Modular Data Centers cogita expansão e injeção de capital

A brasileira Modular Data Centers, desenvolvedora e fabricante de soluções modulares e compartimentadas para a indústria de datacenters, está considerando expandir a capacidade de produção no exterior em meio ao aumento na entrega e na demanda por projetos, revelou Marcos Paraíso, vice-presidente de desenvolvimento de negócios do grupo, à BNamericas.

A Modular opera no Brasil o que afirma ser a maior unidade de fabricação de componentes modulares do hemisfério sul: um complexo de 50.000 m² em Santana do Parnaíba, na região metropolitana de São Paulo.

A área conta com 10 linhas de produção independentes, as quais atendem projetos de diversos tamanhos e escopos.

A área de testes de desempenho da Modular, conhecida como FAT, garante que cada módulo atenda aos mais altos padrões de qualidade antes de ser enviado aos clientes, enquanto as áreas de armazenamento de módulos sob demanda garantem prontidão e eficiência.

Pela primeira vez desde sua criação, a empresa está em negociações para o fornecimento de projetos fora da América Latina – de olho, em especial, nos EUA, Europa e Oriente Médio.

A Modular não vende diretamente para grandes provedores de nuvem, mas construiu um relacionamento com essas empresas vendendo módulos e componentes para provedores que as atendem. Com base nisso, a empresa está atualmente negociando com quatro provedores de nuvem nos EUA e dois na Europa, enquanto participa de uma RFQ (sigla em inglês para “solicitação de cotação”) na Noruega, por exemplo.

Segundo Paraíso, a Modular ficou entre os três fornecedores selecionados por uma grande empresa de tecnologia para um projeto de datacenter de 90 MW na Escandinávia.

A questão agora é como atender estes mercados, seja exportando diretamente do Brasil, instalando uma planta no exterior ou em parceria com um player local ou grupo de construção civil.

“O mais razoável de um ponto de vista de eficiência e custo seria talvez montar uma planta fora”, disse o executivo. “Mas ainda estamos avaliando.”

Antes de ingressar na Modular, Paraíso liderou grandes operações relacionadas a nuvem pública, hospedagem, software e hardware na América Latina. Ele fez parte da equipe executiva da IBM por 26 anos e foi o diretor responsável pela área de criação de valor na VMware Software Latin America.

DEMANDA REGIONAL

Enquanto isso, a demanda continua alta por projetos, inclusive na América Latina.

Até o momento, a Modular vendeu mais de 30 MW de capacidade de equipamentos para datacenters no Brasil, Chile, México e Colômbia.

A carteira em negociação avançada soma mais 80 MW, principalmente para projetos a serem desenvolvidos no Brasil e no Chile. No geral, a Modular está de olho em 300 MW que podem potencialmente resultar em vendas nos próximos 6 a 12 meses, segundo Paraíso.

Seu maior cliente é a Scala Data Centers – cujo CEO, Marcos Peigo, é membro do conselho da Modular.

A Scala é a provedora de hiperescala com mais projetos de datacenter em termos de capacidade em operação na América Latina.

A Modular tem clientes de outros tamanhos e segmentos em datacenters. A empresa também tem buscado diversificar seu portfólio para incluir aplicações para 5G, cidades inteligentes e indústria 4.0.

O crescimento da Modular deverá exigir, em breve, a captação de mais recursos para lidar com a expansão e a produção.