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Lula retoma ataques ao presidente do Banco Central

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Lula retoma ataques ao presidente do Banco Central

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomou as críticas ao presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, depois que a autoridade monetária decidiu manter inalterada a taxa básica de juros Selic e sinalizou que ela provavelmente permanecerá no nível atual pelo resto do ano.

Em decisão anunciada na quarta-feira, o Banco Central manteve a taxa de juros em 10,5%, encerrando um ciclo de flexibilização iniciado em agosto de 2023, quando a Selic estava em 13,75%. Desde então, o banco realizou sete reduções consecutivas até a taxa alcançar seu nível atual.

"Só temos uma coisa desajustada neste país: é o comportamento do Banco Central. Essa é uma coisa desajustada. Presidente que tem lado político, que trabalha para prejudicar o país. Não tem explicação a taxa de juros estar como está", disse Lula em entrevista à emissora de rádio local CBN.

Desde que assumiu o cargo, em janeiro de 2023, Lula criticou repetidamente o presidente do Banco Central por ser excessivamente cauteloso na redução das taxas de juros.

Campos Neto foi nomeado pelo antecessor de Lula, Jair Bolsonaro, e quando seu mandato de quatro anos terminar, em dezembro, Lula poderá nomear um sucessor. Ele já nomeou quatro dos nove diretores de bancos centrais desde que assumiu o poder.

No entanto, até o término do mandato de Campos Neto, Lula teme que a manutenção de uma taxa de juro elevada possa prejudicar o crescimento econômico e afetar seus índices de aprovação, que têm apresentado uma tendência de queda, embora tenha registrado um alívio recente graças ao desempenho positivo da economia no primeiro semestre deste ano.

“Há espaço para uma redução na aprovação do presidente Lula, principalmente se considerarmos que existe a possibilidade de uma desaceleração econômica durante o segundo semestre deste ano”, disse Mário Sérgio Lima, analista da Medley Global Advisors, à BNamericas.

Após a decisão do Banco Central, os analistas agora preveem que a taxa básica permanecerá inalterada nos próximos meses.

“O Banco Central do Brasil manteve a taxa Selic em 10,50%, e com a taxa de inflação global definida para subir ainda mais nos próximos meses, não vemos espaço para uma retomada do ciclo de flexibilização este ano”, analisou William Jackson, economista-chefe de mercados emergentes na Capital Economics, em um relatório de pesquisa.

Após as novas críticas de Lula a Campos Neto, o real se desvalorizou em relação ao dólar norte-americano no pregão de quinta-feira, fechando a cotação de R$ 5,46 reais, o menor valor desde que Lula assumiu o cargo. A depreciação ocorreu em meio aos temores dos investidores de que Lula pudesse nomear um aliado político como o próximo presidente do Banco Central, que estaria mais inclinado a cortar as taxas de juros quando submetido à pressão do presidente, sem levar em conta as projeções de inflação.

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