Investimentos em mineração do Chile para 2024-2033 ultrapassam US$ 83 bi

Os investimentos planejados no setor mineral no Chile somam US$ 83,2 bilhões em uma carteira de 51 projetos para o período de 2024 a 2033, de acordo com a agência mineradora local Cochilco.

A estimativa de investimento é 26,6% maior do que o valor registrado no relatório anterior, que incluía 49 projetos com um total de US$ 65,712 bilhões para o período de 2023 a 2032.

Esse valor representa o maior montante da última década, segundo autoridades governamentais e a vice-presidente executiva da Cochilco, Claudia Rodríguez, em uma coletiva de imprensa.

No levantamento, foram incluídos projetos superiores a US$ 30 milhões, mas não foi considerado o plano recém-anunciado da BHP de investir mais de US$ 12 bilhões em suas operações no Chile, informou a ministra de Mineração, Aurora Williams. 

O maior valor de investimento projetado foi atribuído à estatal Codelco, que aumentou em US$ 7,527 bilhões o orçamento para reforçar seus projetos operacionais e estruturais, incluindo Chuquicamata Subterránea e o portfólio El Teniente.

O setor privado, por sua vez, aumentou sua carteira de investimentos em US$ 2,328 bilhões em relação ao relatório anterior.

O aumento do investimento “reflete a estabilidade e as regras claras que o país oferece para a atividade mineradora, desde a concessão de direitos até a proteção ambiental. Essa clareza permite que os investidores planejem e executem projetos de maneira previsível e segura”, afirmou Williams.

Sobre os desafios, BNamericas perguntou sobre as propostas legislativas que buscam agilizar a concessão de permissões setoriais e modernizar a agência de avaliação ambiental, SEA, para otimizar a tramitação de projetos e consolidar os investimentos. 

O ministro da Economia, Nicolás Grau, indicou que a proposta sobre permissões setoriais "avançou com 95% de apoio dos parlamentares [na Câmara dos Deputados] e atualmente está sendo tramitada na comissão de economia no Senado. Insistimos para que esse projeto seja aprovado em janeiro".

Grau também está confiante de que o projeto que busca simplificar os mecanismos de avaliação da SEA será aprovado para conseguir “reduzir o tempo e aumentar a certeza, sem diminuir o padrão ambiental”.

Para o ministro, essas propostas regulatórias reduzirão os tempos de processamento de licenças para grandes projetos mineiros em mais de 30%.

ORIGEM DOS INVESTIMENTOS

Dos investimentos minerários previstos para 2024-2033, 64,5% provêm de capital chileno, com participação significativa da Codelco, El Abra e Antofagasta Minerals. O Canadá segue com 10%, impulsionado pela Teck, Capstone Copper, Los Andes Copper e Kinross.

Depois, o Japão, com 5,7%, liderado por conglomerados como Sumitomo e Mitsubishi; Austrália, com 5,2%, tendo a BHP como principal representante; e finalmente os Estados Unidos como quinto maior investidor, com 5,1%, especialmente por meio da Freeport McMoRan.

PROJETOS

Desde o último relatório, foram adicionadas onze iniciativas avaliadas em US$ 15,7 bilhões, entre elas Expansão El Abra (US$ 7,51 bilhões) e Expansão de Vida Útil (Fase 1) de Los Pelambres (US$ 2 bilhões) da Antofagasta Minerals.

Nove projetos no total, somando US$ 8,4 bilhões, foram removidos da lista, dos quais cinco já foram finalizados e entraram em operação, e quatro são reestruturações.

EXPLORAÇÃO

A BNamericas perguntou à ministra sobre a importância de promover a exploração.

Williams mencionou o aumento do custo das patentes minerais no Chile como um incentivo. "A partir de janeiro de 2025, entra em vigor uma lei relacionada à patente mineral, que será aplicada sobre aqueles que tinham posse mineral, mas sem desenvolvimento de projetos. Eles terão que pagar uma patente que será quatro vezes superior, e esse valor aumentará com o tempo, com o objetivo de liberar essas áreas minerais para que sejam entregues àqueles que desejam realizar exploração", concluiu a ministra de Mineração.

A apresentação do relatório da Cochilco pode ser baixada na seção Documentos, no canto superior direito da tela.