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Investimentos de US$ 80 bi aguardam regulamentação de regime de incentivo na Argentina

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Investimentos de US$ 80 bi aguardam regulamentação de regime de incentivo na Argentina

Investimentos de quase US$ 80 bilhões foram anunciados nos setores de energia, mineração e hidrocarbonetos da Argentina, e a maior parte deles se beneficiaria do regime de incentivo aos investimentos Rigi, incluído pelo governo federal na chamada Lei de Bases, aprovada em julho.

Contudo, a regulamentação do regime ainda não foi promulgada e há grandes expectativas de que, assim que isso acontecer, novos anúncios de investimentos sejam feitos.

Os valores já definidos para os setores de energia e hidrocarbonetos chegam a US$ 54,3 bilhões, informou o vice-presidente do Banco Central, Vladimir Werning, em uma conferência econômica recente. Entre eles, destaca-se o acordo entre as petrolíferas YPF e Petronas para a construção de uma planta de GNL na província de Río Negro, que servirá como plataforma de exportação para a produção da formação de Vaca Muerta.

Na mineração de cobre, seis iniciativas totalizam US$ 20,5 bilhões, enquanto no segmento de lítio, outros seis projetos somam US$ 3,8 bilhões.

Os benefícios do período de estabilidade de 30 anos oferecido pelo Rigi a projetos com investimento mínimo de US$ 200 milhões têm chamado a atenção dos investidores, mas, para convencê-los, a regulamentação deve ser clara. Além disso, é preciso contar com um alinhamento entre o planejamento nacional e as províncias, a fim de construir a infraestrutura necessária. O alinhamento tem sido proposto pelos governadores das províncias de Jujuy, Neuquén e Chubut, que se reuniram este mês em um evento do Conselho das Américas na cidade de Buenos Aires.

Embora o Rigi exija a adesão das províncias ao programa, os benefícios fiscais, tributários, aduaneiros e cambiais e as licenças de exportação só podem ser concedidos pelo governo federal.

No entanto, o anúncio de um acordo entre a BHP e a Lundin no final de julho para impulsionar os projetos de cobre Josemaría e Filo del Sol (FDS), que envolvem investimentos de US$ 4 bilhões e US$ 2 bilhões, respectivamente, gerou um certo otimismo.

Essas expectativas também foram encorajadas pela reafirmação da First Quantum de que vai injetar US$ 3,6 bilhões na iniciativa Taca Taca. Somam-se a essa lista o investimento de US$ 2,5 bilhões da McEwen em Los Azules e o anúncio da Glencore de que destinará US$ 2,78 bilhões ao projeto Mara e US$ 5,6 bilhões a El Pachón.

Enquanto isso, no segmento de lítio, a Eramet se prepara para investir US$ 870 milhões no projeto Centenario-Ratones, a Gangfeng injetará US$ 600 milhões em Mariana, a Posco alocará US$ 830 milhões para Sal de Oro e a Zijin Mining destinará US$ 700 milhões ao ativo Tres Quebradas. A Arcadium Lithium afirmou que continuará apostando na Argentina e em outros prospectos em andamento, ao mesmo tempo em que avalia uma capitalização combinada de US$ 824 milhões para Sal de Vida e Fénix.

GOVERNADORES E O RIGI

No evento do Conselho das Américas, no qual foram discutidas as perspectivas econômicas da Argentina, o governador de Mendoza, Alfredo Cornero, destacou que o Rigi favorecerá o crescimento dos setores de energia e mineração da província e permitirá a exploração da área de Vaca Muerta que fica na província. A maior parte da formação está localizada na província de Neuquén.

O governador de Jujuy, Carlos Sadir, destacou que, através do Rigi, duas operações de lítio na província (Salar de Olaroz e Cauchari-Olaroz) poderão contribuir com uma produção conjunta de 80.000 t/ano de carbonato de lítio equivalente. Segundo ele, já existem outros quatro ou cinco projetos anunciados na jurisdição.

Além disso, ele confia na expansão das energias renováveis em Jujuy com obras como a ampliação da central solar Cauchari IV e V, da Shanghai Electric Power, que aumentará a capacidade atual de 300 MW em 200 MW, com um investimento de US$ 200 milhões.

O governador de Neuquén, Rolando Figueroa, ressaltou que sua província tem vários investimentos a caminho para o setor de hidrocarbonetos, como o Vaca Muerta Sur, um projeto de US$ 660 milhões que prevê a construção de um oleoduto de 700 km. Ele acrescentou que estão em curso negociações com entidades internacionais, como CAF, BID e Banco Mundial, para obter financiamento e construir a infraestrutura associada.

Por fim, o governador de Chubut, Ignacio Torres, recomendou a otimização dos custos logísticos e portuários em colaboração com o Chile para promover a instalação de corredores bioceânicos e permitir a saída de uma maior produção industrial.

HIDROCARBONETOS

De acordo com um relatório da consultoria local Paspartú, outros projetos de upstream de hidrocarbonetos que poderiam ganhar impulso com o Rigi são:

  • Aumento da exploração não convencional do campo El Trapial, ao norte de Vaca Muerta, pela Chevron.
  • Construção de uma estação transformadora em Zorro III e de uma linha de transmissão de 132 kV na região Anticlinal Grande-Cerro Dragón, da Pan American Energy.
  • Aumento do processamento de gás no campo La Calera, da Pluspetrol.
  • Ampliação da produção de gás não convencional no projeto Fortín de Piedra, da Tecpetrol.
  • Construção da planta de óleo de xisto Bajada de Añelo (petróleo não convencional, gás condensado), da Shell.

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