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Os fatores que podem alavancar o segmento de datacenters do Paraguai

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Os fatores que podem alavancar o segmento de datacenters do Paraguai

Como uma pequena economia sem litoral e sem acesso a sistemas de cabos submarinos, o Paraguai ainda tem potencial para atrair investimentos em datacenters.

Mais de 80% da oferta de energia abundante e estável do país vem de fontes renováveis como energia hidrelétrica e de biomassa. O fornecimento constante e sustentável é fundamental para projetos modernos de datacenter.

Embora ainda seja superado pela demanda, os players de datacenter consideram o fator energia cada vez mais relevante para a tomada de decisões de investimento.

A interligação da economia paraguaia com a dos vizinhos em conectividade, comércio e energia também é uma vantagem, já que os projetos de hidrelétricas compartilham energia com grandes mercados como Brasil e Argentina.


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Em um relatório de junho, a empresa de pesquisa de mercado Aritzon disse que o Paraguai pode receber cerca de US$ 400 milhões em investimentos em datacenters até 2027.

Segundo a empresa, a taxa de crescimento anual composta deve atingir 12,8% nos próximos cinco anos, chegando a um valor de US$ 88,5 milhões.

“O mercado tem amplas oportunidades para investimentos de operadoras de datacenter de telecomunicações e colocation devido a fatores como iniciativas governamentais, disponibilidade de energia verde e digitalização crescente”, escreveu a Aritzon.

Os números de investimentos e crescimento são pequenos quando comparados com os índices das potências de datacenter da América Latina, mas consideráveis para uma economia do porte do Paraguai, que é mal atendida em termos de infraestrutura de datacenter.

A demanda deve aumentar em setores como agricultura, nuvem, governo, TI e telecomunicações, de acordo com um relatório da Research and Markets.

Os setores financeiro e de saúde também devem alimentar a demanda por colocation de varejo, segundo a Research and Markets.

As zonas de livre comércio do Paraguai podem impulsionar ainda mais os investimentos, pois oferecem benefícios como isenções fiscais ou alfandegárias para importações de organizações locais, informou o relatório.

O governo quer fortalecer o mercado com sua Agenda Nacional 2030 e a lei de proteção de dados de crédito pessoal, entre outras medidas. “O governo também está trabalhando para melhorar a conectividade terrestre com o estabelecimento de uma rede nacional de fibra ótica”, apontou a Research and Markets.

O Paraguai tem 18.000 km de fibra ótica implantados.

Conforme relatado pela BNamericas, o projeto faz parte da agenda digital do Ministério de TIC (Mitic) e está centrado na unificação de quatro estruturas de fibra que operam de maneira independente. Elas pertencem à empresa estatal Copaco (180.000 km de fibra), à concessionária de energia estatal Ande (120.000 km) e aos Ministérios do Interior (200 km) e da Fazenda (74 km).

Segundo a Copaco, a cobertura de fibra ótica atingiu 300 bairros em 33 localidades em junho. No total, a empresa possui mais de 40 mil conexões de fibra ótica e investiu US$ 500 por residência.

Ao longo de 2021, a Copaco implantou 3.700 km de fibra ótica, um aumento de 54% em relação ao ano anterior.

PEQUENA ESCALA E BORDA

A maioria dos projetos de datacenter do país são novos e envolvem sites de pequena e média escala.

“O mercado de datacenters do Paraguai é dominado pela construção greenfield. Além disso, o mercado está testemunhando o desenvolvimento de várias implantações de datacenter no local, principalmente modulares. O crescimento previsto das instalações de borda e MDC [mini datacenter] aumentará a receita para empreiteiras de construção no Paraguai”, destacou a Aritzon.

Muitos datacenters de borda melhoram a penetração da internet doméstica, ao mesmo tempo em que entregam conteúdo por datacenters de núcleo no Brasil.

Por outro lado, grandes projetos de datacenter não estão no horizonte, pois a demanda de grandes provedores de nuvem é inexistente.

“A economia, o tamanho da população, o quanto ela está conectada e a capacidade de atender o mercado com baixa latência de outros lugares são fatores que os grandes provedores de nuvem levam em consideração. E é possível atender Paraguai e Uruguai passando pelo Brasil e outras regiões”, disse o COO da Ascenty, Marcos Siqueira, à BNamericas.

A Ascenty é o maior grupo de datacenters de colocation da América Latina, com 22 sites em operação, a maioria deles atendendo provedores globais de nuvem.

“O Paraguai não é um mercado-alvo para nós no momento. Também não ouvimos grandes empresas de nuvem e tecnologia falando do país como um mercado-alvo”, acrescentou Siqueira.

De acordo com a Research and Markets, no entanto, os locais de armazenamento estabelecidos no país por provedores de nuvem como Microsoft e Google são vistos como vetores para investimentos desses players no mercado.

PLAYERS

Players como a estatal Ande e a prefeitura de Assunção investiram em infraestrutura local de janeiro a maio, segundo a Aritzon.

Os principais players privados no mercado local de datacenters são a operadora de telecomunicações Millicom (Tigo) e a IPXON Networks.

Com certificação Tier 3, o datacenter da IPXON fica em Assunção e oferece colocation, servidores VPS, proxy, serviços gerenciados, backup e consultoria de TI, entre outros serviços.

Localizado no município de Villa Elisa, o datacenter da Tigo também tem certificação Tier 3 e capacidade para até 220 racks para atender seus clientes corporativos, “o que o torna extremamente competitivo com outras marcas e oferece suporte tecnológico de ponta a todos os usuários corporativos da Tigo”, informou a empresa em seu site.

A Tigo oferece soluções de colocation, virtualização, backup e escritórios virtuais no site, entre outras.

Em dezembro, a Millicom tinha 12 datacenters da Tigo na América Latina, oito deles certificados de acordo com padrões internacionais.

Os datacenters ficam na Guatemala, Honduras, Panamá, Colômbia, Bolívia e Paraguai.

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