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Governo federal reduzirá gastos em antecipação ao resultado das eleições nos EUA

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Governo federal reduzirá gastos em antecipação ao resultado das eleições nos EUA

O governo federal planeja conter gastos públicos em uma tentativa de mitigar parcialmente a volatilidade do mercado de capitais gerada pela eleição presidencial nos Estados Unidos, marcada para 5 de novembro.

Os ativos no Brasil passaram por turbulências, com a desvalorização da moeda local e a queda das ações na bolsa de valores, em meio às incertezas relacionadas à eleição.

A disputa entre Donald Trump e Kamala Harris é considerada muito equilibrada, e se Trump vencer e cumprir sua promessa de aumentar o protecionismo, diversos países poderão enfrentar pressão, com impactos no comércio global e nos fluxos de capital.

O governo brasileiro tem sido criticado por não ter reduzido os gastos para conter a deterioração fiscal das contas públicas, porém o desafio se tornou mais urgente com as eleições norte-americanas, e as autoridades desejam enviar sinais mais claros para tranquilizar os investidores. 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva solicitou ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que cancelasse sua viagem à Europa, programada para esta semana, a fim de trabalhar em medidas de redução de gastos, informou um porta-voz do governo à BNamericas. 

Membros de alto escalão do governo reconhecem que os resultados das eleições podem causar turbulências a curto prazo.

"Toda incerteza afugenta o capital, e é óbvio que o momento que estamos vivendo agora de incerteza gera um pouco dessa saída de capital. Mas o Brasil é hoje o segundo país do mundo que mais recebe investimento estrangeiro direto no mundo e mesmo que o mundo chacoalhe um pouco depois das eleições nos Estados Unidos, esse cenário tende a continuar porque todos os países de alguma forma também sofreram os impactos das eleições nos Estados Unidos", disse Renan Filho, o ministro dos Transportes, à BNamericas.

De acordo com números da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os Estados Unidos foram os principais receptores globais de IED no primeiro semestre deste ano, seguidos pelo Brasil e México. O Brasil registrou um entrada de IED de US$ 32 bilhões, uma queda em relação aos US$ 33 bilhões no mesmo período do ano passado.

"Acredito que o pacote que o ministro Haddad lançará em breve em relação ao quadro fiscal terá como principal objetivo proporcionar mais segurança interna. Se conseguirmos mitigar esses riscos [fiscais] superaremos a volatilidade com mais facilidade", acrescentou Renan Filho.

Embora o governo Lula tenha sinalizado preferência por Harris, que atua como vice-presidente, a relação do Brasil com a Casa Branca não tem sido próximo nos últimos dois anos.

“Independentemente do resultado das eleições nos Estados Unidos, se tivermos estabilidade fiscal, estabilidade regulatória, traremos investimentos. O presidente Lula já governou o Brasil com os Estados Unidos tendo presidentes do Partido Republicano e do Partido Democrata, então o importante é fazermos nosso dever de casa e com isso garantirmos estabilidade, que é o que o governo Lula está fazendo”, afirmou à BNamericas Maurício Muniz Barretto de Carvalho, secretário especial do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Casa Civil.

Lula foi presidente de 2003 a 2010 e manteve um relacionamento estreito com George W. Bush e Barack Obama durante seu mandato.

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