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Governo do Ceará vai mudar localização de usina de dessalinização para construir centro tecnológico

Bnamericas

O governo do Ceará mudará a localização da usina de dessalinização Dessal, que a SPE Águas de Fortaleza, consórcio liderado pela empresa de infraestrutura Marquise, construirá para a concessionária de água Cagece.

Agora, a planta deve ficar a 500 m do local onde inicialmente seria construída, na Praia do Futuro.

No local original, será construído um centro tecnológico, voltado para o desenvolvimento de startups e de mão de obra.

A informação foi divulgada em primeira mão pelo Diário do Nordeste e confirmada pela BNamericas com fontes do governo cearense.

“Esse é o grande ‘plus’ do projeto. Mudar de local e abrir espaço para um centro tecnológico”, disse uma fonte do governo à BNamericas, sob condição de anonimato.

O governador Elmano de Freitas deve fazer o anúncio oficial ainda esta semana.

POLÊMICA

Desde o início, a construção planejada da usina de dessalinização gerou polêmica no setor de telecomunicações.

Operadoras, empresas de datacenter e até mesmo a Anatel se opuseram ao local escolhido pela Cagece, temendo que a água, os dutos e outras estruturas danificassem a infraestrutura de cabos submarinos que chegam à Praia do Futuro.

A Cagece e as empresas envolvidas na usina sempre negaram qualquer risco.

Em entrevista à BNamericas no mês passado, o diretor da Marquise, Renan Carvalho, destacou que dois estudos comprovavam a segurança do local original.

Um deles foi realizada pelo DHI (Danish Hydraulic Institute), consultoria dinamarquesa especializada em projetos em ambientes aquáticos, e o outro, por um consórcio formado pela Universidade Federal do Ceará, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e Universidade Estadual Darcy Ribeiro.

“Ambos os estudos constataram o que a SPE e Cagece já vêm afirmando desde o começo: a Dessal não oferece risco às estruturas já existentes na Praia do Futuro, seja na parte terrestre ou marítima, debelando de forma contundente todas as questões abordadas pela Anatel em seu último relatório. Os questionamentos feitos pelas empresas de telecomunicações nunca tiveram fundamento técnico”, disse Carvalho na entrevista.

Freitas, porém, parece ter optado por uma solução diplomática ao decidir pela mudança de localização da planta.

Segundo a fonte, todas as partes concordaram com a medida. As operadoras de telecomunicações também participaram das negociações e aprovaram a mudança.

“Sim, houve várias reuniões com todos os envolvidos. A Cagece também está alinhada conosco”, apontou a fonte.

Operadoras de telecomunicações também participaram das negociações e aprovaram a mudança.

Uma fonte do setor que teve participação direta nas negociações com o governador considera que a opinião da indústria foi “levada em consideração” para que chegassem à solução referente ao novo posicionamento da planta.

De acordo com o executivo do setor, idealmente, a usina não deveria ficar na Praia do Futuro, mas o novo local não tem nenhum cruzamento de tubulações e dutos.

Além disso, a fonte minimizou os estudos apresentados pelo setor de água e resíduos para sugerir que não haveria problema. “Não tem isso de risco zero”, completou.

Mais detalhes sobre o projeto serão divulgados em breve.

Segundo uma terceira fonte, o anúncio do governo do Ceará deve ser feito em uma cerimônia em Brasília esta semana, com a participação de representantes do Ministério das Comunicações, da Anatel e de associações de empresas de telecomunicações.

Durante a cerimônia, também deverá ser apresentado um plano para acelerar a atração de datacenters para o Ceará, sobretudo para Fortaleza, bem como medidas para proteger as redes submarinas de telecomunicações do Brasil como infraestrutura essencial.

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