Minas Gerais visa atrair até R$ 30 bi em investimentos para projetos de lítio

O estado de Minas Gerais pretende atrair até R$ 30 bilhões (US$ 5,6 bilhões) em investimentos para o Vale do Jequitinhonha, uma região rica em lítio.

A região também é conhecida como Vale do Lítio e abriga 14 cidades, onde se localizam as maiores reservas do mineral do país, embora historicamente careça de desenvolvimento.

A Sigma Lithium e a Companhia Brasileira de Lítio (CBL) possuem operações na área, enquanto Atlas Lithium, Lithium Ionic e Latin Resources também estão ativas.

A gestão do governador Romeu Zema mapeou municípios que oferecem potencial para projetos e está desenvolvendo políticas e incentivos para atrair o setor privado.

“São mais de 10 mil empregos diretos e indiretos gerados, aumento da renda para a população local, investimentos que ultrapassam os R$ 5,5 bilhões, com previsão de que até 2030 o montante se amplie para R$ 20 a R$ 30 bilhões, além de melhorias em infraestrutura, como o avanço das obras em rodovias, o que beneficia direta e indiretamente milhares de pessoas na região”, segundo um comunicado de imprensa.

Entre 17 e 21 de junho, as autoridades realizarão audiências públicas no vale para coletar informações sobre os impactos da indústria e sugestões para o desenvolvimento sustentável do lítio.

“A tarefa do governo do estado não é tão simples. O Vale do Lítio é uma região que ainda precisa passar por muitas melhorias de infraestrutura e ao mesmo tempo para que isso avance é preciso muito diálogo com a população e os prefeitos nestas regiões, pois essas obras trazem impacto na vida dessas pessoas”, afirmou Valdir Farias, CEO da consultoria de mineração Fioito, à BNamericas.

Outro desafio é a mão de obra.

“O nível de qualificação profissional na região é baixo e é difícil trazer profissionais qualificados de outras localidades para lá, que é uma área de baixo desenvolvimento econômico”, disse à BNamericas um executivo de uma empresa de lítio que atua na região, sob condição de anonimato.

“Será necessário que os governos ajudem no desenvolvimento profissional das pessoas naquela região, por meio do ensino técnico”, acrescentou o executivo.