Equador e EcuaCorriente discutem fornecimento de eletricidade para mina de cobre

O governo equatoriano está em negociações com a EcuaCorriente, unidade local do consórcio chinês CRCC-Tongguan, sobre como a empresa obterá eletricidade para a expansão de sua mina de cobre Mirador.

O objetivo é assinar um aditivo que viabilizará a fase II da concessão de cobre, o qual ampliará o processamento da jazida Mirador I (sul) para 80 mil t/d e desenvolverá a cava Mirador Norte para processar 60 mil t/d, trazendo o total para 140 mil t/d até 2028. Atualmente, o volume gira em torno de 60 mil t/d, enquanto o de concentrado de cobre foi de 575,8 mil toneladas no ano passado.

Diego Ocampo, vice-ministro de Minas, revelou à BNamericas que, no contrato com o Estado equatoriano, a empresa se comprometeu com a construção da hidrelétrica Santa Cruz, de 138 MW, no cantão El Pangui, província de Zamora Chinchipe, onde está localizada a mina Mirador.

No entanto, dado que as autoridades elétricas têm agendada a licitação para a hidrelétrica de Santiago, estimada em US$ 3 bilhões, a EcuaCorriente pediu a não construção da usina de Santa Cruz, considerando que seria ineficiente ter outra geradora na área de influência.

Quando concluída, a usina de Santiago, de 2,4 GW e em estudo há 12 anos, será a maior do Equador. Ficará localizada na província de Morona Santiago, na fronteira com Zamora Chinchipe.

“Tudo parece indicar que, de fato, não seria eficiente ter duas hidrelétricas no mesmo setor. Se for assim, a solução tem que ser uma alternativa a essa hidrelétrica”, declarou Ocampo.

Tais alternativas poderiam ser energia a gás, geotérmica ou de outro tipo. Segundo o vice-ministro, a empresa poderá considerar uma modalidade de geração rápida de energia térmica enquanto Santiago entrar em operação. Além disso, o sistema elétrico do país não tem capacidade para fornecer a energia elétrica exigida pela expansão da operação Mirador, orçada em US$ 600 milhões.

Atualmente estão trabalhando em um mapeamento adequado da situação, mas o que está claro é que Mirador deve gerar sua própria eletricidade, não apenas pela atual crise elétrica que o Equador atravessa, mas por sua magnitude, e isso estava prevista no contrato, acrescentou Ocampo.

O vice-ministro também indicou que espera concluir a assinatura do aditivo em cerca de dois meses.