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Odata expande contrato de energia renovável com a Serena

Bnamericas

A Odata, empresa do grupo norte-americano Aligned Data Centers, está expandindo sua parceria com a Serena Energia para o fornecimento de energia eólica para seus datacenters brasileiros, apurou a BNamericas.

A empresa, que tem sede em São Paulo, foi a primeira do setor de datacenter a fazer um investimento direto e adquirir uma participação minoritária em um projeto de energia renovável nas Américas, em um modelo conhecido como autogeração ou autossuficiência.

Reportado pela primeira vez pela BNamericas, o investimento foi assinado em fevereiro de 2023 com a Serena – então Omega Energia – e é para parte da geração do complexo eólico Assuruá IV, de 212 MW, localizado em Xique-Xique, Bahia.

Com o contrato expandido, a Odata receberá 135% mais energia do mesmo complexo da Serena para seus datacenters.

“Fomos pioneiros nesse segmento e iniciamos um movimento seguido por outros players. E é um modelo que chama a atenção de grupos lá fora”, disse à BNamericas o CEO da Odata, Ricardo Alário.

“O sistema brasileiro, do ponto de vista geração de energia, preço e integração da rede nacional de transmissão, é ímpar”, acrescentou.

Alário não revelou a quantidade de energia que a Odata receberá nem quanto a empresa está pagando por ela.

Este mês, a Scala – concorrente da Odata em hiperescala – anunciou seu primeiro contrato de autogeração renovável, com investimento no mesmo complexo eólico de Assuruá para uma parcela da energia gerada.

“Estes contratos são apenas uma parte do planejamento da companhia”, afirmou à BNamericas Fabiana Polido, diretora de operações estruturadas para as Américas da Serena.

“Oferecemos energia e infraestrutura para computação de alto desempenho e inteligência artificial, tornando-nos um parceiro de primeira hora de empresas de tecnologia que precisam enfrentar o desafio de aumentar exponencialmente seu suprimento de energia sustentável”, complementou.

A Serena espera fornecer mais de 150 MW de seus parques contratados para processamento de dados e inteligência artificial (IA) no Brasil até o final deste ano, segundo a executiva. A empresa começou recentemente a fornecer 20 MW para uma operação de computação de alto desempenho no país e tem outros projetos semelhantes em desenvolvimento no Brasil e nos EUA.

A Serena, explicou Polido, quer se posicionar “como a principal fornecedora de energia para empresas de tecnologia no Brasil”.

CICLO DE CRESCIMENTO E NOVOS CONTRATOS

O contrato expandido da Odata com a Serena deve dar à empresa de datacenter um “período de descanso” de cerca de um ano em termos de fornecimento renovável direto, em comparação com o período de pouco mais de um ano e meio entre o primeiro investimento na Serena/Omega e o novo, revelou Alário.

Isto ocorre porque a curva de crescimento do consumo de energia nos datacenters está se acelerando com a chegada de novos players, uso mais intensivo de processamento, expansão de sites e novos projetos focados em IA generativa.

Apesar do novo acordo, a Odata está conversando com outros geradores, tanto eólicos quanto solares, comentou Alário. Novas fontes renováveis, modelos e tipos de fornecimento e armazenamento, como baterias, estão sendo avaliados.

O momento é mais do que propício para a assinatura de contratos de PPAs (sigla em inglês para “contratos de compra de energia”) de longo prazo para datacenters no Brasil, já que o excesso de oferta tem derrubado os preços de contratação.

Por enquanto, dadas as condições particulares do mercado brasileiro e o desenvolvimento do setor de renováveis no país, a Odata não tem planos de investimentos no modelo de autogeração para suas operações no Chile, Colômbia e México. Em todos esses países, no entanto, assim como no Brasil, a empresa conta com contratos tradicionais de PPA para energias renováveis em vigor ou em negociação.

POTENCIAL DE MERCADO

A estimativa geral do mercado é que o Brasil tenha de 20 a 30 GW de capacidade ociosa em energia renovável – principalmente eólica e solar – disponível para uso por setores como o de datacenter.

Esta capacidade equivale a aproximadamente todo o consumo de energia da Arábia Saudita, segundo Alário.

A Serena, em especial, tem um plano estratégico para 2027 que prevê um crescimento anual de 20% em sua capacidade instalada, inclusive com novos investimentos.

“Até o próximo ano, queremos ter a capacidade de oferecer energia renovável digital e analógica a qualquer perfil de consumidor em todos os nossos mercados, para sermos a primeira opção dos consumidores em energia limpa e sustentável”, disse Polido.

SUSTENTABILIDADE

Com o surgimento da IA generativa, que se concentra em demandas pesadas de processamento de dados, os datacenters ganharam exposição de mercado e mídia sem precedentes.

No entanto, a indústria tem sido criticada pelas características de demanda excessiva de recursos nos projetos.

No entanto, Alário afirma que, apesar de ser intensivo em consumo de energia, o setor é provavelmente o mais ativo em investimentos em energia limpa entre os maiores consumidores, como siderúrgicas ou mineradoras, seja por meio de PPAs tradicionais, certificados verdes ou investimentos diretos.

Google, AWS e Microsoft – três maiores players de nuvem – estão investindo bilhões de dólares diretamente em energias renováveis.

Um relatório da S&P de março de 2023 indicou que, juntas, AWS, Apple, Google, Meta e Microsoft foram responsáveis por mais de 45 GW de compras corporativas de energia renovável em todo o mundo, o que, à época, foi estimado em mais da metade do mercado global de energia renovável corporativa.

“Acho que temos muito a melhorar na parte da comunicação”, concluiu Alário.

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