Estaleiros brasileiros registram alta nos empregos
O número de empregos nos estaleiros brasileiros atingiu seu maior patamar em sete anos, segundo dados compartilhados pelo Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval) com a BNamericas.
No final de setembro, 32.425 pessoas trabalhavam em estaleiros, alta de 24% em relação ao final de dezembro de 2023. Este será o terceiro ano consecutivo de crescimento.
Porém, o número mais recente ainda é menor que o pico registrado em 2014, quando 82.472 empregos foram relatados. O declínio acentuado nos anos subsequentes foi causado principalmente pela queda nos preços do petróleo, combinada com as investigações da operação Lava Jato, em 2015, que afetou a gigante federal Petrobras.
Empregos em estaleiros nacionais
A assessoria de imprensa do Sinaval informou que as encomendas feitas ou anunciadas pela Petrobras e sua subsidiária Transpetro estão entre os principais motivos para o crescimento do emprego.
Esses pedidos incluem várias embarcações de apoio offshore, FPSOs e petroleiros.
Os estaleiros estão fabricando rebocadores portuários e embarcações fluviais, como barcaças, balsas e empurradores, estimulados pelo agronegócio, “que está em pleno desenvolvimento”, de acordo com o Sinaval. A entidade acrescentou que essa movimentação é resultado das prioridades de financiamento definidas pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM).
O Sinaval apontou que a Petrobras tem sinalizado que pretende garantir que as regras de conteúdo local sejam respeitadas, em linha com as prioridades do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
No passado, segundo a associação, houve casos de multas por descumprimento dos percentuais mínimos de conteúdo local estabelecidos nos contratos, o que não beneficia a indústria naval nem a de equipamentos e serviços.
“Estamos confiantes de que teremos apoio e incentivo da Petrobras para a reversão da tendência, observada em governos anteriores, de dirigir as encomendas totalmente para estaleiros asiáticos, com uma participação nacional muito baixa”, disse o Sinaval.
PIPELINE DE CONSTRUÇÃO NAVAL DA PETROBRAS
FPSOs
O atual plano de negócios da Petrobras prevê a entrada em operação dos seguintes FPSOs até 2028:
– Almirante Tamandaré (225.000 b/d) em 2024 ou 2025
– Alexandre de Gusmão (180.000 b/d) em 2025
– P-78 (180.000 b/d) em 2025
– P-79 (180.000 b/d) em 2026
– P-80 (225.000 b/d) em 2026
– P-82 (225.000 b/d) em 2027
– P-83 (225.000 b/d) em 2027
– Albacora (120.000 b/d) em 2027
– Barracuda/Caratinga (100 mil b/d) em 2028
– Sergipe Águas Profundas (SEAP I e II) (120.000 b/d) em 2028
A Petrobras tem uma licitação em andamento para a contratação do FPSO P-86 e a revitalização dos FPSOs Marlim Sul/Leste e Barracuda/Caratinga.
Novas licitações para as unidades de produção de Albacora e SEAP devem ser lançadas em breve.
P-86 faz parte de um grupo de sete FPSOs que a Petrobras estuda instalar entre 2029 e 2032.
Outras unidades que podem estar neste grupo são o 12º FPSO de Búzios e o FPSO de revitalização do campo de Tupi.
Embarcações de apoio
Entre as licitações em andamento estão processos para afretar dez novos navios para recuperação de derramamento de óleo (OSRV) e oito RSVs, que são embarcações especializadas em dar suporte a veículos subaquáticos operados remotamente (ROVs).
Petroleiros
A Transpetro está realizando uma licitação internacional para contratar quatro navios da classe Handy com porte bruto variando de 15.000 t a 18.000 t.
O processo faz parte do programa de renovação e expansão da frota da empresa (TP 25), que prevê a contratação de até 25 navios a um custo de US$ 2,0-2,5 bilhões.
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