O plano de geração e transmissão de US$ 13,5 bi da candidata governista para o México

Claudia Sheinbaum, candidata presidencial mexicana, prometeu alocar US$ 13,5 bilhões nos próximos seis anos para concluir os projetos de energia do presidente Andrés Manuel López Obrador (AMLO) e iniciar o seu próprio para fortalecer os segmentos de geração e transmissão.

O plano que ela apresentou aos empresários na segunda-feira (15) inclui 13,6 GW de nova geração com a modernização e equipamento de cinco hidrelétricas, mais duas etapas da usina solar de 1 GW Puerto Peñasco, no estado de Sonora, duas novas usinas de ciclo combinado e uma usina de combustão interna, além de projetos eólicos não especificados e outros projetos solares.

O plano da candidata do partido governista Morena, apresentado por ela a mais de 500 empresários locais e estrangeiros, também envolve um investimento de 55,4 bilhões de pesos (US$ 3,2 bi) para 44 projetos de construção envolvendo cerca de 4 mil km de linhas de transmissão e 8.548 MVA. A estratégia também envolve 41 projetos de distribuição com um investimento de 5,3 bilhões de pesos.

“Embora seja um progresso, é claramente insuficiente. É muito pouco. Gostei dos 3.850 km de linhas de transmissão, mas isto é urgente”, disse à BNamericas Gonzalo Monroy, da consultoria de energia GMEC.

Um dos principais focos do plano envolve a conclusão do portfólio de AMLO, como as seis usinas de ciclo combinado para as quais o progresso não avançou conforme previsto.

Segundo a apresentação, de 2025 a 2027 entrarão em operação 120 MW por meio da modernização das hidrelétricas Angostura e Malpaso, no estado de Chiapas, e Mazatepec, no estado de Puebla, além de 15 projetos de repotenciação de usinas hidrelétricas com capacidade de 92 MW.

Monroy acrescentou que a proposta de Sheinbaum não incluía investimentos ou uma estratégia para a petroleiro estatal Pemex. “Isto é o que é difícil”, afirmou.

No geral, o especialista classificou as propostas de Sheinbaum como uma continuidade da visão energética de AMLO. Por exemplo, tal como o atual presidente, a cientista de 61 anos prometeu manter a estatal de energia CFE como a principal player do país, com pelo menos 54% do mercado. A parte restante ficará para o setor privado e serão estabelecidas “regras claras”, de acordo com o plano.

Durante o evento, Sheinbaum prometeu acelerar a transição energética do país e promover a construção de novos projetos renováveis. Contudo, não foram especificados quais são estes projetos, nem se a iniciativa privada terá participação no setor.

“Talvez, como corolário, Claudia não diga nada sobre a participação privada. Energias renováveis do tipo de Puerto Peñasco podem ser produzidas, mas esse projeto não resolveu nenhum problema”, acrescentou Monroy.

Sheinbaum é a favorita para vencer as eleições presidenciais de 2 de junho, com várias pesquisas colocando-a até 20 pontos à frente da candidata da oposição Xóchitl Gálvez.