Fundación Chile busca soluções tecnológicas para segurança na mineração

A iniciativa “Expande”, da entidade de transferência de tecnologia Fundación Chile, tem recebido propostas da SQM, Glencore, Collahuasi, Codelco, Anglo American e Antofagasta Minerals para reforçar a segurança da mineração.

O programa Safety Tech Mining Challenge, realizado em parceria com o serviço chileno de geologia e mineração Sernageomin e com o patrocínio do Ministério de Mineração, permanece aberto a empresas, startups, centros de pesquisa e outras entidades – nacionais e internacionais.

As propostas, que começaram a ser compiladas em setembro, devem oferecer uma solução para um destes desafios:

• Segurança contra incêndios em equipamentos móveis de grande porte;
• Segurança nas tarefas de manutenção de moinhos e correias transportadoras;
• Segurança na batimetria de depósitos de rejeitos;
• Monitoramento do status de estruturas em plantas e instalações de mineração;
• Controle e monitoramento de equipes na área industrial.

As soluções devem ter nível de maturidade TRL 5 ou superior, ou seja, contar pelo menos com protótipos testados em um ambiente complexo. O prazo para apresentação de propostas termina na quarta-feira.

Óscar Concha, gerente de tecnologia da Expande, disse à BNamericas que já foram recebidas cerca de 100 inovações de fornecedores de países como Canadá, Austrália, Estados Unidos, África do Sul e China.

Os finalistas poderão apresentar suas ideias na feira tecnológica Demo Day, marcada para 28 de novembro, e participar de eventos de networking com mineradoras e outros players do setor.

Concha elogiou a supervisão realizada pelo Sernageomin e pelo Ministério de Mineração em relação ao cumprimento das normas de segurança e a atuação das empresas na implantação de sistemas de gestão, na promoção da cultura e na implantação de novas tecnologias. Isso permitiu que a indústria de mineração chilena ficasse acima de outras jurisdições na América Latina e no restante do mundo em termos de segurança.

“Entre 2010 e 2023, a taxa de mortalidade caiu 83%, permanecendo em um nível melhor do que o de países mineradores como o Peru ou o Canadá”, destacou Concha.

Contudo, ele alertou que isso não basta: “No ano passado, foram reportados 13 acidentes mortais, o que indica a urgência de continuar avançando e inovando com a adoção de novos processos e tecnologias para atingir a meta de zero vítimas fatais”.

Um aspecto fundamental é a pilotagem de protótipos. “Existe um ecossistema de inovação que facilita a pilotagem de soluções tecnológicas em ambientes controlados e reais, e em conexão direta com as mineradoras”, acrescentou.

Apesar disso, o baixo acesso ao financiamento continua sendo um obstáculo para os empresários desenvolverem e escalarem suas tecnologias. Por isso, é fundamental continuar articulando o trabalho conjunto entre os setores público, privado e acadêmico, além de promover a cultura da inovação, comentou Concha.

A iniciativa Expande foi criada há mais de sete anos para liderar processos de inovação aberta que promovam uma mineração mais eficiente e sustentável.

Outros desafios do programa podem ser encontrados em https://expandemineria.cl/desafios/.