Enami estenderá vida útil de planta e expandirá benefícios para mineração de pequena escala

A estatal chilena de minerais Enami estenderá a vida útil de sua planta de processamento de José Antonio Moreno, na região de Antofagasta, até 2029, depois que uma comissão de revisão ambiental aprovou um projeto para adaptar o depósito de resíduos da unidade.

A iniciativa é parte fundamental de um plano de realocação que busca continuar beneficiando os mineradores de pequena escala.

Embora a continuidade operacional por mais 4,8 anos faça parte de um projeto que envolve apenas US$ 3 milhões, é um fator importante na estratégia da Enami de mover a planta cerca de 17 km para o setor Las Breas de Taltal. Mudar o local faz parte de uma iniciativa de mais de uma década para transferir a operação da comunidade do entorno e localizar a planta em um espaço maior, com a aspiração futura de aumentar a capacidade produtiva e estender a vida útil em 20 anos.

Enquanto isso, a empresa também realocará o depósito de resíduos em uma área de 4,4 hectares e aumentará a capacidade para o equivalente a 296 toneladas de cátodos de cobre por mês, disse a Enami em um comunicado à imprensa. “Com a extensão, poderemos continuar apoiando os produtores de mineração e promovendo o desenvolvimento e o emprego na região”, disse o CEO da Enami, Iván Mlynarz.

No ano passado, mineiros e trabalhadores locais protestaram contra o fechamento da planta, inicialmente previsto para o primeiro trimestre deste ano, devido ao impacto nos empregos e nas cadeias produtivas.

O papel da Enami é promover a mineração em pequena escala por meio do processamento de seus minerais e cerca de 1,6 mil pequenos produtores de mineração dependem de seus programas de financiamento.

Este ano, a estatal antecipou para janeiro o lançamento de um instrumento voltado para pequenos mineradores, por meio do qual destinará financiamento de até US$ 250 mil por projeto.

Nesta versão, a Enami fará pagamentos antecipados de 30% do total do projeto, diferentemente da última edição, quando os pagamentos não ultrapassaram US$ 5 mil. O orçamento total do programa chega a US$ 3 milhões, informou a empresa também nesta semana.

“Em resposta às necessidades levantadas pelos produtores e associações de mineração, aumentamos os fundos previstos, visando gerar um portfólio de projetos de qualidade, facilitar sua gestão e impulsionar os negócios de mineração e a atividade de mineração em pequena escala”, disse Viviana Ireland, gerente de desenvolvimento e mineração da Enami, em um comunicado separado.

O programa considera mineração e perfuração, bem como estudos geológicos, geoquímicos, geomecânicos e topográficos, entre outros.

Os recursos são destinados a produtores de até 2 mil toneladas de minério de cobre por mês, o que, segundo dados da Enami, corresponde a 95% dos produtores que vendem o mineral para beneficiamento pela estatal.

Em 2023, a mineração em pequena escala produziu 50.246 toneladas de cobre no Chile, representando 0,9% da produção nacional, bem como 25.728 kg de prata e 1.989 kg de ouro, segundo o último anuário do Serviço Nacional de Geologia e Mineração (Sernageomin).

Das 44,7 milhões de pessoas que trabalham na mineração artesanal e de pequena escala em 80 países, 80-90% o fazem informalmente, sem as licenças e autorizações necessárias, informou o Banco Mundial no ano passado.

A estatal desempenhou um papel fundamental na formalização da mineração artesanal e de pequena escala por meio de um modelo de promoção abrangente, que incorpora o ciclo de negócios completo.

“Devem ser incluídos mais subsídios para pequenas e médias empresas de mineração, visando aqueles projetos que atendem a objetivos ambientais, por exemplo, ou uma redução temporária nas taxas de impostos ou outros impostos, como royalties e patentes de mineração”, comentou o advogado de mineração Francisco Corona à BNamericas.