México busca apoio do setor privado para dar novo fôlego à indústria química

O México quer dobrar os investimentos do setor privado em sua indústria química e petroquímica até 2030, visando substituir US$ 14 bilhões em importações por produtos produzidos localmente, divulgaram autoridades do governo na segunda-feira (13).

Em três anos, a meta do governo é que o setor cresça 10% ao ano, segundo o Plano México, lançado pela presidente Claudia Sheinbaum.

“É essencial recuperar a capacidade que o Estado tinha de produzir petroquímicos”, disse na a secretária de Energia, Luz Elena González. “Costumávamos ser uma potência em petroquímica, [mas] agora as fábricas de fertilizantes privatizadas e as plantas petroquímicas foram abandonadas.”

González falou durante em uma apresentação do plano de desenvolvimento do México no estado de Tamaulipas, que é um dos centros da indústria petroquímica local. Empresas como Orbia e Alpek e gigantes multinacionais como BASF, Ineos e Sabic têm fábricas na cidade de Altamira.

PLANO MÉXICO

Produtos químicos e petroquímicos formam um dos setores industriais estratégicos identificados pelo Plano México. O documento inclui a meta de dobrar os investimentos do setor privado no setor e atingir um crescimento de 10% ao ano em três anos.

Como parte da estratégia para petroquímicos, a petroleira estatal Pemex modernizará seu complexo petroquímico de Cangrejera, localizado no estado de Veracruz, no Golfo do México. A capacidade da unidade de produzir etano – uma matéria-prima essencial para a indústria petroquímica – aumentará das atuais 250.000 t/a para 520.000 t/a até 2030.

González também revelou que os investimentos da Pemex no setor de downstream permitirão ao México aumentar sua produção de produtos refinados de maior valor.

Nos últimos anos, a indústria petroquímica mexicana foi afetada pela baixa disponibilidade de matéria-prima da Pemex e pelo influxo de produtos baratos da China. Além de fornecer mais etano para produtores nacionais, o Plano México compromete a Pemex a aumentar sua própria produção petroquímica após anos de declínio.

A produção de petroquímicos da Pemex caiu de 11,3 Mt (milhões de toneladas) em 2014 para 3,5 Mt em 2023, segundo o banco de dados da empresa. Em Cangrejera, a produção de petroquímicos caiu de 3,1 Mt em 2014 para menos de 900.000 t em 2023.

Fonte: BNamericas, usando o banco de dados da Pemex.

SUBSTITUIÇÃO DE IMPORTAÇÕES

Além do aumento da produção da Pemex, o México também agirá para limitar a concorrência estrangeira.

O governo imporá tarifas sobre as importações de produtos químicos, que aumentaram em mais de 100% nos últimos dois anos.

O Plano México pretende substituir US$ 14 bilhões em importações de produtos químicos até 2030, em segmentos como polímeros avançados, fibras de carbono e materiais de embalagem. Além disso, flexibilizará os controles alfandegários sobre alguns precursores importantes usados na fabricação de produtos químicos e fertilizantes.

Acesse a parte sobre a indústria petroquímica do Plano México (em espanhol) na caixa Documentos, no canto superior direito desta tela.