabricação", afirmou Poschenrieder.

O plano da Media.Lab é aumentar a quantidade de simuladores que podem ser produzidos em escala. A empresa desenvolveu simuladores de condução para outras máquinas e está quase concluindo o simulador para empilhadeiras, que está pronto para fabricação.

Além disso, a empresa está desenvolvendo um simulador de soldagem que está próximo da finalização. Este, juntamente com o simulador de escavadeira hidráulica, pode ser utilizado em diversas indústrias, como metalurgia, defesa e petróleo, entre outras.

“Gostaríamos de explorar também um modelo de parceria para lidar com a questão da escala", acrescentou García.