Kyndryl aumenta investimentos na América Latina com novo centro e expansão de equipe

A Kyndryl, empresa norte-americana de serviços de infraestrutura de TI, está aumentando seus investimentos na América Latina, com uma nova estratégia corporativa voltada principalmente para oportunidades em segurança cibernética.

A empresa, que completa três anos como operação autônoma após cisão da IBM, anunciou nesta terça-feira (18) seu primeiro centro de operações de segurança (SOC) para a América Latina. Localizado em Hortolândia, no interior de São Paulo, sua operação está prevista para começar em agosto.

O SOC é ao mesmo tempo um conceito (plataforma de produtos) e uma estrutura física, com 20 profissionais alocados em um novo espaço criado nas instalações da empresa, explicou em conferência de imprensa Mauricio Suga, líder de segurança e resiliência/redes e computação de borda da Kyndryl Brasil. A planta funciona como um centro de serviços compartilhados 24 horas por dia, 7 dias por semana para gerenciamento de segurança de TI, combinando experiência do setor, orquestração e automação, visando analisar eventos e responder com eficácia a ataques cibernéticos, de acordo com executivos.

Em todo o mundo, a Kyndryl possui cinco destes centros em operação. Por enquanto, não há planos para novos na região. A ideia, conforme apurou a BNamericas, é ter o Brasil como centro de serviços de segurança cibernética para a região.

“Nossa ideia é ter hubs selecionados para esta abordagem aos clientes. Inicialmente, esse SOC estará no Brasil e atenderá ao Brasil, mas com o tempo prestará serviços para outras geografias”, disse à BNamericas Xerxes Cooper, presidente da Kyndryl para mercados estratégicos.

Cooper é responsável por operações em 49 países na Europa, Ásia, Oriente Médio e América Latina. Destes, a América Latina é a região que mais cresce, segundo ele. O executivo também visita clientes e equipes locais no México, Colômbia e Peru.

“Passamos mais de dois anos estabelecendo as operações da Kyndryl e agora passamos para um capítulo de aceleração e modernização do negócio. E o Brasil […] é um grande foco para os investimentos da empresa”, afirmou à imprensa Spencer Gracias, nomeado em junho como CEO da Kyndryl Brasil.

Competindo em consultoria com empresas como Accenture, Deloitte, TCS e HPE, a Kyndryl informa prestar serviços a 60% das empresas financeiras e de varejo do Brasil, 25% das empresas automotivas e de manufatura e 15% dos setores de telecomunicações e saúde.

Em toda a América Latina, estão entre seus clientes Telefónica Argentina, Grupo Pão de Açúcar, Casas Bahia, o provedor de soluções financeiras FIS Brasil e a seguradora Sulamérica.

Outros clientes incluem o mexicano Banorte e o grupo Vitro Monterrey, a vinícola chilena Ventisquero e a Cristalerías Toro, além e uma grande seguradora no Peru, com quem Kyndryl está trabalhando na implementação de inteligência artificial generativa (genAI), apurou a BNamericas.

A empresa tem uma parceria estratégica com a Microsoft para projetos e implantações do Azure, tendo um “centro de excelência” em Azure para a América Latina, o que ajuda a explicar muitos dos projetos ChatGPT e genAI que afirma estar ajudando os clientes da região a implementar.

Apesar disso, Kyndryl afirma ser agnóstica em termos de tecnologia.

Com o Grupo Pão de Açúcar, por exemplo, está realizando uma migração para a plataforma Google Cloud. Com a Yamaha, lançou um projeto em 2022 envolvendo a migração de mais de 40 bancos de dados e 29 aplicativos Oracle do local para a nuvem.

A empresa não divulga investimentos ou vendas para a América Latina.

A Kendryl fechou seu quarto trimestre fiscal, encerrado em 31 de março, com US$ 3,8 bilhões em receitas totais, para uma queda interanual de 10%. Os “mercados estratégicos” entregaram US$ 848 milhões em vendas, registrando queda de 18% no período.

Em todo o mundo, a Kyndryl reporta uma força de trabalho de mais de 80.000 profissionais em 60 países, além de 4.000 clientes, 3.000 patentes e presença em cerca de 215 datacenters empresariais. Do seu quadro global, cerca de 7.500 estão dedicados à segurança cibernética e à resiliência.