
Empresas de telecomunicações que operam na América Latina enviam sinais de socorro

A sustentabilidade financeira tornou-se uma prioridade para as operadoras de telecomunicações na América Latina, à medida que as margens continuam diminuindo e são necessários investimentos para satisfazer a crescente demanda por tráfego.
As margens Ebitda caíram de uma média de 30% para 20%, revelou à BNamericas em entrevista recente José Juan Haro, diretor de negócios por atacado e relações públicas para a América Latina da Telefónica, acrescentando que tal declínio traz riscos para os investimentos e a sustentabilidade dos negócios.
Nos últimos anos, foram vendidas operações, consolidados mercados, lançadas parcerias para partilhar infraestruturas e desenvolvidas estratégias de eficiência.
Um número significativo de empresas continua atravessando crises financeiras, buscando investimento privado para sobreviver ou enfrentando processos de proteção à falência.
A BNamericas analisa a situação das principais empresas em dificuldades.
WOM
A WOM, empresa de telecomunicações do grupo de investimento Novator Partners, enfrenta processos de falência nos seus dois mercados: Chile e Colômbia.
A operação chilena poderá ser vendida, mas na Colômbia a empresa poderá passar por um processo de recuperação judicial.
No Chile, o interesse de investidores sobre o processo de recuperação judicial gerou cerca de cinco ofertas, segundo informações do jornal local La Tercera. Embora este processo seja tratado de forma confidencial, América Móvil e Telefónica já haviam tornado público seu interesse em adquirir a totalidade da WOM, seguindo o modelo realizado no Brasil, onde três concorrentes móveis compraram os ativos da Oi.
Entel e DigitalBridge também demonstraram interesse nos ativos de fibra da WOM, segundo o La Tercera.
A Entel acaba de vender sua rede de fibra óptica para o veículo atacadista On Net como parte de uma estratégia para obter maior eficiência. Já a Digital Bridge participa do mercado chileno por meio da Mundo, operadora de fibra óptica com boa participação de mercado no interior, mas que buscava se expandir em grandes áreas urbanas.
Outra oferta vem de um grupo que representa cerca de 60% dos credores da WOM e envolve uma injeção de liquidez de US$ 350 milhões. A proposta avaliaria a empresa em cerca de US$ 1,5 bilhão.
Os resultados da análise das propostas deverão ser divulgados no dia 1º de novembro.
Enquanto isso, na Colômbia, o processo de insolvência segue a legislação local. O ministro das TIC, Mauricio Lizcano, declarou à imprensa local que estão sendo feitos esforços para encontrar investidores estrangeiros e salvar a empresa. Contudo, a pasta também não descarta uma recuperação judicial.
A WOM tem grandes compromissos de implantação de 5G após ter adquirido espectro em dezembro de 2023. No entanto, ainda não iniciou a implantação e só o faria em 2025, segundo o jornal colombiano Portafolio.
COPACO
A estatal paraguaia, que fornece principalmente serviços de telefonia fixa, enfrenta uma dívida de US$ 112 milhões e está “praticamente falida”, declarou o presidente Santiago Peña ao serviço de notícias do governo local.
Enquanto isso, a Vox, concorrente da Copaco no mercado móvel, também enfrenta problemas e um passivo de US$ 50 milhões, informou o jornal ABC.
A Copaco opera 116 mil linhas telefônicas fixas, número que diminui mês a mês.
O presidente do seu conselho de administração, Oscar Stark, estima que a empresa precise de US$ 30 milhões para se estabilizar e outros US$ 100 milhões para que suas operações voltem a ser sustentáveis.
Segundo a imprensa local, a empresa atraiu a atenção de 12 grupos, dos quais três estariam interessados em adquirir até 50% das ações ou celebrar contratos de risco partilhado.
HONDUTEL
Outra estatal, a hondurenha Hondutel não consegue sair de uma crise econômica e financeira que já dura há vários anos e que tem causado dores de cabeça a vários governos. A empresa opera principalmente linhas telefônicas fixas.
No terceiro trimestre de 2024, a Hondutel reportou perdas de 100 milhões de lempiras (US$ 3,9 mi), embora observe uma desaceleração em relação a 2023.
Além disso, funcionários da estatal relataram não receber seus salários desde julho.
No ano passado, a empresa obteve lucros de 191,2 milhões de lempiras, justificados por transferências do governo hondurenho para o pagamento de salários e fornecedores.
A empresa recebeu apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) para se tornar lucrativa, aumentar sua capacidade e fortalecer sua presença no mercado de banda larga.
OI
Após vender sua infraestrutura móvel, a brasileira Oi enfrenta seu segundo processo de recuperação judicial.
A empresa de redes neutras V.tal está a caminho de adquirir o portfólio de cerca de 4,5 milhões de clientes de banda larga de fibra ótica da Oi por um total de US$ 1 bilhão.
A V.tal surgiu da venda das redes de fibra da própria Oi, há três anos. A Oi vendeu seus datacenters, torres, imóveis, entre outros ativos, como parte de sua primeira recuperação judicial.
Recentemente, a operadora fechou um acordo de R$ 41 milhões (US$ 7,2 mi) para transferir torres e propriedades para a American Tower.
A empresa espera concluir em breve o processo de migração de suas concessões de telefonia fixa para o regime de autorização, o que permitiria investimentos em infraestrutura e conectividade de R$ 6 bilhões.
COTEL E COMTECO
As cooperativas bolivianas de telecomunicações Cotel e Comteco enfrentam crises que ameaçam a continuidade das suas operações, embora todo o setor cooperativo esteja em dificuldades, pois não consegue competir com empresas maiores.
A Cotel deve 21 salários a cada um dos seus quase 600 trabalhadores, que estão em greve há semanas.
Já a Comteco, de Cochabamba, foi afetada pela corrupção, que causou perdas de 40 milhões de bolivianos (US$ 5,8 mi), segundo o jornal Los Tiempos.
A Comteco também possui dívidas com o Tesouro Boliviano e fornecedores, o que afeta sua capacidade de investir em novos projetos.
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