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Elea Data Centers e Vertiv firmam parceria para equipamentos de resfriamento líquido direto ao chip

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Elea Data Centers e Vertiv firmam parceria para equipamentos de resfriamento líquido direto ao chip

A Elea Data Centers, da Piemonte Holding, assinou um contrato inédito com a fornecedora industrial norte-americana Vertiv para equipamentos de resfriamento líquido direto ao chip que serão usados em suas unidades na América Latina, começando pelo Brasil, segundo informações obtidas pela BNamericas.

O contrato, cujos detalhes financeiros não foram divulgados, faz parte de um investimento de US$ 300 milhões planejado para a primeira fase de um novo campus de datacenters focado em IA que a Elea planeja construir na região metropolitana de São Paulo.

“Começamos a negociar de forma mais intensa em agosto e o contrato foi finalizado agora, em Columbus, Ohio”, contou à BNamericas Alessandro Lombardi, CEO da Piemonte e presidente da Elea.

As unidades de distribuição de refrigerante (CDUs, na sigla em inglês) adquiridas da Vertiv são consideradas as primeiras a serem adotadas por uma empresa de datacenters comerciais da América Latina e visam atender à demanda crescente de aplicações de IA em hiperescala.

O resfriamento tem se tornado cada vez mais importante para projetos de datacenter devido aos altos requisitos de processamento da inteligência artificial (IA) e do machine learning.

Em geral, os datacenters de machine learning são projetados com um grande corredor principal de racks, com blocos de 12, onde os quatro racks centrais têm uma densidade muito alta, de 100 kW, 160 kW ou mais.

Os racks laterais, por outro lado, podem ter uma densidade um pouco menor.

No caso do projeto da Elea, as estruturas centrais são as que contarão com a nova tecnologia de resfriamento líquido. Segundo Lombardi, centenas de equipamentos foram contratados da Vertiv para o projeto da empresa.

OS EQUIPAMENTOS

Os sistemas de CDUs são desenvolvidos para oferecer um consumo de energia 27% menor do que os métodos tradicionais de resfriamento, visando uma taxa de eficácia no uso de energia (PUE) de apenas 1,1, de acordo com a Elea.

O nível de PUE é calculado dividindo-se a energia total da instalação pela energia dos equipamentos de TI. Quanto menor o valor de PUE, mais eficiente em termos de energia é um datacenter.

O líquido que flui pelas CDUs não é água, mas diversos componentes oleosos que não impactam o consumo de água do local. O circuito inteiro também é fechado, semelhante à parte traseira de uma geladeira doméstica, o que reduz o desperdício no processo.

Os nove sites em operação da Elea são 100% abastecidos por energia renovável, obtida por meio de certificados e contratos de compra de energia.

A empresa tem aproximadamente 5.000 racks operacionais em seus datacenters, com uma densidade média de 5 kW, já que até agora ela não se concentrava em IA e cargas de trabalho de alto processamento.

“Estávamos preparados para ser os primeiros a trazer essa tecnologia para a América Latina; certos racks vão muito além de 100 kW/h em densidade. É um ganho sem precedentes em tecnologia e eficiência energética. O resfriamento líquido é o futuro que estamos trazendo para a América Latina”, destacou Lombardi.

O PROJETO

Em relação ao datacenter, a primeira fase do projeto da Elea prevê 30 MW de potência de TI e um investimento de US$ 100 milhões.

A iniciativa pode atingir um total de 100 MW em fases posteriores. A primeira fase está prevista para 2025.

O projeto envolve dois edifícios adquiridos recentemente pela Elea da multinacional norte-americana DXC Technology em São Bernardo do Campo e Barueri, no estado de São Paulo.

Um deles se tornará um campus para o datacenter de IA.

Por questões contratuais, a Elea não pode divulgar a alocação específica de capital e o site que receberá os equipamentos mais modernos.

Com sua matriz energética renovável, capacidade de transmissão de energia disponível e um mercado de datacenters maduro, Lombardi acredita que o Brasil está bem posicionado para se tornar um líder global em implantação de IA nos próximos anos.

O executivo prevê que o Brasil atingirá 2,1 GW em capacidade instalada de datacenters em 2029, cerca de 1.700 MW a mais do que tem hoje.

“Estamos entrando forte e procurando ocupar espaço na inteligência artificial”, disse Lombardi sobre os planos da Elea.

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