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Lucratividade, o ‘elefante na sala’ dos atacadistas de telecomunicações da América Latina

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Lucratividade, o ‘elefante na sala’ dos atacadistas de telecomunicações da América Latina

A lucratividade dos negócios é uma das principais restrições para atacadistas de telecomunicações e empresas de infraestrutura digital que atuam na América Latina, ao lado da atração e retenção de talentos e do desenvolvimento de novos modelos de negócios.

Essas dificuldades foram abordadas pelos principais players do setor em um painel realizado no evento de infraestrutura de telecomunicações Capacity LatAm, que acontece esta semana em São Paulo.

“No nosso caso, convenhamos, o ‘elefante na sala’ é a lucratividade. Os clientes querem preço”, disse Iñigo del Cerro, CEO da espanhola Ufinet, referindo-se à pressão exercida por empresas de telecomunicações e provedores de serviços de comunicação (CSPs).

“Um grande desafio é implantar infraestrutura, garantir a rentabilidade do que estamos fazendo, oferecer qualidade de rede e garantia de serviço, que os clientes precisam, e, ao mesmo tempo, reduzir o preço”, acrescentou.

Del Cerro acredita que a indústria deve apresentar “novos modelos de negócios” para continuar implantando infraestrutura de maneira sustentável, apesar do aumento dos custos. O segmento também disputa investimentos, mas “os preços vêm caindo ano após ano”. Ao contrário da Europa, onde os preços para as transportadoras estão aumentando, apontou ele, na América Latina isso “parece ser impossível”.

O câmbio também é um fardo extra, já que a maioria dos suprimentos da Ufinet são denominados em dólares, mas faturados em moeda local na maior parte dos mercados latino-americanos em que a empresa atua.

O grupo tem mais de 90.000 km de fibra ótica implantados em toda a América Latina, com anéis metropolitanos conectando todas as capitais mais importantes da região e contratos de arrendamento para usar sua rede com operadoras importantes, como a Tigo Colômbia.

Para Rafael Vanegas, CFO da Gold Data, uma das principais tarefas da empresa é atender a demanda de nuvem, hiperescala e OTT em toda a região, garantindo a lucratividade do negócio.

“Nosso desafio é criar o ecossistema com qualidade, confiabilidade e sustentabilidade do ponto de vista financeiro”, destacou.

A Gold Data conta com 64 pontos de presença (PoP) e operações em 11 países, com escritórios na Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, México, Panamá, Estados Unidos e Venezuela.

Atualmente, a empresa está construindo um sistema de cabos de US$ 150 milhões no Golfo do México, que deve entrar em operação em 2025, para conectar Miami à Cidade do México, Cancún e Querétaro. A empresa afirma que o sistema Gold Data 1 será o primeiro cabo a chegar no México em 22 anos.

O investimento também representa a terceira e última fase da expansão da Gold Data no México e complementará a rede subterrânea de baixa latência da empresa, que já conecta os principais datacenters do país, segundo o grupo.

Embora reconheça que não é uma dificuldade nova, Mike Wheeler, vice-presidente executivo da NTT, afirmou que o custo é um dos maiores desafios da América Latina. “Construir infraestrutura aqui é mais caro do que em outros lugares, mas isso também faz parte do negócio.”

Wheeler destacou a crescente demanda por automação dos CSPs como uma tendência rápida que molda a maneira como as empresas de infraestrutura de telecomunicações alocam recursos, implantam e fornecem infraestrutura.

“Além da confiabilidade, a automação é fundamental para os clientes”, disse ele. Wheeler também vê a atração e retenção da força de trabalho como outra questão importante para a região.

A NTT trabalha com serviços de rede, nuvem e datacenter em mais de 190 países e tem mais de 600.000 m² de espaço de datacenter global atual e planejado. A empresa tem operações e escritórios em vários países da América Latina.

Gabriel Holgado, vice-presidente executivo de vendas globais da Cirion, comentou que a América Latina continua sendo uma região com desafios, mas também com muitas oportunidades, à medida que o conteúdo migra para a nuvem.

“Crescimento sustentável é o xis da questão”, disse ele, concordando com os comentários de seus colegas sobre custos e desafios financeiros.

A Cirion, anteriormente chamada Lumen Latin America, anunciou planos para lançar serviços de Ethernet atualizados em mais de 14 grandes cidades latino-americanas até o final de 2023, somando-se aos serviços oferecidos em Buenos Aires (Argentina), São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba (Brasil), Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia).

O grupo possui 18 datacenters em toda a região, com cerca de 40 MW de capacidade total. Entre seus novos projetos, comprou um terreno no ano passado para um novo datacenter no Chile.

Na América Latina, atrair e reter talentos é outro tema de destaque para os próximos anos, ressaltou Holgado, juntamente com questões relacionadas à cadeia de suprimentos.

“Outro desafio é trabalhar com provedores e fornecedores, de modo que eles possam apoiar você em tempo hábil, porque tempo é dinheiro”, completou.

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