Exclusivo: Trans Americas avalia novo cabo submarino na América Latina

A Trans Americas Fiber System, além de seu sistema TAM-1 – atualmente em desenvolvimento –, está avaliando um novo cabo submarino para conectar o continente americano, revelou o CEO Julio Bran à BNamericas.

A empresa, que tem apoio de Global Telecommunications Investment e de LW Subsea Holdings, começou um estudo preliminar para avaliar possíveis rotas e pontos de pouso para o sistema TAM-2. A obra foi encomendada à IT Telecom.

“Já estamos fazendo o desktop study para ir do Panamá [onde aterrissa o TAM-1] até o Peru. E em breve faremos também o levantamento marinho”, afirmou Bran.

Entre o Panamá e o Peru, o TAM-2 poderá ter pontos de aterrissagem na Colômbia e no Equador, entre outros países ao longo da rota, segundo o CEO.

Ao chegar ao Peru e conectar-se ao TAM-1 na América Central, no Caribe e nos EUA, a Trans Américas teria potencialmente uma rede quase pan-americana.

Se tudo correr bem e a viabilidade e a necessidade do novo sistema forem confirmadas, Bran estima em cerca de dois anos e meio o início das operações do cabo – o que significaria não antes do final de 2026 ou início de 2027.

TAM-1

Já TAM-1, que está dividido em dois trechos, segue dentro do cronograma para ser ativado em 2025. Toda a parte eletrônica e o cabo estão sendo fabricados pela Xtera e Nexans.

No geral, TAM-1 percorrerá 7.000 km da Flórida até vários países das Américas, incluindo Colômbia, norte do Caribe (Porto Rico, Ilhas Virgens Americanas e Ilhas Virgens Britânicas), México e América Central (Guatemala, Honduras, Costa Rica e Panamá).

A Trans Americas está em processo de aquisição de equipamentos e construção de estações de cabos no Panamá, Honduras e Guatemala. Em Cancún, no México, a estação de aterrissagem será de um parceiro, assim como na Costa Rica e na Colômbia.

Na Colômbia, o cabo será ancorado na estação de aterrissagem da V.tal e no datacenter BDC2, inaugurado em abril em Barranquilla. A Trans Americas é o primeiro cliente principal da V.tal para o site.

Já estações como as da Guatemala e Honduras são proprietárias, sendo construídas pela própria Trans Americas.

“Quando terminarmos de lançar o cabo, logo em seguida iniciaremos outras [estações de aterrissagem]”, comentou Bran sobre a segunda etapa do TAM-1.

CARTEIRA, CLIENTES E NOVOS NEGÓCIOS

Além das obras do cabo e da estação, a Trans Americas está aprimorando seu portfólio de serviços e produtos a serem oferecidos às empresas que alugam a capacidade do cabo.

Três novos clientes-âncora serão anunciados em breve para TAM-1, segundo Bran. Eles se somarão ao principal locatário do cabo até o momento – a AT&T, de quem a Trans Americas também está usando uma estação de aterrissagem de cabo na Flórida.

Além dos inquilinos-âncora, a Trans Americas prospecta outros clientes para o projeto. Por enquanto, todos os clientes comprometidos são operadoras de telecomunicações, desde grandes até pequenas operadoras.

Olhando para o futuro, o executivo vê a possibilidade da Trans Americas Fiber Systems entrar em novos segmentos de mercado relacionados a datacenters.

“Definitivamente estamos olhando para datacenters, avaliando potenciais co-investidores”, afirmou.

Em entrevista de março à BNamericas, o CCO da Trans Americas, Mario Montero, disse que o sistema TAM-1 custaria entre 300 e 400 milhões de dólares. Segundo Bran, porém, o orçamento final deverá ser “maior que isso”.

Mapa do cabo TAM-1. Crédito: Trans Américas