Iguá Saneamento aposta em nuvem pública e medidores inteligentes para aprimorar operações

Em meio a uma forte expansão, o grupo brasileiro Iguá Saneamento está intensificando os investimentos em ferramentas digitais e de automação para ampliar suas operações de back-office e front-office, com foco em aplicativos digitais, medição inteligente e migração para nuvem pública.

“Nossa estratégia é consolidar nossos workloads de nuvem na AWS”, disse à BNamericas o supervisor de manutenção da Iguá, Gustavo Coelho.

Atualmente, a empresa também utiliza soluções de nuvem baseadas no Microsoft Azure e Oracle, mas a estratégia além desses sistemas é concentrar as plataformas de nuvem na AWS.

Parte disso virá como um contrato “vinculado” firmado com a empresa de software SAP, dentro do pacote Rise with SAP, para executá-lo na nuvem da AWS.

O uso de serviços de nuvem pública é considerado fundamental para a Iguá, não só para lançar novos serviços, mas também para facilitar a integração de diferentes bancos de dados, tanto de usuários quanto de empresas adquiridas.

“Como ainda estou em curva de crescimento em saneamento, acho que ainda haverá muitos leilões nos próximos dois anos e vou ter que crescer muito rápido. Nossa estratégia talvez ainda seja baseada em serviços de nuvem por um bom tempo”, apontou Coelho, após ser questionado sobre as abordagens híbrida ou multi-cloud.

A Iguá ainda conta com servidores legados e salas de processamento internas, mas avança na desativação de seus datacenters, contou o executivo.

O software de ERP da empresa é o S/4 Hana da SAP, que, por enquanto, é executado em uma nuvem privada.

O lançamento da solução ocorreu após um ano e oito meses de trabalho, grande parte feito durante a pandemia, e contou com a empresa local Megawork como integradora.

Antes de migrar para a nova versão do SAP, a Iguá utilizava o software ECC da SAP e, antes disso, o ERP Proteus, desenvolvido pela brasileira Totvs.

FRENTES DE INOVAÇÃO

Entre outras frentes de digitalização visadas pela empresa estão a expansão da medição inteligente, parcerias com startups e novas funcionalidades para seu aplicativo Digi Iguá.

Atualmente, 40% da água é medida por medidores inteligentes, e isso é resultado da criação da Fluxx, uma unidade de negócios spin-off focada em IoT.

Os equipamentos para os medidores inteligentes são fornecidos por uma empresa chinesa e o parque atual ultrapassa a marca de 30.000 dispositivos. A meta é chegar a 300.000, segundo Coelho.

A Iguá também aposta em startups. Em 2018, lançou o Iguá Lab, um hub de inovação aberta para promover relações com empresas de tecnologia em estágio inicial.

A empresa relata ter tido interações com mais de 1.100 startups e mais de 85 soluções testadas. Cerca de 45 startups foram contratadas para prestar serviços à empresa.

A Iguá investiu R$ 144 milhões (US$ 26,1 milhões) no segundo trimestre, um aumento de 24% em relação ao mesmo período do ano passado, e R$ 321 milhões no primeiro semestre, alta de 48,4% no comparativo anual.